Permanecer em Silencio
Paredes de hospitais.
Hospitais têm um tipo estranho de silêncio. Não é ausência de som… é o silêncio que pesa, que acompanha cada passo como se o chão estivesse escutando nossas orações engolidas. Nessas paredes brancas a gente descobre que o tempo não anda em linha reta. Ele para, tropeça, resolve andar em círculos. Cada minuto que passa tem tamanho de uma eternidade.
Quando é a vida de quem a gente ama que está lá dentro, é como se o coração da gente fosse parar na porta que se fechou. Ficamos sentados em cadeiras desconfortáveis com pensamentos que não sabem sentar direito nunca. A gente imagina, a gente torce, a gente lembra de todas as risadas, de todos os “depois a gente vê”, e percebe que nada tem mais urgência do que vê-los voltar bem.
As paredes do hospital carregam histórias que ninguém escolheu viver, mas que todo mundo aprende alguma coisa. Tem força onde antes só havia medo. Tem fé disfarçada de teimosia. Tem amor fazendo barulho dentro da gente, querendo arrombar cada porta para alcançar quem está sendo cuidado por mãos que não conhecemos, mas que naquele instante se tornam as mais importantes do mundo.
Ali, a gente descobre que esperança não é luz… é brasinha. Pequena, mas impossível de apagar. Enquanto isso, a parede segue muda, testando nossa paciência, segurando segredos que não contamos a ninguém. Um dia, ela vê lágrimas. No outro, abraços de alívio. É testemunha fiel de quem chega quebrado e de quem volta inteiro.
E no fim, quando a porta finalmente abre, a gente respira de verdade pela primeira vez em horas. Aprende a agradecer o que sempre achou garantido. As paredes continuam lá, firmes, como quem diz: “Você não está sozinho”. E a gente volta pra vida diferente. Mais grato. Mais humano.
Um dia alguém vai notar quando foi seu último grito em silêncio!
Um dia alguém vai entender o quanto é importante dar valor a cada segundo...
Um dia, ah, um dia talvez será tarde demais!
Amar em Silêncio
Me sinto em meio a muitos,
mas sozinho no meu ser.
Carrego o medo nos olhos,
de quem só quer viver.
Julgam meu passo, meu gesto,
meu jeito de olhar o céu.
Julgam o amor que ofereço,
sem fronteiras, sem anel.
Não amo só um, amo todos,
sem raça, sem credo, sem cor.
Meu coração é um abrigo,
feito só de puro amor.
Mas o mundo virou tela,
onde o afeto é medido em cliques.
E o amor, tão verdadeiro,
se perdeu entre os likes.
Queria apenas ser visto,
não por filtros ou edição.
Mas por quem sente comigo,
a verdade do coração.
Honre a educação que seus pais te deram — ou que deveriam ter te dado. Respeite o silêncio e o sossego dos outros. O seu direito acaba na porta da sua casa; dali pra fora, o direito é do outro. Quem vive em sociedade aprende que respeito não tem parede de som — tem limite, bom senso e vergonha na cara.
“Entre o Silêncio e a Força”
Ando fraco… mas buscando ser forte.
Tentando me manter de pé quando tudo parece querer me derrubar.
Já fui inabalável, mas minha visão se fechou como se uma névoa tivesse tomado conta do meu horizonte.
Às vezes me pergunto se foi a falta de Deus… ou as distrações do mundo que me afastaram d’Ele.
O significado das coisas mudou.
As pessoas mudaram.
Algumas foram embora, e com elas foram partes de mim que eu nem sabia que existiam.
Ficou um vazio, um eco… e a sensação de que tudo explodiu como uma bomba nuclear, deixando apenas eu e meus pensamentos. ardendo em silêncio no meio dos escombros da alma.
Mas mesmo aqui, nesse deserto de dúvidas e ruínas, algo dentro de mim ainda resiste.
Talvez seja fé.
Talvez seja esperança.
Ou talvez seja apenas a vontade de reencontrar Deus e, com Ele, o verdadeiro sentido de continuar.
Amor e Respeito
Amor é respeito.
É silêncio quando o outro precisa falar,
é palavra doce quando o coração quer gritar,
é presença que conforta,
mesmo quando o corpo está distante.
É olhar e entender sem precisar perguntar,
é segurar a mão quando o mundo desaba,
é esperar o tempo certo de cada emoção,
sem pressa, sem cobrança,
porque o amor verdadeiro não corre — ele floresce.
Amar é cuidar sem prender,
é estar junto e deixar o outro ser livre,
é querer o bem mesmo quando o caminho se separa,
é sorrir com o sorriso do outro
e se calar quando o silêncio fala mais alto.
Respeito é a alma do amor.
É ele quem dá base aos dias difíceis,
quem ensina que o amor não é domínio,
é parceria, é troca, é compreensão.
É saber pedir desculpas,
é ter humildade para reconhecer os erros,
é entender que ninguém é perfeito,
mas que o esforço de amar já é um milagre em si.
O amor não grita, ele conversa.
Não fere, ele cuida.
Não impõe, ele convida.
Ele é carinho no toque,
educação no olhar,
delicadeza nas atitudes pequenas
que, juntas, constroem eternidades.
Amar é plantar confiança todos os dias,
regar com gestos e paciência,
e colher o fruto do respeito —
doce, maduro e verdadeiro.
É enxergar beleza até nas imperfeições,
é rir das diferenças e celebrar o encontro,
é caminhar lado a lado,
sem que um precise se esconder na sombra do outro.
Porque o amor é luz.
E o respeito é o caminho por onde essa luz se espalha.
Quando há respeito, o amor cresce.
Quando há carinho, o mundo muda.
E quando há educação entre duas almas,
nasce algo que o tempo não apaga:
a certeza de que amar é, antes de tudo,
respeitar.
Os mais fortes carregam a suavidade da gentileza.
Os mais sábios guardam silêncio como tesouro.
Os mais felizes vivem no segredo da simplicidade.
O valor verdadeiro não grita, floresce em silêncio.
O poder autêntico não precisa ser visto, apenas sentido.
Quem precisa de aplausos para existir… ainda não conheceu a própria grandeza.
Ninguém sabe o que eu passei. Julgaram sem ver, falaram sem sentir, agora só sobra o meu silêncio… venenoso.
Glaucia Araújo
