Para Entender a Alma

Eu acredito no prazer da carne e na solidão irremediável da alma.

Os defeitos da alma são como os ferimentos do corpo; por mais que se cuide de os curar, as cicatrizes aparecem sempre, e estão sob a constante ameaça de se reabrirem.

A música oferece à alma uma verdadeira cultura íntima e deve fazer parte da educação do povo.

Se o corpo chamasse a alma perante a justiça, ele a convenceria facilmente de má administração.

Dá tanto trabalho escrever um livro mau como um bom; ele brota com igual sinceridade da alma do autor.

Minha alma é feita de luz e trevas; nada de brumas. Ou faz bom tempo ou há temporal; as temperaturas variáveis são de pouca duração.

A formosura da alma campeia e denuncia-se na inteligência, na honestidade, no reto procedimento, na liberalidade e na boa educação.

Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.

A educação é para a alma o que a escultura é para um bloco de mármore.

Já é vender a alma não saber contentá-la.

Alma que sente frio
distância que aprisiona
A saudade está no cio.

O dinheiro não é necessário para comprar uma única necessidade da alma.

Partida, hora amarga
Enche-se alma de saudades
E os olhos de lágrimas...

Um corpo corruptível pesa sobre a alma e - tenda de argila - oprime a mente pensativa.

Não é a nossa condição, mas a índole da nossa alma que nos torna felizes.

A discrição é para a alma o que o pudor é para o corpo.

A indiferença é o sono da alma.

A alma é uma coisa que a espada não pode ferir, o fogo não pode destruir, que as águas não podem maltratar, que o vento de meio-dia não pode secar.

Para mim, não há nada mais importante no futuro que o desenho. É a alma de tudo o que é criado pelo homem.

Oh estações, oh castelos!
Que alma é sem defeitos?

Eu estudei a alta magia
Do Amor, que nunca sacia.

Saúdo-te toda vez
Que canta o galo gaulês.

Ah! Não terei mais desejos:
Perdi a vida em gracejos.
Tomou-me corpo e alento,
E dispersou meus pensamentos.

Ó estações, ó castelos!

Quando tu partires, enfim
Nada restará de mim.

Ó estações, ó castelos!