Obrigada pela noite

Cerca de 24575 frases e pensamentos: Obrigada pela noite

⁠NOITE

Quando o dia se finda na Ave Maria
No cerrado. O manto da noite arrasta
O céu se fecha numa soturna poesia
E a melancolia traz sensação crasta

Quando a hora final da luz se afasta
No horizonte o sol escorre e esfolia
A escuridão e o esplendor, nefasta
Monotonia há numa saudade arredia

Quando a sombra sobe e vai comendo
O fulgor do sertão, e obscuro, quando
Arrepiam os sentimentos adormecidos

Ouve-se o silêncio inteiro gemendo,
Que na vastidão o vazio sussurrando
Presente-se os sentimentos partidos...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29, dezembro 2021, 18’28” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠FAZ-SE NOITE

Embrulha-se o cerrado no véu negro
Num descorado manto de melancolia
O anoitecer parece sussurrante canto
Ressoando as ladainhas da Ave-Maria
E neste espetáculo de um mimo tanto
O completar do clarão de mais um dia
Esvai-se o feito num contínuo encanto
Pra encenar a lua tão cândida e luzidia

No terreiro, vaga-lumes, tão distantes
No seu bailado cintilantes e delirantes
Decoram as tardes pra na magia tê-las
Faz-se noite, que nos seja bem vinda
Linda, leve e de tranquilidade infinda
Balsamado com o cheiro das estrelas

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 janeiro, 2022, 20’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Dama da Noite (flor)

No meu jardim, há uma flor encantada
Que freima a perfeição e a imaginação
Perfumada, à noite, é graça iluminada
Aos versos, doce poética com emoção
É alva composição, é sedução velada
E estas flores, atraentes, até em botão
Tão majestosas adentra a madrugada
Perfumando com sua infida sensação

No meu jardim, há uma flor, fagueira
Que seduz nossa fascinação inteira
Como a um versejar cheio de amor...
... breve, intenso. Tal como um clarão
Apesar disso, agarra toda a atenção
A “Dama da Noite”... poesia em flor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/10/2023, 19”24” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENTURVAR NO CERRADO

Esmorece as caliandras no enturvar
É o dia que se despede em partida
Com seu pôr do sol em um versejar
Cá no cerrado, escuridão incontida
Galhos retorcidos, mal desenhados
Sombreiam o chão na cor garrida
Traçando uns detalhes encarnados
O céu estrelado, graça, desmedida

O horizonte com laivos cinzentos
Melancólicos, pardando o sertão
É a noite imbuída no seu manto
Pia a coruja: canto com lamentos
Ritmando o noturno com sensação
Dando ao olhar, o encanto, tanto!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 outubro, 2022, 18’56” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

É noite no cerrado

Cai a noite no cerrado
E o silêncio floresce
Estrelas lado a lado
Da lua que se oferece

Junto vem a melancolia
Inundando o imaginário
De sonolenta monotonia
No poetar de um solitário

Já não se ouve a vereda
Comigo o breu algemado
O sono na inação enreda
Na noite que cai no cerrado

Luciano Spagnol
Fim de maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE ACORDADA

Pelo cerrado a me conduzir
ia eu pela noite sozinho
sem sono pra dormir

Ia eu pela noite sem dormir
solitário e tão quietinho
sem sono e a refletir

Eu ia sem sono sem concluir
pela noite sem caminho
sozinho e tentando sorrir

E se ao sono tento aderir
a noite comigo juntinho
caminha tentando coibir

Eu sozinho pela noite a ir
sem caminho, pintainho
e sem sono para dormir...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

NOITE

Cai a noite no planalto
Vinda de lugar algum
Estrelas lá no alto
O anoitecer no dejejum

De um quarto vazio
Além da janela, a cidade
Brasília, num luzidio
A magia é divindade

Ruas desertas, silêncio vadio
O dia foi embora, majestade
Sentado num canto, já é tardio
Cai a noite na cidade!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE

Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado

No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia

Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura

Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

madrugada
a noite afora
a insônia escancarada
o urro do silêncio chora
a alma despedaçada
as teclas mudas, e vai-se a hora...

o sino da igreja calado
os amantes não sussurram
o relógio amofinado
pro peito os anseios empurram
e a secura do cerrado
e o tempo não passa. Murmuram!

exausta a cama
e o vazio de sua ausência
acordado. Olhar na lama
e me engole, sem paciência
está noite um drama!

amanhã reticência...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19/09/2019, 03’05”
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

BOCA DA NOITE

na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DENTRO DA NOITE (soneto)

A luz da lua no quarto me banha
No canto do sonho a noite palpita
As estrelas, no céu no breu agita
O silêncio na escuridão entranha

O cerrado se cala, a treva vomita
Quimeras na imaginação, manha
No ouvido e no olhar, e barganha
Com as ilusões, vestida de chita

E a sombra continua a jornada
Como que, o sossego que canta
A caminho da alta madrugada...

Baralha, mistura na cor prateada
Encantada, que então se agiganta
Dentro da noite, a lua enamorada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONCERTO… (soneto)


Concerto... de performance revestido
Em admiração e espanto, na cor canela
Onde o céu em rubor dispa da aquarela
Musicando e luzindo o horizonte pálido


Divinal, tal sinfonia com poético sentido
Desce a túnica da noite com lua e estrela
Deixando o sol com a alumiação de vela
Num cenário de um sentimento prazido


Orquestra, ó cerrado do Triângulo Mineiro
No sossego e silêncio doidejante e faceiro
Matizando o sertão com música e poesia


São acordes de cores de um cancioneiro
Cheio de harmonia e de mágico cheiro
Compondo-se de atração nesta noite fria


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de junho, 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NOITE....

Antes que a noite desça e o cerrado invada
O silêncio na vastidão, buritis prenda divina
Cuincando ao vento, na vereda da estrada
Aprecie o feérico entardecer em sua sina

Mergulhe na imaginação, se a te agrada
Rubra teu espanto que o carmim imagina
Há de ser encanto, assim, toda alumiada
Tão simples, tão grandiosa, e tão vitrina

Pousa o teu olhar no horizonte adormecido
Um poema de sensação que no céu se faz
Deixe tua alma se soltar no negror diluído

Esse cair da tarde do supremo entardecer
Só cá no planalto está joia rara e primaz
Cuja na lembrança não se pode esquecer! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/01/2021, 18’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Ó NOITE...

Ó noite, ampla noite, de insonolência
Noite umbrosa, de fado aos sofredores
Suspiros, preocupações e tantas dores
Nessa apertura tediosa e sem paciência

Socorre a alma ó repouso, com essência
De paz, suste a tortura e seus langores
Ó quimera venha a mim para dispores
Sonhos calmosos, e me tire da dolência

E o silêncio, que estronda a harmonia
Numa solidão que no breu se mistura
Insistente, e tão tomado de teimosia

Inquieto sinto o negror da amargura
Sobras frias, sinto áspera melancolia
Na rude poesia, canto! Ó noite dura!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de abril de 2021, 03’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A NOITE DO CERRADO

Já bem sombria, oculta, a noite no cerrado
cerra o dia, o céu numa escureza pulsando
numa poética a noite as estrelas vai fiando
e a lua no horizonte num aparar alumiado
Anoitece o sertão em um tom cadenciado
que, a toada do pôr do sol vai ressonando
ouvindo o curiango a cantar, abençoando
a cada recanto do sem fim tão enturvado

O dia sepultado, no cerrado, a noite gesta
á sombra do cosmo, em uma diurna festa
inteiramente, diversa, e cheia de segredo
É cair da noite, é encantamento, o ir além
calmamente a esperar pelo raiar que vem
ninando os sonhos para um novo enredo.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NOITE FELIZ

Aquela noite, debaixo da estrela guia
Uma noite cristã, o natal do Nazareno
Me faz recordar dos dias de pequeno
Cheios de encantos, cantigas e poesia
Cá nestes versos um versar ingênuo
De sensações entrançadas de magia
Da velha emoção em verde fantasia
E a inspiração em um sonho sereno

Flama no soneto, pisca-pisca multicor
Anunciando a vinda do autentico amor
Alegremo-nos, o menino Deus nasceu!
Ah! os corações se enchem de prosa
Fé, e este ensejo de forma generosa
Traga paz e bem no Natal meu e seu!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 dezembro, 2024, 16’20” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NOITE

Na imensidade do cerrado, tão gigante
O céu de estrelas, vivas, a escuridade
É tocada pela lua que alumia brilhante
E o pio da coruja que cutuca a saudade
No horizonte a noite se faz sussurrante
Mística, e os mistérios no sertão invade
É um sossego, uma escuridão radiante
Que se perde nos delírios num instante

E vai ninando o dia, embalando a vida
E a diversidade inteira, ali, adormecida
Faz-se noite, no encantamento do luar
Dorme o sertão, silencia todo mundo
Suspira, ressona o recôndito profundo
Bravateia o cerrado e se põe a sonhar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/11/2023, 20’34” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Me ame

Me ame como você quiser
De qualquer maneira
Em qualquer lugar
Mas me ame sempre que puder.

Dê-me seu carinho com suas mãos delicadas
Envolva-me nos seus braços fortes e aconchegantes
Com calma e sem pressa de ir embora
Apenas esqueça-se das horas

Olhe-me nos olhos com ternura
Ame-me profundamente e sem pudor
Quero me perder na aurora
Sem me importar com nada

Ame-me na calada da noite
No breu da madrugada ou no sol escaldante
Ame-me do jeito que for
Calado ou dizendo tudo
Mas me ame de verdade.

Inserida por Rita1602

Astro fulgente

Quando o vejo em meu leito sombrio
Uma trilha abre-se
Nela surge um astro fulgente
Desperta meu ser mortal desfigurado
Na sua felicidade a minha deita-se.

A primavera antecipa-se
Mostrando sua linda e colorida aquarela.

Suave é á noite quando o sopro de tua voz
Anuncia a chegada das estrelas
Afugentando a escuridão da noite
Num aceno ímpeto de saudade.

A bruma acaricia o gramado íngreme
Contemplando as madeixas das copas
Que balançam ao soneto do vento...

Inserida por Rita1602

Alforria

Na escuridão meus dedos são tomados
Aperta minha dor
Esmaga minha angústia
Amores são olvidados
Nos sonhos insanos e profanos

Esquecida num tempo de ilusões
Busco nos arredores das senzalas
Desejos aprisionados
Nas celas tristes e frias
De uma noite cálida.

Nas sombras onde passo
Mal vejo com nitidez a nuance
Do corpo que percorre a madrugada
Na busca do que perdeu
Encarando os fatos com largos passos.

Inserida por Rita1602

Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?

No canal WhatsApp do Pensador, você encontra exatamente isso: uma ideia por dia que faz sentido!

Quero receber no WhatsApp