Pessoas Nao Entram em nossa Vida a Toa

Toda a nossa ciência comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos.

A dor parece uma ofensa à nossa integridade física.

As muitas fomes é o que impulsiona o sonho. Fome de nos sentirmos bem na nossa pele de espécie pensante.

Está em nossas mãos apagar inteiramente da nossa memória os infortúnios e as recordações desagradáveis.

Nossa maneira habitual de fazer está em seguir os nossos impulsos instintivos para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo, segundo as circunstâncias. Só pensamos no que queremos no próprio instante em que o queremos, e mudamos de vontade como muda de cor o camaleão.

"Nossa sabedoria emana de nossa experiência e nossa experiência vem de nossas tolices"

O valor que atribuímos à opinião dos outros, e a nossa preocupação constante em relação a ela, ultrapassam, via de regra, quase toda a expectativa racional, de modo que tal preocupação pode ser considerada como um tipo de mania difundida universalmente, ou antes, inata.

O olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens há dentro de nós.

Toda a limitação, até mesmo a intelectual, é favorável à nossa felicidade. Pois quanto menos estímulo para a vontade, tanto menos sofrimento.

O melhor livro de moral é a nossa consciência. Temos que consultá-lo muito frequentemente.

Acima da Verdade

Acima da verdade estão os deuses.
A nossa ciência é uma falhada cópia
Da certeza com que eles
Sabem que há o Universo.

Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,
Não pertence à ciência conhecê-los,
Mas adorar devemos
Seus vultos como às flores,

Porque visíveis à nossa alta vista,
São tão reais como reais as flores
E no seu calmo Olimpo
São outra Natureza.

Olho para o tempo de nossa amizade e de repente nem me importo que os meus dias já contem tanto tempo assim!

A vaidade dos outros nos é insuportável, pois ofende a nossa!!

(...) sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.

"Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."

Jamais estamos inteiramente sós, pois desgraçadamente estamos sempre em nossa própria companhia.

[...] em cada gesto a gente tem que mostrar aquilo que a gente pensa, a nossa indignação da maneira que for. Mas que ela seja bem-vinda, senão ela se torna o mérito e o monstro.

Talvez a imobilidade das coisas ao nosso redor lhes seja imposta pela nossa certeza de que tais coisas são elas mesmas e não outras, pela imobilidade de nosso pensamento em relação a elas.

"Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota."

Aquilo que representamos, ou seja, a nossa existência na opinião dos outros, é, em consequência de uma fraqueza especial da nossa natureza, geralmente bastante apreciado; embora a mais leve reflexão já nos possa ensinar que, em si mesma, tal coisa não é essencial para a nossa felicidade.