Paragrafos de Amor

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É o desejo que cria o desejável e o projeto que lhe põe fim.

Simone de Beauvoir
BEAUVOIR, S. The Ethics of Ambiguity,1947

Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.

Mário de Andrade

Nota: citado em "Como escrevo?" de José Domingos de Brito, Novatec Editora, página 185.

Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.

Muitos homens têm um orgulho que os leva a ocultar os seus combates e apenas a mostrarem-se vitoriosos.

Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.

Os superiores nunca perdoam aos inferiores que ostentam a aparência da sua grandeza.

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978

São curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia.

Contra o calar não há castigo nem resposta.

A glória é um veneno que se deve tomar em pequenas doses.

As desgraças buscam o desgraçado mesmo que ele se esconda nos cantos mais remotos da terra.

A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa.

Muito se perde por falta de inteligência, porém muito mais por preguiça e aversão ao trabalho.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.