Pálida
A dimensão do amor de Deus por nós…
Se tivéssemos a mais pálida ideia da extensão do amor de Deus por nós, com toda certeza, nossa vida seria bem mais feliz e muita coisa desagradável seria evitada.
Infelizmente, como seres céticos que somos, pois a nossa fé ainda é muito vacilante, somos imediatistas e o que pedimos a Deus queremos que se realize de qualquer jeito. E ainda ficamos com raiva quando não somos atendidos. Não entendemos porque não nos ouviu os pedidos, em sua grande maioria totalmente absurdos e sem sentido, que solicitamos insistentemente.
Ainda bem que Ele não concede tudo aquilo que reivindicamos, que no nosso entender parece justo, mas que no fundo seria um mal, se atendido fosse.
Depois de receber tantas benesses pelas mãos misericordiosas do Pai, ainda é muito grande o números de pessoas agnósticas ou que dizem de maneira pró forma que n’Ele creem.
Bem-aventurados aqueles que não precisam de milagres fabulosos para acreditarem no amor de Deus por nós.
Tristes, muito desolador, aquelas pessoas que necessitam de fenômenos externos para Nele crerem. A sua misericórdia e o seu amor infinito manifestam-se diariamente, por que não dizer, a todo instante, através de pequenas mas grandiosas coisas e o nosso orgulho e vaidade exacerbados não nos permite reconhecer e enxergar o quão Deus é pura bondade e perfeição.
Muita gente acha que precisa de templos e cultos de adoração a Ele, de que adianta tanta ostentação se a teoria é grande, as demonstrações enormes mas a prática é zero? Se quase todos daqueles que se dizem seus adoradores, são possuidores de uma fé vacilante e se preocupam exclusivamente em manter apenas as aparências? Não sou santa, espírito puro, porém o que mais vejo por aí são pessoas filiadas a instituições religiosas, integrantes de seus quadros de participantes, que realizam belíssimos sermões quando encontram-se em uma tribuna, e ao sair dali nada exemplificam do que acabaram de pregar.
Não, Deus não quer isso. O que Ele quer é que tenhamos uma fé sólida, nunca duvidemos da sua assistência amorável junto a cada um de nós, independente de cultos suntuosos em sua homenagem.
O que muita gente esquece é que Ele tudo sabe, penetra no âmago dos corações de suas criaturas e de nada adianta querer ludibria-lo porque Ele sabe o que se passa no íntimo de cada um.
Deus demonstra o seu amor a nós de várias maneiras. Se formos atentos, perceberemos claramente nos pequenos detalhes que passam despercebidos no nosso cotidiano.
Ele ajuda as criaturas através das próprias criaturas. Muitas vezes colocando alguém na nossa vida e por meio dessa pessoa recebemos a ajuda que necessitamos, e cegos que somos frente às coisas espirituais, rendemos todas as homenagens possíveis e imagináveis aquele (a) que nos ajudou, esquecidos do infinito amor de Deus por nós, outras vezes somos intruídos a procurar alguém ou fazer algo que nos leva a receber o socorro que precisamos. E quando isso acontece dizemos: Que pessoa maravilhosa que me ajudou! Como recebo boas intuições! É necessário que saiamos do estado letárgico em que nos encontramos, despertemos a fé adormecida em nós e compreendamos que tudo que nos acontece de bom, o único autor é Deus, as pessoas são apenas instrumentos usados por Ele.
O orgulho e a vaidade fazem com que nos tornemos indiferentes, com a fé esmaecida, achando que tudo de melhor provém de nós mesmos. Óbvio que quando nos tornamos pessoas esclarecidas a respeito das coisas espirituais, contribuímos muito para que tudo conspire de uma forma mais favorável para nós, contudo sem esquecer da misericórdia divina sempre atuando a nosso favor.
Sejamos, pois, mais conscientes e confiantes da dimensão do infinito amor de Deus por nós.
Delírio de amor
Quando na alta noite na amplidão flutua pálida lua com seu fatal esplendor... Não sabes, querido, que por ti suspiro e que deliro a suspirar amor!
Surdina (em Alma Inquieta)
No ar sossegado um sino canta,
Um sino canta no ar sombrio...
Pálida, Vénus se levanta...
Que frio!
Um sino canta. O campanário
Longe, entre névoas, aparece...
Sino, que cantas solitário,
Que quer dizer a tua prece?
Que frio! embuçam-se as colinas;
Chora, correndo, a água do rio;
E o céu se cobre de neblinas...
Que frio!
Ninguém... A estrada, ampla e silente,
Sem caminhantes, adormece...
Sino, que cantas docemente,
Que quer dizer a tua prece?
Que medo pânico me aperta
O coração triste e vazio!
Que esperas mais, alma deserta?
Que frio!
Já tanto amei! já sofri tanto!
Olhos, por que inda estais molhados?
Por que é que choro, a ouvir-te o canto,
Sino que dobras a finados?
Trevas, caí! que o dia é morto!
Morre também, sonho erradio!
- A morte é o último conforto...
Que frio!
Pobres amores, sem destino,
Soltos ao vento, e dizimados!
Inda voz choro... E, como um sino,
Meu coração dobra a finados.
E com que mágoa o sino canta
No ar sossegado, no ar sombrio!
- Pálida, Vénus se levanta...
Que frio!
Espaços vazios...
Pálida é a paisagem que dos olhos se distancia.
Nau à deriva, chama sem vida: geleiras de um coração que desaprendeu o amor...
Na pequenez de mim te espelhaste...
Não vês? Tampouco sentes?
Pequena.
Seus cabelos e olhos já não brilham mais
Sua boca está seca
Em sua pele pálida marcam os ossos
Em suas mãos um lenço branco
Para enxugar as lágrimas que já não caem mais.
— Eu não quero estar sempre com a pele pálida e olhos inchados.
— Só por um sorriso no rosto que tudo dá certo.
— Também não quero. Eu costumava usar esse sorriso quando queria enganar a minha tristeza. Perda de tempo. Não se engana a tristeza.
— O que tu queres então?
— Quero ser feliz.
— O que te impede?
— Você.
— Eu? Por quê?
— Não dá.
— Não dá o que?
— Pra ser feliz…
— Por quê?
— Não sem ter você…
Silêncio.
Que cidade pálida!
As ruas chorando tão tristes. E os males: corrupção, ignorância, medo, egoísmo... Ainda imperando sob o véu da hipocrisia e do silêncio à submissão do seu povo.
Minh'alma pálida, meu corpo nu, dócil.
Verdadeiro como o verão islandês, puro, livre.
Nada me atormenta, nem mesmo a mais brava tormenta, nem a tromba d'água, nem as palavras, nem as amarras.
Nada sufoca, nada queima, nada. Nada toca, nada sente.
Meio vão. Meio, vazio...
A paz e o manto negro da noite
A calma luz pálida da lua
Um gosto adocicado me vem a boca
Será esse o sabor do teu beijo?
Sábado bucólico.
Solidão.
Preciso muito encontrar minha princesa pálida.
Ou alguma mucama de ébano...
Comparo o amor que senti por aquela garota de cabelos vermelhos,pele pálida e olhos verdes a uma criança que se apaixonou por uma estrela e que, apesar de todo o prazer que sentia ao fantasiar aquele romance pra lá de platônico, sabia que ela era inalcançável e que lhe restava apenas o destino de amá-la à distância, sabendo que ela jamais brilhará em seu céu!
Desejo
Desejo
Tocar sua pele pálida
Sentir o teu corpo cálido
Deitado sob o chão gélido
Misturar-me em tua química
Beijar tua boca trêmula
Desafiar a tua física
Numa amálgama
de amor clássico com paixão cênica
Em cada partícula de teu ser
E a ti unir-me em eterno vínculo.
Terravana
Da pele pálida e fúnebre
À alma bela e colorida.
Oh céus, não digna de comparação,
És como uma psicodélica canção.
Entende a contradição?
Parece clichê e inverossímil
A relevância que exala sobre teu ser.
Ao teu abraço, recanto.
União de l'arte esse teu sorriso
Que entristece-me ao arrefecer.
Fica essa tristeza
no olhar do dia
E as flores na janela
da cozinha
em pálida-cor
Perdem todo viço
Mingua a beleza do horizonhte,agora nublado
Onde outrora meu olhar te alcançava entre,flores,sonhos ,fantasias...
Mas permanece
essa tristeza
no olhar do dia
Um dia sem canções
Um dia de poesia.
Marco teles
praça da saudade
na pálida luz de uma lembrança amena
no silêncio de um poema de Anisio Melo
me lembro da praça da saudade e nela
tua imagem sob o caramanchão
não há uma saudade ali inscrita
mas uma espécie de sonho, de passado
de águas de uma chuva fina
de sombras de uma festa
O arrepio da pele
Nos dias frios
A boca pálida
No beijo amargo
E o corpo arde
Em febre sobre o chão
Respiro momentos
Enganando a solidão
Linda e pálida, deitado em um mato com cheiro de cravo, sussurra meu nome com voz de sono, chamado dos anjos. Meu coração dispara em súbito para, só para apreciar em silêncio o som do movimento de seu corpo girando na grama.
Vida da minha vida,
Tu me pareces azeitona pálida,
Ou bem uma rosa esquálida,
Mas de beleza és diva,
E em qualquer modo sempre me és querida,
Ou anelante, ou esquiva;
E quer fujas, quer sigas,
Suavemente me destróis e obrigas.
