O que somos em cada Momento e o Resultado da Soma

Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Terminar o momento, encontrar o final da jornada em cada passo do caminho, viver o maior número de boas horas. Isso é sabedoria.

Não somos nós que perdemos tempo. É o tempo que nos perde.

somos iguais
menos normais
a cada manhã

Se os homens soubessem como as mulheres passam o tempo quando estão sozinhas, nunca se casariam.

Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.

Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.

Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.

Não julgueis; somos todos pecadores.

Em nossas loucas tentativas, renunciamos ao que somos pelo que esperamos ser.

Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos.

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa. Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa.

Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.

Viva cada momento como se fosse o último.

Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.

Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada? Não sei...
Um nada que dói...