Permanecer em Silencio
O meu prazer é mergulhar
minh'alma no silêncio e compor
uma orquestra de próprio alento .
Feito passarinho sozinho
com sede de se acarinhar
em seu próprio ninho !
SONETO ATORMENTADO
Fere o silêncio da áspera madrugada
no cerrado, um árido vento plangente
que golpeia minha alma ali presente
com saudade em mácula mal curada
Busco iludir-me que o zunido em toada
nada mais seja que ilusão descontente
daquela que põe angústias na gente
para deixar solitário e a ventura calada
E o vento insiste, persiste e não desiste
cortando a paz da noite com ruído triste
avivando a dor em suspiro redundante
Se soubesse quanta nostalgia desgarra
o vento teria dó e não seria tão fanfarra
e muito menos nesta solidão tão falante
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
08 ? 18 ?
Tudo parou.
O silêncio é devastador.
Toma cada frecha.
Inundou a sensação.
Não consigo ouvir a música tocar.
O silêncio dilacera. Doi. Desampara.
Recusei abraços quando nas noites desejei
Afastei quando quis estar
Sinto os estrondos que o silêncio faz!
Prece in Silêncio.
Tem dias que me permito ao Silêncio !
Não para fugir das ventanias e dos meus tão
intensos desalentos .
Não para acomodar a dor e preencher meus
vazios que vez em quando andam
ao relento .
Não para me esconder dos sóbrios nós da vida
que me entristecem e me prendem a um etéreo
sofrimento .
Não para cintilar o mar de amarguras que
sempre passeia por aqui vestido de
aridez e rasos sentimentos .
Não para escorregar pelas lágrimas e
aflorar os desertos que vêm sempre intensos e
desatentos .
Não ! Dessa vez não !
Me permito hoje ao silêncio ...
Porque quero fechar os olhos e respirar
a vida a cada segundo .
Porque quero passear no quintal da
minha alma e conversar com
os pássaros dos meus
pensamentos .
Porque quero ver de perto o meu casulo
brotando e dando-me a luz a um novo
recomeço .
Porque quero sentir
a pulsação
a quietude
o bailado do vento ....
Porque quero ver as flores aqui
dentro desabrochando me dizendo para
viver a vida enquanto
é tempo .
Hoje me permito ao silêncio ...
Não é por ninguém e nem por nada !
É por mim !
Somente por mim !
As vezes gosto de me sentir uma flor
num vaso .... Solitária .
Me regando de mim mesma .
As vezes gosto de reler o livro da
minha história .
Sem aquele peso
Sem aquele vazio
Sem aquele cinza ao que minha
alma regresse ...
Sabe ? ...
Fazer do meu silêncio ...
Minha própria
Prece !
Ela o amava tanto ... tanto
Como amava o seu canto
Como amava a lua
Como amava o silêncio.
Ali ... sozinha
enquanto o mundo lá fora dormia
Aquele anjo vestia
sua madrugada
de calmaria
de fantasia
de poesia.
HOJE
Eis que a Noite chega
Pego a viola do meu silêncio
Fecho as portas para o desalento
Melodio minha solidão .
Nem sempre é assim
Mas hoje ...
Ah , especialmente hoje
decidi romper as
notas tristes
e compor uma nova canção
em meu coração.
por onde
a chuva da tristeza não
me assista
por onde
as nuvens do vazio não
não me aqueça
por onde
a areia dos meus olhos não
me seja movediça
Hoje ...
Especialmente hoje
decidi me vestir de vento ,
ficar no canto
e melodiar em meu céu
o som da brisa
Fico em silêncio e deixo-me ser contaminada
pela essência do bem ,no mesmo instante em
que começo a sentir a energia em torno de mim.
Assim procuro permanecer a cada dia, e sinto a
energia que do universo traz ao meu favor.
Sinto-me acolhida e acarinhada no mais puro
amor, e noto que preciso de tão pouco para ser feliz.
Percebo que é na resignação que vou encontrando
sempre os bens mais precisos que minha alma busca,
principalmente a sabedoria interior.
Gosto do silêncio...
Vivo me esgueirando por entre multidões
Falo pouco, ouço intensamente.
Sinto demais!
Qualquer movimento brusco me afasta.
Caminho suavemente, sem fazer barulho.
Amo as madrugadas longas e silenciosas...
O silencio me leva a lugares escondidos da alma...
Lá, onde te encontro.
CORTEJO
De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada
Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado
Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada
Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Sempre há um silêncio no que o outro diz. Mas não compreendemos por achar que só em nós vivem segredos mudos.
Cada vazio é uma vida.
Tem dias que parecem noite!!! Tem horas que parecem eternas... Eu grito, grito em silêncio!! Quem ouve, se meu grito é mudo? Apenas o vento espalha no tempo o meu lamento. Vai .....vai, vento, sopra pra longe meus sofrimentos. Cadê o vento? Foi buscar o tempo que marca as horas e adianta a noite. Que por sinal... linda a noite!!! Mas é imenso o desespero. Noites tão escuras.... que enlouquecem a minha calma. Eu grito, grito alto ....Vem vento, sopra forte e leva pra longe estes meus tormentos. As lágrimas rolam em meu rosto, mas, o que é pior, arranham minha alma. Cadê o vento? Cadê o tempo? Minha mãe dizia que sempre terá um novo dia. Mas....cadê o vento? Cadê o tempo? Quando será o novo dia ? Ah! eu me lembrei: será amanhã.
Emanoela morais
Solidão não faz parte de estar sozinho consigo mesmo... E sim, o silêncio do mundo nos nossos ouvidos.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
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