Paolo Mantegazza

O egoísta, embalsamando-se a si mesmo, transforma-se numa múmia, que não sente a dor, mas que não goza a alegria.

A honra nunca se ofende impunemente: nunca existe por metade; inteira é forte, ferida está morta.

Os críticos são os ruminantes da literatura.

Entre a avareza e a prodigalidade encontra-se a economia, e esta é a virtude que o homem honesto deve praticar.

Socialismo significa apenas inveja do dinheiro alheio.

A castidade é a sombra do amor.

O gênio é sempre modesto, porque a modéstia é o pudor da força.

Nenhum homem vulgar pode tornar-se um génio por obra da educação.

Os afectos podem às vezes somar-se; subtrair-se, nunca.

As ciências começam e acabam com um crepúsculo, com um ponto de interrogação.

Acima do homem está o dever; acima do dever não existe talvez senão Deus.

A ciência é o melhor instrumento para medir a nossa ignorância.

Além da segunda edição, os casamentos pertencem à história das múmias ou dos fósseis.

Adoro sob todas as formas de linguagem a música, porque ignoro ainda a ignomínia da gramática e da filosofia.

Da ciência devemos dar a cada um o que ele pode digerir.

A dor é o pólo, de que refoge sempre, e em toda a parte, não só a humanidade inteira, mas toda a legião infinita dos seres vivos.

O belo é o Deus universal dos homens.

Ter espírito cada dia, cada hora, é quase prova segura de mediocridade de engenho.

O amor platónico é uma chave falsa ou uma gazua para poder penetrar na casa alheia sem ser visto.

O ciumento sempre espiona, sempre duvida, sempre sofre; indaga do passado, do presente, do futuro; nas carícias busca a mentira; no beijo procura a indiferença; no amor teme a hipocrisia.