Parei e Fiquei Olhando
Eu tentei despistar o amor.
Me disfarcei, coloquei peruca, bigode – fiquei perua.
Mas não dá – o amor segue.
O seu amor por mim acabou, mas você nem foi Homem o suficiente pra me avisar.
Fiquei sem saber o que fazer.
Fiquei sem chão.
e agora estou tendo dificuldade pra me encontrar.
Não chorei, não gritei, não fiquei chateado, não bati pé. Pra que fazer tanto barulho? Quem vai, nunca me pertenceu.
Eu, que era livre para voar
Cortei as minhas próprias asas
Fiz de você a minha casa
Fiquei aqui com você
Eu fui sentindo o frio chegando
E o seu perfume acabando
Eu me refiz pra não ter que ver você me deixando
Hoje eu encontrei a mais bela
Fiquei no desajeito
Como sempre, como bobo
Que adora ver sorrir
Seus olhos apertados
E admirar sua verdadeira beleza
Era como voar
Até um arco-íris
E beijar as suas
Sete cores
Entre um olhar
E um querer
Muitas vidas
Pra te amar
E andar de mãos dadas
Na certeza
Do destino que mora
Num pote de ouro
Ao findar
A noite...
No caminho, a lua
Que era linda
Mas eu preferia
Sua luz bela
Que em mim
Há de ser infinda
Como a espera
Por cada encontro.
Então você sumiu
Você desapareceu
Fiquei preocupado
Nem notícias suas mais me deu
Quem sabe foi embora
Pra voltar outrora
Ou talvez nunca mais voltar.
Hoje, logo pela manha me deu vontade de dizer o quanto te amo, fiquei pensando e percebi que eu não sabia dizer exatamente o tamanho do meu amor por ti.
Eu já sofri, fiquei nervosa, chorei e fui até muito grossa com pessoas que, de um jeito ou de outro tiraram a minha paz.
Esse "tirar a minha paz" andou me derrubando, confesso; não consegui ser inteira/completa com coisas/pessoas que eu sempre amei. Isso porque eu nunca havia permitido, até então, que algo ou alguém fizesse isso.
Dessa forma, hoje (depois de perder noites de sono refletindo) eu consegui entender algo que deveria e pode ser simples: Nós somos os únicos responsáveis por tudo o que sentimos, não os outros. Se você sabe do seu caráter, não se demore com pessoas que não querem te ver bem, insistem em te deixar pra baixo e não sabem dos seus valores e, normalmente elas fazem isso desconfiando da sua idoneidade e te julgando na primeira oportunidade que tiverem ou, sempre criticarão seus atos (vale ressaltar o "sempre").
Não retribua com nervosismo, agressividade e pensamentos negativos ao "mal" que te fazem, simplesmente se afaste. Parece fácil e é, sabia? Por quê? Porque a nossa vida só vai pra frente quando pessoas que nos puxam pra trás fiquem no seu devido lugar: lá atrás. Já foi o tempo em que eu realmente acreditava que o mundo era feito somente por pessoas boas e que torciam pelo nosso bem, pela nossa felicidade.
A felicidade e a paz de espírito infelizmente são as coisas mais invejadas nos tempos de hoje. Dessa forma, nunca se esqueça que cada pessoa que se aproxima de você pode de repente estar travando uma guerra não com você mas com ela e, não queira você fazer parte dessa batalha de mágoa, rancor, traumas e amarguras que não te pertencem.
Hoje depois que você foi embora, fiquei pensando tudo o que passamos nesses últimos anos e cheguei a conclusão de que aquela fase de paixão chegou ao fim, não que eu não sinta mais borboletas no estômago ao lembrar dos seus beijos ou que eu não me sinta mais ansiosa se você diz que vem, pelo contrário, sinto tudo com mais intensidade, mas falo pelas despedidas, hoje eu não me sinto mais como uma adolescente insegura e de coração aflito que tem medo de te deixar ir, eu me tornei uma mulher segura dos meus sentimentos e quando você se vai, a minha intuição me assegura de que você sempre vai voltar, porque no fundo você também sabe que precisa voltar pra buscar o que é seu. Comparando o nosso passado com o nosso presente eu vejo que trocamos a paixão pelo amor, a insegurança por cumplicidade e a vontade por desejo de estar juntos. E hoje eu fico feliz em dizer que depois de nossas despedidas, eu troquei as lágrimas do vazio que você deixava por sorrisos ansiosos de ter novamente seu cheiro em meu travesseiro!
O céu caiu... Meus anjos também caíram... De repente, tudo ficou chato, eu fiquei totalmente louco, me afundei no fundo do poço, mas existiram aqueles que queriam me ajudar, quiseram me tirar deste poço tão profundo, e eu os amo profundamente, aqueles que estivestes comigo, jamais abandonarei, nos momentos difíceis, estarei se precisares de mim, pois minha pessoa, és tua amiga.
-G.L
Você me trocou. Foi embora sem nem olhar para trás. E eu fiquei com os resquícios do que você deixou, com essa ferida no peito que não se desfaz.
Esta noite apanhei, fiquei ali enquanto as palavras me batiam. Inquieto, pensativo, e as palavras me castigando. Estranho, mas apesar da surra, não estou com marcas. Essas tentativas da minha mente de me pegar nos meus erros e acertos já não funcionam. Esta noite as palavras me bateram, sabe o que faço? Tiro elas de mim. Toma, façam o que quiserem com elas. Eu? Deixa "eu" viver em paz.
Quando fiquei velha ainda era moça... por isso tenho o andar vagaroso e o olhar demorado. Por isso compreendo a urgência da vida dentro da paciência tão necessária. Porque se nada é pra já, nada também se repete, e um atraso, meu amigo, um atraso pode significar mais que um depois; pode significar nunca mais!
Esquecido
Eu voltei sem nunca ter ido,
Escutei muitas pessoas,
E no fim fiquei com meu colação partido.
Estive muito perto,
Mas sempre muito longe,
Por isso fui esquecido.
Sempre aqui,
Sempre ao seu lado,
Não sei como você não tinha me notado.
Tanto tempo,
Por quê a censura?
Teria sido eu, o seu mero passatempo?
Senti raiva,
Fui de certa forma ignorado,
Mas talvez isso não seja errado.
São apenas sentimentos,
Apenas sentimos,
Não controlamos.
Estou cansado,
Isso é tão exaustivo,
Sinto que já estou até debilitado.
Eu fiquei em silêncio pra não te machucar___mas era um silêncio carregado de palavras.
Ainda não consigo expressar nenhuma___sequer um "sinto muito" !
A última vez que vi meus pais
Dias de Neblina.
Era novembro de 1998, como fiquei assistindo TV até tarde, acabei dormindo na rede daquela vasta cozinha, estava frio naquela madrugada quando de repente senti um cobertor cair sobre mim, uma mão encaixando o cobertor no meu corpo, e muito mais que aquecer, aquelas mãos davam a certeza de cuidado, carinho e proteção.
Algumas horas depois ouvi o cantar do galo e a algazarra dos animais do sítio, e antes mesmo de amanhecer ouvi o barulho da grosa (objeto usado para ralar guaraná em bastão), enquanto o fogo do fogão a lenha era aceso aquecendo aquela manhã, as vacas já mugiam no curral, ouvi voz de meu pai chamando-as pelo nome para a ordenha, Morena, Jangada, Manteiga, Mimosa, Pretona, Pretinha, Rainha, Estrela…,enfim era cada nome de vaca que vinha da criatividade do meu pai, o mais interessante que ao ser chamada cada uma respondia com um mugido quando o seu nome era gritado, como se estivessem respondendo uma chamada.
Eu ainda deitado e sonolento, comecei a sentir o cheiro delicioso de bolo frito e chá, e os passos de minha mãe na cozinha que já estava preparando tudo pois horas depois já teríamos que ir embora, e ela não admitiria um filho sair de casa sem alimentar-se. Ao me levantar percebi que a manhã estava fria e que todo sítio estava coberto por uma neblina, aos poucos meus irmãos foram acordando e arrumando as malas, era visível no olhar de minha mãe a mistura de uma alegria e tristeza.Nesse momento meu pai já tinha terminado a ordenha e encheu algumas garrafas de leite e colocou em nossas malas, logo em seguida foi colocar o cavalo na charrete para nos levar até o ponto de ônibus que ficava na porteira de entrada do sítio.
- Benção mãe!
- Deus te abençoe, que Deus te guarde e te de muito juízo.
Minha mãe sempre aproveitava esse momento para dar uma alfinetada (risos).Subimos na charrete com meu pai enquanto minha mãe ficava na porta da cozinha nos vendo sair, nessas horas as suas lágrimas desciam como uma cachoeira, ela sempre chorava toda vez que tínhamos que ir embora, à medida que nos afastamos do sítio sua imagem na porta da cozinha embaçava até ao ponto que não era possível mais vê-la. No caminho até a porteira meu pai aproveitava para nos dar conselhos, lembro que nesse dia ele comentou que é tristeter tantos filhos e não ter ninguém tão perto sempre, mas que isso era preciso, pois estudar era necessário.
Ao chegar na porteira já podíamos ouvir o barulho do ônibus chegando e rapidamente nos despedíamos.Ele pegou a charrete e voltou para o sítio e nós ficamos na porteira observando ele se afastar em meio a neblina até no momento em que não era mais possível vê-lo, mas podia se ouvir uma canção antiga que ecoava do meio daquela neblina, minha mãe sempre dizia que ele só cantava aquelas músicas quando estava feliz.
O ônibus passou e viemos embora, essa foi a última vez que vi os meus pais.Já voltei no sítio várias vezes depois disso, e toda manhã com neblina sinto um desejo imenso de procurá-los em meio àquela neblina, mas não consigo ouvir os passos de minha mãe ou tão pouco a cantiga antiga do meu pai.
Ailson Nascimento
31/08/2014 as 03:30