Perda de um Amor
E quando eu entendi que, quem me perde, perde tudo. Você ficou sem nada! Nem todas as boas lembranças, os sorrisos, o amor vivido, vai de fato preencher o seu vazio.
Um dia pode ser que veja perdidos em algum canto pela casa, pela Internet ou até mesmo pela vida as minhas frases escritas e jamais ditas. Meus poemas escritos e jamais vividos, meus sonhos sonhados e que não puderam ser mais realizados.
A solidão dói.
No entanto, quando eu estava quase perdendo minhas forças, ouvia a respiração dos meus filhos, a risada contagiante, a fala inocente e a alegria presente.
Então, meu corpo reagia, o ar voltava, e, devagar, tudo se encaixava novamente.
Apesar dos pesares só temos uma boa chance de chegar mais perto da tão sonhada felicidade. Perdoar se, voltar a caminhar com amor mais atento e re começar tudo de novo mas conjugando todos os verbos da vida, na primeira pessoa.
Quem perdoa o outro, perdoa a si mesmo três vezes três. Da mesma forma que quando apontamos o dedo indicador para o outro apontamos abaixo dele três dedos para si mesmo. A tríade é sagrada e a base de toda geometria divina por semelhança, como é em cima é em baixo nos alertava Tremegistus, e no meio o universo paralelo.
Perdoar sempre é tornar se melhor, aperfeiçoar se e aparar as arestas dos desgastes da pedra bruta, todos os dias.
A maior gloria dos vencedores é sempre respeitar e não retaliar o oponente perdedor. Distante disto não há vencedor e todos os lados, muito perdem.
Em um tempo de tantas perdas, tantos famintos de comida, carinhos e de justiça, outros abandonados e desviados a própria sorte, tantos órfãos de espirito e atenção, a Maçonaria festiva de novos poderosos dentro dela mesma com sorrisos largos não faz parte de minha realidade. Resisto e me rejubilo diante as poucas ações de beneficência e benemerência do amor fraterno mais puro a cada irmão iniciado ou profano. No perpetuo sonho na construção de um mundo melhor.
Semeio amigos verdadeiros pela vida todos os dias e os inimigos, perdôo e rogo a Deus que sejam muito felizes mas bem distantes de mim.
Me perdoem as cariocas, as gauchas, as paulistas e as meninas do povo mineiro mas mulher formosa, mesmo fogosa e com a cor do pecado a qualquer sorte, está no norte, só mesmo as da amazônia.
Diante de qualquer grande sofrimento, se houver tempo pedimos perdão mesmo que não nos julguemos culpados. A dor de quem sofre, encobre os limites da humildade, da razão e da sanidade sendo assim cabe a quem se aproxima, por compaixão exercer uma dose bem maior de generosidade. Não existe certo ou errado e sim abandono, solidão e cumplicidade. Todos nos precisamos um dos outros, indivisivelmente, para que tenhamos a certeza que vale a pena, viver.
Odeio, quase sem perdão, quem me tira da solidão, promete ilusão e fica com joguinhos infantis dizendo não.
Ir alem é ter a capacidade de perdoar, apagar, desaprender o que estava errado, equivocado e aprender o certo, tudo de novo.
Distante da humildade não há a verdadeira amizade do mesmo modo generoso que distante do perdão não há o verdadeiro amor que a tudo transcende e completa, só ilusão.
Podemos até perdoarmos algumas fraquezas que cometemos com cabeça vazia ou em um momento de carência e sem juízo mas diante o que já não está dando certo em uma nova relação, qualquer passo nesta direção seria imperdoável..."Pai afasta de mim este cálice", conserve sua dignidade, seu espirito solitário mas livre e preserve seu coração - instinto sentimento selvagem de um tipo especial de liberdade que nasceu com você e só você entende bem.
