Oculto
Amanhece e sol está oculto
Brilho varia e somem
As nuvens paralisa, consequente variação do tempo.
A vida é assim, precisa de tristeza para transformar em alegria do sol.
Era amor
Esperaste reais abraços
Espantou rachaduras árdua
Antigiu o mar oculto
Para refazer o sentir
Para navegar novamente
Longevidade
Linha extensa
Oculto tempo passando como navio a navegar
Gosto de explorar o vasta intensidade
Idade de quem degusta as aventuras
Demonstra envolvimento em viver a intensidade que chamou de longo tempo.
Erros da vida
Esses rascunhos necessários
Esse ritmo oculto
Da singularidade chamada ser
Destruição de efeitos colaterais
Vivência de uma intensidade
Demasias das sensações.
Oculto
Fartei-me de mostrar o meu encanto
De cair em pranto
De elucidar minha ternura.
Hoje sei de que nada adianta
O que me é sentimental.
O que eleva o meu feitio e
Coloca noutro coração
A minha galhardia
É o meu intencional.
Em um canto oculto, onde sombras dançam,
Nossos olhares se cruzam, a tensão avança.
O mundo lá fora, tão distante, tão frio,
Aqui, neste abrigo, encontramos nosso fio.
A adrenalina sobe, o coração acelerado,
Um espaço secreto, nosso amor revelado.
O toque dos dedos, como fogo a queimar,
Sussurros de desejo começam a ecoar.
No silêncio da noite, sob a luz da lua,
Nossas almas se entrelaçam em pura rua.
Proibido e intenso, o momento se faz,
Cada beijo ardente é um passo audaz.
As paredes guardam segredos de paixão,
Enquanto nos perdemos em nossa canção.
O medo do mundo se dissolve no ar,
Quando nos entregamos ao prazer de amar.
E assim, naquele lugar onde tudo era nosso,
Desafiamos limites, quebramos o colosso.
A primeira vez é um doce arriscar,
Um hino à liberdade que vem nos guiar.
Que o eco daquela noite nunca se apague,
Que a lembrança viva em nós sempre se trague.
No sussurro do proibido, eternamente guardado,
Nosso amor floresce em cada instante vivido.
O desejo é um sentimento alheio, o qual vaga o tempo inteiro. Oculto está, muitas vezes interpretado na incerteza, em uma infinita clareza, na mente de que o tem.
Aqui, cada emoção é sacerdócio,
cada lágrima, um rito oculto,
cada impulso, uma esfinge que guarda
o nome secreto do despertar.
Somos, então, harpas da gravidade invisível,
vibrando entre o abismo e a aurora,
entre o punho da raiva e a palma do afeto,
entre a sombra que fere e o verbo que liberta.
A tristeza — carvão para o ouro.
A alegria — sol que canta sob a pele.
O medo — vigia e labirinto.
A culpa — espelho que sangra
quando se nega a olhar.
Não somos senhores do sentir,
mas portais por onde o sentir se revela.
E o caos, tão temido,
não é ruína — é catedral em construção.
No ventre da dor germina a lucidez.
No silêncio do trauma, a chave.
No desequilíbrio, o mapa.
Na dúvida, o mestre disfarçado.
Que tua alma, ao ler-te,
não tema as marés que a erguem ou afogam —
pois toda emoção, quando escutada com reverência,
é alquimia.
E todo caos, quando acolhido com presença,
é caminho.
O tempo já começou a se curvar. Que todo segredo oculto se curve à verdade. Que a vibração do justo ressoe acima do ruído.