Permanecer em Silencio
Há pessoas que não precisam de muito para te elevar.
São melodia que dança no silêncio, céu estrelado que acalma por dentro. Um pôr do sol que aquece devagar, um vinho raro, difícil de encontrar. Como já dizia um velho autor apaixonado
“Você é minha certeza, meu norte, minha sorte”.
Nem sempre tenho inspiração.
Há dias em que somente o silêncio predomina,
mas a vontade de escrever está presente.
Porém , não encontro palavras certas,
é um grito silenciado pela correria do dia.
Escrever é um processo de cura interior.
Branca
Pisei feio, sem freio, sem fé, fui sem noção Me escondi no silêncio, mas pesava o coração
A quebrada me moldou no frio da ausência Mas foi no fundo do poço que eu clamei clemência
Mesmo quando tudo parece silêncio, Deus está trabalhando nos bastidores da sua história.
Janice F. Rocha
Você está reacendendo tudo.
Eu pensei que talvez o tempo, o silêncio, ou o bom senso te fizessem recuar.
Mas não. E eu sinto que você quer mais do que nunca.
Eu sinto, na pele, que você quer esse perigo.
E eu não deveria gostar de correr perigo. Mas eu quero.
Quero esse arrepio de te olhar sabendo que não devo, e mesmo assim não desviar.
Quero essa sensação que grita dentro de mim
toda vez que você chega perto.
Quero o incômodo gostoso da sua atenção.
Quero essa provocação que você lança com o olhar, com a escolha exata das palavras,
e do momento certo de se aproximar.
Quero a sua presença atravessando o espaço,
como se o ambiente inteiro soubesse o que a gente sente mas ninguém ousasse falar.
Porque seria loucura pensar que isso acontece entre nós. Mas é.
A loucura mora aqui, quieta, disfarçada.
Na troca de olhares que dura segundos, mas diz muito. E nos entendemos muito bem.
É isso que me prende.
Essa atração no secreto.
De sentir toda a sua vontade me consumindo por dentro, enquanto por fora fingimos normalidade.
É delicioso saber que somos só nós dois
nesse nosso lugar escondido entre o possível e o proibido.
A fantasia de se encontrar no meio da rotina,
de se provocar com palavras comuns,
mas carregadas de intenções.
De existir um mundo só nosso: invisível, proibido, sufocante, quente, e inevitável.
E ninguém vê. Ninguém sabe.
Mas eu vejo. Eu sei.
Você vê. Você sabe.
E isso basta.
Sábia é a escolha do silêncio…
Às vezes, ele tem mais impacto do que qualquer palavra.
Quem sabe escutar o silêncio, sabe também o valor da própria essência.
E você sabe.
Quem carrega verdade no peito, permanece firme — mesmo quando o outro não percebe.
Fogo Queimando em Silêncio
Às vezes paro…
e falo comigo mesma,
como se sua ausência
fosse só mais uma presença quieta
ecoando no meu peito.
Hoje conversei contigo sem você saber,
num teatro de palavras
onde eu era você
e você… também era você,
mas calado, como sempre.
Falamos do seu desinteresse,
esse fantasma que você veste pra disfarçar
o desejo que brilha nos seus olhos
toda vez que me olha.
Nos despedimos em silêncio,
em uma conversa profunda
onde ninguém confessou,
mas ambos sabíamos:
é amor camuflado de orgulho.
Te dizer que tudo bem você se afastar por outra?
Não é.
Dói.
E mesmo assim eu deixo.
Porque escolher não te ter
é o jeito mais estranho e mais sincero
de te querer inteiro.
E aqui sigo…
com esse fogo que arde calado,
com essa chama que só aumenta
quando você não está.
Ponto de Ignição
Silêncio súbito.
O mundo gira mais devagar.
No peito, um vulcão adormecido
Sente a primeira rachadura no ar.
Não é barulho, é pressão.
Algo antigo, denso, pesado,
No corpo já não cabe mais.
É tempo. É novo. É fado.
Um fio de luz no abismo
Toca o íris, queima a retina.
E o que era apenas abrigo
Ruge, rompe, desatina.
Não há volta no instante
Em que o ser, profundo e cru,
Sabe: a casca já é fenda.
É hora de abrir-se ao mundo.
Silêncios, Saudades e Vazio
Silêncio...
Saberás um dia que lutei muito por nós dois.
O eco da casa vazia,
a solidão das noites em claro,
Ah! Tantas madrugadas mergulhada no vazio...
Saudade...
Saudade de algo não vivido,
de um amor leve,
de um amor-próprio esquecido.
Saudade do intenso, do fluido, do suave.
Do canto dos pássaros pela manhã,
do brilho escondido das estrelas clareando a noite...
Apenas saudades...
Das palavras não ditas
e que jamais serão faladas.
Vazio...
Você pode estar cercada de tantas pessoas,
mas se dentro de você não habita amor,
não há calor.
Permanece apenas a sombra de uma imensa solidão.
Por fim,
É no silêncio que se ouve a alma e a voz do coração.
É na saudade que se reconhece o que foi sonho.
E no vazio... que se entende:
ninguém pode preencher o que é nosso por essência.
É no problemas complexos que adquirimos experiência necessária para lidar com as dificuldades da vida.
CARTAS DA ANNY (06/08/2025).
Silêncio...
Saberás um dia que lutei muito por nós dois.
O silêncio da casa vazia,
a solidão das noites em claro,
Ah! Tantas noites sozinha, olhando o vazio...
Silêncios longos,
madrugadas infinitas,
vazios que gritavam bem alto dentro de mim.
Relacionar-se não é preencher vazios, mas dançar junto com eles, aprendendo a ouvir o silêncio entre as palavras.
O HOJE É IRREVOGÁVEL
Amanhã ou depois
o tempo espreita entre frestas de silêncio
e eu vago no vão das escolhas
como quem não quer
nem a margem
nem o centro
Agora ou não
há sempre um não sei
com cara de espera
um gesto suspenso no ar
como folha que dança sem rumo
refém do vento
e da própria hesitação
A indecisão é um campo sem trilhas
onde o passo recua do próprio eco
é mirar o abismo e temer tanto a queda
quanto a ponte
é desejar o fogo
mas temer o fósforo
Filósofos dizem que o ser se realiza
no ato
que não há existência sem escolha
e até o não fazer
faz-se ser
porque não decidir
é uma decisão encoberta
pálida cambaleante
mas ainda assim
um passo
mesmo que para longe de si
O tempo esse mestre impiedoso
não espera os indecisos
segue
marca
conduz
E então aprendemos
que o caminho não se abre sozinho
que a dúvida adoece a alma
e que viver
plenamente
é optar
é perder algo para ganhar outro tanto
Decidir é cravar estaca no chão do mundo
é desenhar o próprio contorno
é ser
Recusar a escolha
é deixar que a vida escolha por nós
com mãos alheias
e olhos fechados
E o que se decide
não se decide amanhã
nem depois
se decide hoje
Paixão em Silêncio
Eu te amei no instante em que te vi,
naquela sala cheia, só você existia pra mim.
Entre mil vozes, só teu olhar me falou,
me estendeu a mão, e o meu coração se entregou.
A vida — essa vilã — nos fez desencontro,
te segui de longe, num silêncio tonto.
Te vi em segredo, num amor proibido,
gritei por dentro, mas sorri contido.
Julgam meu querer como se fosse pecado,
mas é só amor — cru, ardente, calado.
E a cada versão tua que o tempo me traz,
mais eu te quero, mais arde a paz.
Sou eu, a incompreendida da história,
amando um homem que vive outra memória.
Você, com outro amor, buscando esquecer
aquilo que em mim, ainda te faz viver.
Quando o barulho do mundo for ensurdecedor, escolha o silêncio. É nele que Deus fala.
Trecho do livro Lá em casa – uma contemplação da família perfeita SQN
Há dores que não gritam. Elas se curam em silêncio, quando o coração é rasgado diante de Deus.
Trecho do livro Lá em casa – uma contemplação da família perfeita SQN
Reflexão do Silêncio
Às vezes, tudo o que nos cabe é o silêncio.
Não por fraqueza, mas por sabedoria.
O silêncio é cúmplice da reflexão e guardião da serenidade.
Há momentos em que não há o que fazer, nem o que sentir.
E isso não é vazio, tampouco solidão.
É apenas um intervalo sagrado,
um tempo de recolhimento em que a alma se encontra consigo mesma.
É o espírito voltando, momentaneamente, para casa.
Ninguém vê o grito de quem sangra por dentro.
Porque o silêncio da dor não sai na tomografia.
Não faz barulho.
Não pede socorro.
Só vai…
E quando vai,
a gente chama de surpresa.
Mas não era surpresa.
Era descuido.
No Abismo do Silêncio
Num canto escuro da alma caída, Ecoa a dor que não foi compreendida.
A tristeza sussurra em cada vão, E aperta o peito, sem dar perdão.
A depressão chega sem avisar, Como um vento frio a soprar devagar.
Rouba o riso, esvazia a cor, Transforma o amor em cinza e dor.
Um coração partido, sem direção, Sangra memórias em cada pulsação.
Entre os escombros da destruição, Perde-se a fé, perde-se a razão.
O medo se arrasta, sorrateiro e lento, Molda o silêncio, distorce o pensamento.
E a covardia, vestida de calma, Envenena os sonhos e cala a alma.
Surge a tragédia em forma de adeus, Rasgando os céus com gritos seus.
E resta o vazio, frio e calado, Onde antes um ser inteiro tinha habitado.
Quando cessam as vozes do mundo e a alma repousa em silêncio, o coração escuta a Voz Suave do Senhor, que chega como brisa serena, trazendo a Graça Eterna e o doce abraço da Presença Divina, capaz de transformar toda escuridão em Luz.
Dilson Kutscher
