Perda de um Amor por Orgulho
Aqueles que se aplicam muito minuciosamente a coisas pequenas, frequentemente tornam-se incapazes de coisas grandes.
Sim, eu tenho medo quando você fica chateada.
Sim, eu tenho medo quando você não está ao meu lado.
Sim, eu tenho medo quando você vai embora.
Mas, felizmente me sinto seguro e confortável quando esta comigo.
Mesmo que eu precise me preocupar em perdê-la todos os dias, quero tê-la na minha vida. Mesmo que isso parta meu coração, porque é um sonho que não pode se realizar, eu gostaria, sinceramente, de sonhar com o futuro.
Às vezes um amor verdadeiro acaba por besteiras.
Por orgulho de dizer "perdão".
Ou por insegurança para demonstrar o que sente.
Por isso é sempre importante arriscar cada degrau. Saber sempre dizer "eu te amo", sem exageros, mas com sinceridade e entrega.
Estou ficando bonito, saudável e corado. Uma gracinha. Agora só me falta mesmo um Grande Amor, assim mesmo com maiúsculas.
Vou procurar um amor bom para mim - no qual me reconheço e me reencontro, me refaço e me amplio, me exploro, me descubro.
Se um dia tiveres de escolher entre o Amor e o mundo, saibas que, se escolher o mundo ficarás sem o Amor mas se escolheres o AMOR com ele conquistarás o mundo.
Eu acredito no amor. Não como uma salvação.
Mas como um prêmio de quem consegue se achar.
E se conhecer.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Nota: Trecho da crônica Sugestões para atravessar agosto, publicada originalmente no jornal "O Estado de S. Paulo", em 6 de agosto de 1999.
...MaisAinda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor... Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro... Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor.
Amor (...) é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor verdadeiro, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões.
A Fome e o Amor
A um monstro
Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríasis sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta,
Superexcitadíssimos, os dois
Representam, no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!
Prefiro um amor lento no início para ensaiar a velhice do que um amor rápido para treinar sua morte.
Já escondi um amor com medo de perdê-lo.
Nota: Trecho do texto erroneamente atribuído a Clarice Lispector.
