Obrigada pela noite
Alforria
Na escuridão meus dedos são tomados
Aperta minha dor
Esmaga minha angústia
Amores são olvidados
Nos sonhos insanos e profanos
Esquecida num tempo de ilusões
Busco nos arredores das senzalas
Desejos aprisionados
Nas celas tristes e frias
De uma noite cálida.
Nas sombras onde passo
Mal vejo com nitidez a nuance
Do corpo que percorre a madrugada
Na busca do que perdeu
Encarando os fatos com largos passos.
A noite sempre traz consigo a paz. É no limiar do anoitecer que os acontecimentos diurnos vão ficando para trás e a entrada da noite chega trazendo sua calmaria.
Ombros da Saudade
Naquele instante que os olhos percebem
A envergadura do mistério da noite,
O silêncio vela por aqueles que descansam.
Nos ombros da saudade o frescor dos dias
De chuva de verão cavalga em direção do nada
A vida passa rapidamente acenando e sorrindo.
Assim, fica apenas a sensação de que alguma coisa
Ficou para trás e nós apenas observamos.
Eu não consigo entender se da boca que disse eu gosto de você também disse não há nada que eu possa fazer.
Preciso resolver algo que deixei estacionado e se depois tiver que acontecer a gente volta a se ver.
As ondas do mar carregam lembranças do que já fomos
Numa dança de momentos perdidos e sonhos que afundaram
Nossas pegadas na areia agora se apagaram
E o vento sopra as palavras não ditas que se soltaram
Talvez tenhamos sido marés destinadas a mudar
Levando nossos sentimentos para longe, sem voltar
Mas o tempo não é nosso inimigo, é só uma canção a tocar
E se a vida nos der uma nova chance, quem sabe poderemos recomeçar
A cada 10 de agosto, lembrarei desse banco à beira-mar
Das palavras não ditas e do sentimento que quisemos preservar
Mesmo que as águas tenham nos levado para longe, em algum lugar
Talvez nos reencontramos na melodia das estrelas a brilhar.
Chá com os Poetas e a Moça Bonita
Quando ainda não vinha a noite,
Camões adentrou sobressaltado.
Tinha visto na Caravela,
O mar inteiro lamuriar-se.
Deixavam, pois, como aferira,
restos de tudo a enturvar as águas.
Logo em frente estava Quintana,
vindo de longe no vagão de um trem,
a confabular com uma andorinha,
que em frase pausada silabava:
- No ar há tanta fumaça,
que nem se pode mais voar sozinha.
Enquanto se aguardava o Mia
a descrever Um Rio Chamado Tempo,
perceberam Shakespeare acomodar-se,
frente ao sol que já não se via,
proclamando sem muito assombro:
- Falta humano no divino, mais virtude no humano.
O saber não deve destruir a vida,
feito punhal a ferir o coração dos homens.
Escutaram-se ruídos vários, ao ouvir-se o abrir de portas.
Era Pessoa com Ricardo junto com os demais heterônimos.
Todos apóstolos frente ao pão, resolveram recitar Drummond,
que bem se diga, já havia previamente antecipado:
- Saí cedo de Itabira, vou embora para Pasárgada.
Quem sabe acho Bandeira, coberto num trono de palavras.
Neste instante chegou Vinícius e sua elegante diplomacia.
Asseverou solenemente. Trouxe-lhes taças e o vinho.
Não lhes privei do chá inglês, mas devem considerar com atenção.
Melhor é sorver o sentir com um espumante entre as mãos.
Já não se sabia mais as horas. O ar estava em cantoria.
A moça junto à janela que as primeiras letras fazia,
das palavras guardava afeto para se doar em cada livro.
Foi dela a sugestão que cada um deixasse de si, apenas um verso transcrito.
Eu, mero assistente, por obra de atrevimento, também fiz provocação.
Por que não escrever os poemas em simples folhas de pipas.
Soltaríamos as Pandorgas em cada um dos cantos do mundo.
E poderiam as mesmas se irem a procurar um novo dia.
Prontamente Camões assinalou:
"...Da alma e de quanto tiver,
quero que me despojeis,
contanto que me deixeis,
os olhos para vos ver.."
Em seguida chegou-se Mia a sentenciar num repente:
"... Deixo a paciência dos rios,
mas não levo,
mapa nem bússola,
porque andei sempre,
sobre meus pés,
e doeu-me às vezes viver.
Hei de inventar,
um verso que vos faça justiça".
Quintana com seu sotaque ergueu-se com voz doce e macia, a reverberar clarividente:
" ... Porque o tempo é uma invenção da morte:
Não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia,
para nos dar a eternidade inteira..."
Vinicius após servir o vinho, pediu um aparte.
Moça com perfume de flor, por favor, escreva para mim:
"... A coisa mais bonita,
que há no mundo,
é viver cada segundo,
como se não fosse o fim..."
Alberto, ao lado de Pessoa, também se pronunciou:
"...Mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena,
sei que a vida vale a pena,
quando a alma não é pequena.."
Já se adentrava a noite alta e as pandorgas versos partiam.
Foi quando fitei a moça que de olhos gris se vestia.
Então clamei a ela, antes que também se retirasse:
Agora que a lua cheia chegou,
como teus olhos em ternura,
borda-me entre o céu e a tua boca,
numa indelével tecitura.
A moça nada me disse, repousou na minha face.
Por ali ficamos embebidos de poetamento,
como se por um breve instante,
tivéssemos tocado o infinito.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas Para Crianças Crescidas
Naquela Noite
Naquela noite,
quando estavas adormecida,
acordastes a grafia,
escavada em minha voz.
Teu corpo acolhido no azul das vestes,
como se estendido sobre um mar de recolhimento.
Tua procura desnuda sobre a minha.
Teus pés e braços, serenados a espera.
Só teus olhos,
ancorados em tua face,
e em mim, faróis abertos,
a percorrer o infindo.
Carlos Daniel Dojja
Quando te fores
Se te fores,
Antes que a noite,
Celebre tua estada,
Não leve os teus olhos.
Deixa-os,
Abrindo-se em minha face,
Que tocou tua boca,
E peregrinou em tua ausência.
Não leve aquele entardecer,
Em que esculpi teu nome,
Quando o pássaro azul, na terra ressequida,
Erguia sua morada.
Não leves mais nada,
Tão só,
Minhas mãos,
Costuradas em teu afeto.
Carlos Daniel Dojja
" Apanhamos a noite entre as mãos,
E nela bordamos estrelas.
Num céu tecido,
Por nossos olhos alumbrados".
QUANDO TE SONHO
Quando me aposso da noite do sonho,
Os pés do mar correm em ondas,
E querem se aformosear em teus passos.
Tornam-se seixos encravados em tua espera.
Na terra os braços do vento te acariciam.
Matizam-se de cores para ornar teu ventre.
Tua boca me incita,
Ao não desver o querer imaginado.
Não desperto. Cubro-me de ousadia.
Continuo te inventando,
Antes que desenleie o dia da saudade,
Entre uma e outra possível eternidade.
Sabe aquele sentimento que você luta meses, anos para afastar, derepente reaparecem. As dores se confundem, se somam uma com as outras e te destrói. O cansaço te trança as pernas, você lança um olhar ao tempo. O coração, de forma arredia pede explicações da vida. A noite quando fecho meus olhos meu pensamento se agita, e como fogo, gelo e raiva. Uma tempestade de sentimentos. Naquela noite fria, eu olhava o guardanapo de papel, onde ela me dizia : atropelaram meus sonhos, me ajuda a recolher meus cacos . Eu não pude ir, você partiu. Ficou comigo a tristeza a solidão e a saudade três damas que juntas fazem o coração sofrer espantam a felicidade e fazem chorar. Boa noite.
A noite chega silenciosa. Meus pensamentos vem junto com ela, ouço até às batidas do meu coração. Olho para as paredes, tão simples, tão objetivas, Imaginar um futuro já se tornou um objetivo de luxo, agora não consigo nem me concentrar no presente. Minha mente me transporta ao passado, uma noite de maio, caminhando sozinho numa curva do caminho meu orgulho ferido me sentindo indefeso, um passarinho perdido do ninho. A razão me traz de volta ao meu quarto escuro. Me deito e sinto perder o controlhe o silêncio e tão profundo que as vezes duvido estar vivo , salvo pelas batidas do meu coração que parecem ser ainda mais fortes. Não importa a onde vou o que faço há sempre um vazio aqui dentro . A cada passo que dou nessa vida me desfaço deixando pelos caminhos meus pedaços. Boa noite.
O dia timidamente saiu para que a brisa trouxesse o frescor da noite. O céu aos poucos foi cobrindo-se por um véu escuro e sombreado, despertando a noite e revelando a imensidão do universo. Fiquei observando as estrelas aos poucos cintilantes no céu. Então falei : E coração eu já estou cansado, pra mim chega dessa procura, a razão está certa ela não existe . A lua surgiu magnífica, tão grande e tão perto que quase eu podia toca-la . Em um sussurro me disse; meu amigo felicidade é animal arisco. Tem que ser admirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante é uma sublime forma de possuí-la. Boa noite.
Fim de semana, olhando para o céu, as estrelas brilhando meu coração, aqui acelerado me encontro, imaginando a minha vida em uma distância, como se fosse algo de outra vida. Minha vida em uma tela, chegadas e partidas, mais a noite dissimulada transforma tudo em escuridão. POR QUE ? Esta é a pergunta que ecoa na minha cabeça toda a noite. Por que eu não sei o caminho de volta para a casa? Eu ando e ando pelas ruas procurando algo ou alguém familiar. Noite passada fui o criador de sonhos. Sonhei com uma flor desabrochando dei a ela seu nome. Todos os dias eu me supero de alguma forma, tem dias que são mais difíceis que outros. Alguns machucados não ficam na pele. Ficam na alma . Só quem carrega o próprio balde sabe o valor de cada gota de água. Boa noite
A noite com seus acordes negros enche o ar.... de um ar pesado. As vezes estamos tão ocupados tentando sobreviver que esquecemos de viver. Na calmaria da noite sinto saudade do passado, as noites são mais longas quando os olhos não querem que os pensamentos durmam. No vazio da noite te encontro,
e minha alma revigora,
nas recordações de autrora. Rosa vermelha minha bela dama encantada. Contei nossos sonhos a todas as estrelas que encontrei na noite. Só não contei seu nome, talvez seja ciúmes . Boa noite.
Noite passada meus pensamentos viajaram a anos atrás. Lembrei do seu primeiro olhar,recordei o impacto do meu coração. Seu sorriso era encantador seus olhos duas estrelas de brilho contagiante. No fundo existia uma tempestade que não pude ignorar. Observei suas emoções eram como as ondas do mar , seu sorriso era de uma contagiante alegria, derepente se perdia em uma imensa tristeza. Cada encontro uma aventura. Sua alma era indecisa flutuava entre a entrega e a fuga. Você me perguntou: Voce está disposto a voar comigo, prometo que nossa jornada será inesquecível. Eu não entendi sua metáfora você voou sozinha eu fiquei . Boa noite.
A noite esta tão fria e minhas ilusões tão presentes que, ouví tua risada. Lembro que eu tinha poucos sonhos e você era o maior deles. Lamentos de horas
transcritos em versos desconexos
Palavras que dançam à minha frente. Sua imagem me apareceu dizendo: Quando a noite cair e você estiver triste,vá até a janela,
olhe a linha do horizonte e observe aquela estrela,
que brilha solitária Feche os olho e relembre o gosto dos meus beijos,
o som da minha voz, murmurando em seu ouvido, então entenda que você nunca estará sozinho, muito além do infinito, há um coração que
bate no mesmo ritmo do seu: o ritmo do amor. Boa noite.
Eu estava ali fora, vendo o tempo passar, a brisa gelada da noite fria, tocou meu rosto, então olhei para cima vi o céu e sua beleza, era uma Linda noite. Um anjo chorava cristalinas lagrimas, que chu miscava o céu de estrelas. As vezes na correria da rotina esquecemos de contemplar tudo aquilo que cerca . Um tic tac me mostra que o tempo passa . Passa lento, constante e ritmado, se minhas tristezas gritasse ninguém dormiria essa noite . Boa noite.
Detesto pensar nas poesias inacabadas. Umas escritas em frente ao espelho embaçado do banheiro; ela perdeu a esperança que aqui um dia desfilou em trajes dourados. Naquela época em que eu via você passando à minha frente, você não estava entrando apenas na minha casa; estava entrando no meu mundo, mudando a minha realidade. Hoje, me lembrei da véspera de Ano Novo: tudo arrumado, a mesa pronta, resolvemos romper o ano tomando banho, para pedir ao céu para passar o ano todo juntos. O sorriso perdeu o foco, o sonho virou pesadelo: poesia inacabada. Boa noite.
As noites são mais longas quando os olhos não querem que os pensamentos durmam. A existência manifesta o quanto nosso destino está preso ao lugar onde iniciamos nossa viagem. Tudo se resume no tempo em que permanecemos neste lugar. Tudo depende do Sr. Tempo. Cada batida do coração, cada som do suspirar, a ausência de um abraço a brevidade das ilusões. O tempo voa, a voz dos ventos entoa uma triste melodia. Sigo nessa viagem chamada vida, onde sou eu a mão e o guia. Uma inquietude arrepia minha alma a noite poesia de dia traição. A gente se aborrece de dia mais e no silêncio da noite que se adoece. As dores do coração são mais doidas são gritos que ecoa no fundo da alma . Boa noite.
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