Perda de um Amor por Orgulho
Sou lembrado? Não. Esquecido? Também não.
Sou o quase que a memória não guardou,
a palavra que, antes de dita, secou nos lábios
e foi cuspida com desdém.
Invisível? Menos que isso — sou o que nunca houve.
Nem verdade nem mentira: apenas o intervalo
entre dois pensamentos.
Sou apenas o que o vento arrasta, sem destino,
como um papel amassado que ninguém leu.
O mundo gira, e eu fico à janela,
vendo a luz do entardecer manchar as paredes.
O relógio passa por mim como por um móvel antigo —
ignora-me, e eu ignoro o seu passar.
Estou em toda parte como o nada está —
presente pela ausência,
visível pelo vazio que deixo.
Não me procurem, não me chamem — minha alma é tão leve
que, se um dia cair,
nem o pó se erguerá para recebê-la.
Sexta-feira, 11 de Abril de 2025
São Paulo, SP
Você foi embora num dia qualquer.
Eu não pude fazer nada.
Finjo que também não estou aqui.
É mentira (mentiras são amargas como remédio para enxaqueca).
Saudade é isso: um vício idiota como cassinos online.
Ainda olho o celular esperando uma mensagem sua.
O tempo não muda nada.
Ciclos da Alma
Por Rizza de Morais
Neblina na serra, chuva na terra
Neblina que baixa, sol que racha
Felicidade na alma, paz que acalma
Silêncio que aquece, ternura que embala
Entre montes e vales, o tempo dança
Ora em névoa, ora em esperança
É a serra que chora, é o céu que clareia
Natureza que fala, alma que anseia
Tal como o tempo, a vida é passagem
Hora é nevoeiro, hora é miragem
Mas dentro do peito, brilha esperança
Feita de luz, de amor, de bonança
Felicidade não grita, sussurra baixinho
É vento leve, caminho mansinho
É paz que se achega sem pedir licença
É flor que desabrocha na minha presença
Não preciso de olhos que me vejam flor
Sou raiz, sou tronco, sou o meu amor
Ser feliz é saber — com alma e certeza —
Que o amor mais profundo nasce da minha beleza
Sentir desejo é pecado ?
Eu sei que é .
Porém não anula o fato de correr riscos.
E será que anula é rebaixa nossa nossa fé. Nossa proximidade com Deus.
O carnaval é a expressão mais
genuína da cultura brasileira. É o tempo em que o povo brasileiro se reúne para celebrar a sua própria ignorância e a sua própria miséria.
Governantes e políticos pertencem à mesma laia espertalhona dos donos de manicômios, por isso os países, cidades e estados são apenas aglomerados de loucos.
A vida é uma corda que pode ser usada como rédea para galoparmos no lombo da felicidade, mas também pode ser usada para nos enforcarmos na mediocridade.
O casamento pode ser uma coleira para o homem, dizem alguns, e não estão mentindo; mas a solidão nos faz ladrar como cães, de modo que todos somos um bando de cachorros mesmo!
Se de fato existir essa tal lei do Karma, podemos dizer que os ficcionistas nos fazem economizar reencarnações, pois através de suas personagens vivemos várias vidas sem ter que morrer e renascer; a ficção é uma arma poderosa, mágica e silenciosa, ela pode mudar uma pessoa, e quando uma pessoa muda, ela pode começar a mudar o mundo.
A vida é tão incrivelmente breve que não dá tempo nem para o ser humano - essa estranha criatura - pelo menos tentar ser feliz.