Perda de um Amor

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⁠NA QUINTA ESTAÇÃO...
Livro: NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .

A chuva não caía — ela tocava.

E cada gota era uma nota.
Cada nota, um passo de Camille no silêncio do mundo.
A música não vinha de fora: ela nascia da própria água que se desfazia no ar, tocando vidraças com um compasso que parecia ensaiado por um maestro ausente. Mas eu sabia — era ela.

A chuva era a música.
Não se podia distinguir quando o som virava líquido ou quando o líquido virava lembrança.
A canção se dissolvia em gotas finas e melancólicas, e cada uma delas trazia uma sílaba do teu nome, Camille, como se o céu sussurrasse teu rastro.

E eu, ali, imóvel, encharcado de ti.

Tudo vibrava em uma mesma frequência: os pingos, as cordas invisíveis do violino que eu jamais vira, a harmonia do teu perfume — absinto e jasmim — que emergia do asfalto molhado como se a cidade também te procurasse.

Não era nostalgia.
Era possessão.
Aquela música que chovia estava viva, e era tua.

E pela primeira vez compreendi o que é uma presença não ser corpórea, mas sonora. Camille não veio. Camille aconteceu.
Como se a tua existência tivesse sido reduzida a uma partitura de água, tocada pelas nuvens, naquela quinta estação onde só nós dois existimos — tu, dispersa em som e chuva... eu, diluído em espera.

E toda vez que chove assim, ainda que ninguém perceba, a mesma melodia volta.
A mesma. Sempre a mesma.
Como se a quinta estação não tivesse acabado —
ou como se eu nunca tivesse saído dela.

Recolhimento de Camille

Então ela surgiu.
Não com passos. Não com palavras.
Mas com um sorriso.

Um sorriso em delírio, feito de algo que o mundo desaprendeu:
viver sem saber que se vive.
Ser por inteiro sem a obsessão de se compreender.
Camille, ali, diante de mim — e ainda assim inatingível — era o retrato vivo daquilo que a humanidade perdeu quando começou a pensar demais.

Ela sorria como se o sorriso não lhe fosse emprestado pela razão.
Sorria porque o coração dela não sabia fazer outra coisa senão dançar com a música invisível da existência.

E era ali, na chuva já quase cessa, que eu compreendia:
Camille não se dava conta de que vivia.
E por isso vivia mais do que qualquer outro ser.

Se existiam partituras, haviam sido abandonadas.
Porque a melodia dela era espontânea.
Porque a música que ela era dispensava pauta, regência ou intenção.
Camille era um som antes de ser um nome.
Era um momento antes de ser uma história.

E talvez seja por isso que nenhum sofrimento a tocava como a nós.
Porque só sofre profundamente quem se vê como personagem.
E Camille...
Camille era o próprio enredo sem precisar de roteiro.

Observei-a por um longo instante —
recolhi sua imagem não com os olhos,
mas com o que resta de fé em mim no que ainda é sagrado.
Naquela quinta estação, eu soube:
todo ser humano deveria ser assim.

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A VERDADEIRA MORADA - ELES VIVEM!
Catarina Labouré / Irmã Zoé .
Queridos irmãos.
que a suave paz e a doce luz de nosso Senhor Jesus,nos envolva e nos sustente como tem sido realizado sobre todos desde tempos imensuráveis sobre suas ovelhas imortais...
Meus filhos,foi estipulado pelos homens,uma data para se lembrar daqueles que adentraram pelas portas da morte do corpo físico,as moradas da casa paterna celestial! O derradeiro momento que se nos parece uma dura separação a qual dizemos respeitosamente,muitos afirmam "saudades eternas" não está de acordo com a vida que pulsa indeterminadamente na mensagem do túmulo vazio de Messias.
Ao cerrarem-se os olhos surrados da carne,quando o corpo inerte e frio,nada responde,causando-nos um amargor e sensação de que tudo acabou,os olhos em espírito translúcidos independentemente da evolução,se abrem em terras que antecedem a estes nas moradas infinitas na casa do Pai!
O fenômeno o qual se deu o nome de morte,não tem existência nem mesmo na própria matéria,pois correspondem à leis de transformações que dão continuidade unicelular a tantas outras vidas,que as lentes microscópicas podem comprovar.Na natureza nada se cria,nada se perde,tudo se transforma.Lavoisier está inquestionavelmente certo,o vaso cadavérico ainda é aproveitado pela natureza mesmo que reduzido a pó,no amparo da sustentabilidade ambiental.Que os incrédulos provem o contrário,sendo que tudo nos fala de vida.
Se a morte tivesse existência própria,equivaleria dizermos que existem duas forças no universo e sabemos sem sombra de dúvidas,que Deus é único,criador de todas as coisas.Ele não deu existência à morte,mas sim um tempo num corpo corruptível que hora se nos apresenta viçoso e logo mais cedo ou mais tarde será devolvido à sua origem no limo.
As palavras encontradas no Antigo Testamento: Tu és pó e ao pó retornará! Só tem efeito se forem analisadas com as palavras sublimais da frase esclarecedora do querido Padre Antônio Vieira quando ainda na terra:Queres saber o que é a vida?Olhai o corpo morto!
Na meditação em tal sensato pensamento,este queria dizer e consolando,que além daquele objeto que nos serviu de de vestimenta por um período,agora está vazio na concepção da palavra vida,porque ela agora,volita na vida verdadeira.
Quando o filósofo Sócrates que antes de Jesus vir assumir o seu insubstituível posto autocrático,perguntaram ao sábio pensador que fora obrigado a beber cicuta,dose suficiente para derrubar mais de dez elefantes,ele alegremente sorve o veneno e declara aos seus seguidores preocupados onde ele gostaria que fosse enterrado o seu corpo?
- O corpo? Este joguem fora...sócrates não habita mais nele!
A morte como sendo irmã da vida,mesmo que pareça um disparate tais palavras,dá a sua contribuição à vida,porque retira o homem do lamaçal fétido aprisionado na terra e o redireciona mais vivo ainda,porque ninguém morre!
Não perdemos os que amamos ou mesmo aqueles que são motivos de escândalos,mas que outros corações amantes choram também desfrutam da mesma essência imortal.
Não nos detenhamos em condenar a alguém,é preferível as desafeições dentro da matéria que fora dela,por causa da nuvem de testemunhas invisíveis que nos cercam,segundo o apóstolo dos gentios.
Não ignora-se a profunda dor que nos assalta quando este momento se concretiza,é uma dor que se pode dizer análoga ao desaparecimento,mas não nos percamos em tais sentidos,pois provas incontestáveis existem que o ser amado vive.Enderecemos a este nosso amor inseparável,mas nunca as palavras de adeus.Um dia vamos nos reencontrar,um dia,porque a cada um segundo as suas obras,na casa do Pai há muitas moradas.A evolução de cada um é o abismo que separava o rico que via o mendigo no seio de Abraão.
Precisamos fazer sem demora,um "exercício" para morte,como?
Nos preparando sempre,na renúncia,na dedicação,na auto iluminação para nos enxergarmos uns aos outros depois do aceno último no campo santo,onde todas as diferenças acabam.
Mas,não duvides todos sobrevivem,vivemos antes do corpo e toda a Bíblia dá nos provas da continuação perpétua do espírito...
Neste dia,em que dizemos comemorarmos o dia dos mortos,que estão sempre vivos e que vem falar aos "vivos" que estão sempre mortos,possamos banhá-los se for o caso com as lágrimas pela falta física,mas é bem sentida a presença constante em nós da sua marca a nos dizer: Estamos aqui,vivos,unamos os nossos sentidos puros e verdadeiros de amor como antes!
Alegremo-nos,isto não faz mal,enfeitemos a casa física de sorrisos e perfumadas flores ou mesmo dentro da expressão de cada fé,manifestemos a nossa gratidão a eles e a Deus pelo momento mesmo que fugaz pelo convívio no corpo.
lembremos a nossa fé as imutáveis e inesquecíveis palavras de Jesus:
- Coragem,eu venci o mundo,tu também o vencerá!
- Ser fiel até o fim e eu te darei a coroa da vida.
É nisto que se consiste a preparação para morte!
Assim agindo,quando este democrático momento vier,doerá,mas doerá menos,porque estaremos preparados.
Muita paz! E apenas um até breve!
( Mensagem recebida na noite de: ( 01/11/2015.)
Médium: Marcelo Caetano Monteiro.

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( _ Quem escreve desde cedo escreve a vida. ) Respondeu o jovem Marcelo Caetano Monteiro ao ser entrevistado pela Rádio de Manhumirim - MG. Programa em época, comandado pelo então conhecido radialista: Amarildo Paradise que na ocasião recebeu do jovem escritor Marcelo, um exemplar do livro: A Valsa Do Pensamento - Obra Filosófica Vol. II. Obra que veio à luz em 09 de Outubro de 1997. Livro impresso na extinta Gráfica Monteiro. Exatamente das mãos do próprio escritor.

QUEM ESCREVE DESDE CEDO ESCREVE A VIDA:
frase: Marcelo Caetano Monteiro.
MARCELO CAETANO MONTEIRO.
Retrato de um Espírito que Escreve o Tempo
Desde os primeiros anos de sua formação intelectual, Marcelo Caetano Monteiro revelou-se um homem vocacionado à contemplação profunda da condição humana. Não se tratou jamais de um impulso circunstancial, mas de uma inclinação antiga, quase ancestral, que o conduziu naturalmente ao silêncio reflexivo, à palavra escrita e à busca incessante por sentido. Sua trajetória inscreve-se no raro campo daqueles que compreendem a literatura não como ornamento, mas como instrumento moral, filosófico e espiritual.
Autodidata por vocação e erudito por disciplina interior, construiu sua formação à margem dos modismos intelectuais, nutrindo-se dos clássicos, da tradição humanista e das grandes correntes do pensamento metafísico. A leitura não lhe serviu como fuga, mas como aprofundamento da realidade. Em sua obra, o homem surge sempre confrontado com sua própria consciência, com a dor silenciosa do existir e com a necessidade de compreender o sagrado que se oculta no cotidiano.
Sua produção literária abrange romances, contos, poemas e reflexões de caráter filosófico, nos quais se percebe uma constante tensão entre o sofrimento humano e a possibilidade de transcendência. A escrita de Marcelo Caetano Monteiro não se submete ao imediatismo; ela exige recolhimento, maturidade e disposição para o mergulho interior. Seus textos frequentemente transitam entre a melancolia lúcida e a esperança austera, jamais concessiva ao sentimentalismo fácil.
Ao longo de sua trajetória, participou ativamente da vida cultural de sua região, integrando e fundando movimentos literários, colaborando com instituições culturais e promovendo a valorização da palavra escrita como forma de elevação moral. Sua atuação estendeu-se também ao campo social, onde a literatura foi compreendida como instrumento de consciência e dignidade humana.
Sua obra, presente em bibliotecas, círculos literários e acervos culturais, reflete uma concepção clássica da escrita: a de que o autor não fala apenas de si, mas empresta voz àquilo que a maioria silencia. Em seus livros, a existência é tratada com gravidade, respeito e profundidade, como se cada frase fosse uma tentativa de reconciliar o homem com o seu destino interior.
Marcelo Caetano Monteiro inscreve-se, assim, na linhagem dos escritores que compreendem a literatura como missão. Não busca o brilho efêmero, mas a permanência ética da palavra. Sua obra permanece como testemunho de que escrever, quando feito com verdade, é um ato de responsabilidade espiritual diante do tempo e da consciência humana.

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ALÉM DA DOR

Por mais densas que sejam as névoas que se interpõem entre ti e a claridade dos dias, lembra-te de que, além delas, a harmonia divina sustenta o universo em silencioso equilíbrio. Nada é desordem na Criação — o que parece caos é apenas parte de uma sinfonia que ainda não compreendes por inteiro.

As cores vivas da esperança e da alegria não nascem fora de ti: germinam primeiro no campo interior da alma. Aprende, pois, a vê-las em ti mesmo, e o mundo refletirá o brilho do teu olhar pacificado.

Não te detenhas nas sombras dos que te julgam ou te ferem. Preocupa-te, antes, em conservar o coração livre de ressentimentos, porque o rancor é a febre da alma que adoece o corpo e entorpece o espírito. O perdão, ao contrário, é a higiene moral que restaura o equilíbrio e reconstrói a saúde interior.

Quem ama verdadeiramente ultrapassa as fronteiras do ego, e encontra, no gesto simples de compreender, o segredo da serenidade. Se alguém não te estima, não te amargures: cada um projeta no outro o que ainda traz em si. Tu, porém, nasceste para aprender a amar — e o amor é a mais alta escola da evolução.

Não te iludas: a tarefa é árdua, mas profundamente libertadora. Cada vez que renuncias ao revide, uma nova luz se acende em ti. As vozes que te acusam hoje, amanhã se calarão diante da força silenciosa do bem que praticas.

Segue, pois, fazendo o bem sem interrogações. A dor é uma névoa passageira, mas o amor é o sol eterno que jamais se apaga.

Muita paz e que tua luz brilhe sem pressa, mas com verdade.

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AS MUSAS E A ETERNIDADE DO ESPÍRITO CRIADOR.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
Desde os primórdios do pensamento helênico, a humanidade buscou compreender a origem da beleza, da palavra e da ordem que sustenta o mundo sensível. Nesse anseio inaugural, surgem as Musas, filhas de Zeus e de Mnemósine, a Memória, como figuras arquetípicas que não apenas inspiram, mas estruturam o próprio ato de pensar, narrar e criar. Elas não são simples personagens mitológicos, mas manifestações simbólicas do elo profundo entre a consciência humana e o absoluto invisível que rege a arte, o saber e a transcendência.
Segundo a tradição antiga, Zeus uniu-se a Mnemósine por nove noites consecutivas, gerando nove filhas cuja missão seria impedir que o esquecimento devorasse os feitos humanos e divinos. Essa genealogia não é acidental. A memória, elevada à condição divina, torna-se o ventre da cultura. Nada que é belo, verdadeiro ou grandioso subsiste sem ela. As Musas, portanto, não criam o mundo, mas o preservam pela recordação ordenada, pelo canto, pela narrativa e pela forma.
Calíope, a de voz bela, preside a poesia épica e a eloquência, sendo a guardiã das grandes narrativas fundadoras. Clio vela pela história, não como mera cronista dos fatos, mas como consciência do tempo e da responsabilidade moral da lembrança. Erato inspira a poesia amorosa, revelando que o afeto também é uma linguagem sagrada. Euterpe concede ritmo e harmonia à música, expressão sensível da alma em movimento. Melpômene governa a tragédia, ensinando que o sofrimento possui dignidade estética e valor formativo. Polímnia guarda os hinos e a retórica, unindo o sagrado à palavra ordenada. Tália, em contraste fecundo, representa a comédia e a leveza que humaniza a existência. Terpsícore rege a dança, símbolo da integração entre corpo e espírito. Urânia, por fim, eleva o olhar ao céu, fazendo da astronomia uma ponte entre o cálculo e o assombro metafísico.
Do ponto de vista psicológico, as Musas podem ser compreendidas como estigmas da criatividade humana. Elas personificam impulsos internos que emergem quando o intelecto se harmoniza com a sensibilidade. O artista, o pensador e o cientista não criam a partir do vazio, mas de uma escuta interior que os antigos chamavam de inspiração. Nesse sentido, a musa não é uma entidade externa que impõe ideias, mas a expressão simbólica de um estado de abertura da consciência ao sentido profundo da existência.
Filosoficamente, as Musas representam a recusa do esquecimento como destino. Em um mundo marcado pela transitoriedade, elas afirmam a permanência do significado. Cada obra de arte, cada poema, cada investigação científica torna-se um gesto de resistência contra o caos e a dispersão. A tradição ocidental, desde a Grécia clássica até a modernidade, herdou delas a convicção de que conhecer é recordar, e criar é participar de uma ordem mais alta.
Na contemporaneidade, embora o culto ritual às Musas tenha desaparecido, sua presença permanece viva. Elas sobrevivem nos museus, nas academias, nas universidades, na linguagem cotidiana que ainda fala de inspiração e gênio criador. Persistem como metáforas vivas da necessidade humana de dar forma ao indizível e sentido ao efêmero. Mesmo em uma era tecnológica, continuam a sussurrar que não há progresso sem memória, nem inovação sem raiz.
Assim, as nove filhas de Zeus não pertencem apenas ao passado mitológico. Elas habitam o íntimo da cultura, sustentando silenciosamente a ponte entre o caos e a ordem, entre o instante e a eternidade, lembrando à humanidade que toda verdadeira criação nasce do diálogo profundo entre a memória e o espírito.

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A HEREDITARIEDADE À LUZ DO ESPIRITISMO:
GENÉTICA, ESPÍRITO E A PEDAGOGIA DA ENCARNAÇÃO.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec no século XIX, oferece uma leitura singular e profundamente coerente acerca da constituição do ser humano, integrando ciência, filosofia e espiritualidade em uma síntese harmônica. Embora o conceito moderno de genética ainda não existisse à época de Kardec, suas análises sobre a hereditariedade antecipam reflexões que a ciência contemporânea apenas viria a desenvolver plenamente décadas mais tarde. Ao distinguir com precisão a herança biológica da herança espiritual, o Espiritismo inaugura uma compreensão ampliada da natureza humana, na qual corpo e espírito se articulam sem se confundirem.
Kardec reconhece, com clareza científica, que os traços físicos são transmitidos dos pais aos filhos por mecanismos materiais. A forma do corpo, a estrutura orgânica, as disposições fisiológicas e certas predisposições patológicas pertencem ao domínio da hereditariedade corporal. Essa transmissão se dá segundo leis naturais que regem a matéria viva, hoje compreendidas pela genética. O corpo, nesse sentido, deriva do corpo, submetendo-se às leis biológicas que organizam a vida material.
Entretanto, o Espiritismo estabelece uma distinção fundamental ao afirmar que as qualidades morais, intelectuais e afetivas não são produto da herança física. O Espírito, princípio inteligente e individual, preexiste ao corpo e sobrevive a ele. Cada ser traz consigo um patrimônio moral construído ao longo de múltiplas existências, composto por experiências, conquistas, quedas e aprendizados. Assim, virtudes, inclinações, tendências e aptidões não procedem dos pais, mas da história espiritual do próprio indivíduo.
Essa distinção conduz ao conceito de afinidade espiritual. As semelhanças morais frequentemente observadas entre membros de uma mesma família não resultam de herança genética, mas da reunião de Espíritos afins que se atraem por similitude de tendências. A família, sob essa perspectiva, não é apenas um agrupamento biológico, mas uma comunidade espiritual reunida por laços de afinidade, de reparação ou de aprendizado mútuo. Daí a explicação, apresentada por Kardec, para a existência de famílias moralmente elevadas ou, ao contrário, marcadas por conflitos recorrentes: são Espíritos que se reencontram para progredir juntos.
Elemento central dessa dinâmica é o perispírito, definido como o envoltório semimaterial do Espírito. Ele atua como intermediário entre a alma e o corpo físico, servindo de molde organizador durante a encarnação. É por meio dele que as necessidades evolutivas do Espírito se refletem na formação corporal, influenciando predisposições, limitações e tendências, sempre dentro dos limites das leis naturais. O perispírito não cria o corpo, mas orienta sua estruturação conforme o planejamento reencarnatório.
Nesse contexto, a genética não é negada, mas integrada. Ela constitui o instrumento material por meio do qual se expressa uma realidade espiritual mais profunda. O corpo é o veículo, não a causa primeira. A herança genética oferece os meios; o Espírito, a finalidade. Assim, a ciência e a espiritualidade não se opõem, mas se completam, cada qual atuando em seu campo próprio.
A reflexão se aprofunda quando se considera a encarnação como processo educativo. Segundo o Espiritismo, ninguém encarna ao acaso. A escolha das condições de nascimento obedece a critérios de necessidade moral e progresso espiritual. As limitações físicas, as dificuldades familiares e as circunstâncias sociais não são punições arbitrárias, mas instrumentos pedagógicos destinados ao aprimoramento do ser. A justiça divina manifesta-se não pelo sofrimento imposto, mas pela oportunidade de crescimento que cada experiência proporciona.
Nesse sentido, a encarnação revela-se como expressão da pedagogia divina. O sofrimento deixa de ser visto como castigo e passa a ser compreendido como meio de aprendizagem. A dor, quando compreendida à luz da imortalidade da alma, adquire sentido educativo e libertador. Cada existência corporal representa uma etapa no longo percurso de aperfeiçoamento do Espírito, que avança gradualmente rumo à plenitude moral.
Allan Kardec, em obras como O Livro dos Espíritos, A Gênese e a Revista Espírita, apresenta essa visão com notável coerência filosófica. A vida material surge como campo de experiências necessárias, onde o Espírito aprende a dominar suas inclinações inferiores, desenvolve virtudes e constrói sua própria elevação. Não há privilégios, nem condenações eternas, mas uma justiça divina baseada na responsabilidade e na misericórdia.
Assim, a doutrina espírita não apenas dialoga com a ciência, mas a transcende ao inserir o ser humano em uma perspectiva mais ampla de sentido e finalidade. A genética explica o mecanismo; o Espiritismo revela o propósito. A matéria fornece o instrumento; o Espírito lhe confere direção. Dessa síntese nasce uma compreensão mais profunda da existência, na qual cada vida é uma lição e cada experiência, uma oportunidade de crescimento moral.

" Que essa compreensão ilumine o entendimento humano e fortaleça a consciência de que a existência corporal não é um fim em si mesma, mas uma etapa necessária na longa jornada de aperfeiçoamento do Espírito rumo à plenitude moral. "

Inserida por marcelo_monteiro_4

INVERNO QUENTE 🔥

Será que eles perderam-se
Ou se enganaram na estação?
Falaram que entraria o inverno
Mas na verdade, entrou o verão! 😓🌤

Não lamente uma perda, ao contrário mude suas atitudes, seu modo e seu jeito de viver.

Inserida por tiagoharris1

Eu sinto ciúmes porque tenho medo de perder você idiota.

Inserida por KJLins

A estada no inferno diminui toda vez que conseguimos ainda nesta existência reparar parte do erro, da infelicidade e do mal que causamos a outrem por amor com convicção de que só o bem em verdade liberta na mesma direção.

Inserida por ricardovbarradas

⁠Eu disse-te para não te preocupares, eu não vou me perder. Mas como não me perder?
Se eu me perder nos teus olhos que cativam,
Toda vez que os meus lábios tocam os teus. Se eu vou me perder toda vez que você me intimidar com seu olhar de "Felina" como se eu fosse o macho que você queria devorar na cama. Quando estou nos teus braços, sinto-me como uma agulha no meio de um palheiro, confortavelmente, dou por mim a descansar no teu celeiro."

Inserida por Lefralpgeminiano1