O Poema eu sei que Vou te Amar Inteiro

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Faz da tua casa uma festa!
Ouve música, canta, dança, compõe, toca um instrumento.
Faz da tua casa um templo!
Reza, ora, medita, silencia, acalma, pede, agradece.
Faz da tua casa uma escola!
Lê, escreve, pesquisa, desenha, pinta, borda, costura, estuda, aprende, ensina.
Fotografa e faz algum curso.
Enfim, faz da tua casa um local criativo de amor.

Faz da tua casa uma loja!
Limpa, arruma, organiza, decora, etiqueta, vende, doa.
Faz da tua casa um restaurante!
Cozinha, come, prova, cria receitas, cultiva temperos, planta uma horta.
Faz da tua casa um centro cultural!
Declama poesia, improvisa um monólogo, joga videogame, cartas, xadrez, dados, vê filmes, séries, novelas, desenhos, documentários. Ouve com atenção todas as notícias, as informações sérias que te acrescente como pessoa.
Filtra as notícias falsas.
Enfim, faz da tua casa um local criativo de amor.

Neneca Parreira

Nota: O poema costuma ser erroneamente atribuído a Cora Coralina.

⁠Um dia de milagres
Ao acordar, o abrir dos meus olhos é primeiro milagre a se encontrar.
Sim, milagre. Milagres existem e estão em todos os lugares e cantos desse mundo! Basta conseguir enxergar
Uma vez alguém me disse que olhar, é a função do olho, há todo momento estamos olhando para algo, mas agora enxergar... enxergar é olhar com a alma é admirar com o coração, é contemplar os milagres da vida nos pequenos detalhes.
Agora um dia de milagres vou narrar:
Pela manhã já posso contemplar, o sol nascendo e vaporizando o orvalho das plantas, logo em seguida os estalos do braseiro a queimar! A vasta floresta que começa com sua orquestra pelo amanhecer, o bem-te-vi com seu canto vai bendizendo mais um alvorecer. O dia começa assim, cheio de contento para recomeçar.
o relevo dessa área, da planície até a colina, quanta venustidade posso contemplar. Ao entardecer a grandiosidade de um pôr do sol, e ao fim desse, vejo a magnitude da noite que vem chegando trazendo a lua e as estrelas, astros protagonistas do show da noite!

⁠O dia em que não me viste
transformou-se em noite
a noite em escuridão
escuridão em sonho
sonho em delírio
delírio numa flor.

A flor murchou
e nas palavras se machucou
o meu beijo não foi enviado
a caminho de um sem face
não era teu.

Esse beijo meu foi para outra face,
essa tem cor, dor, amor,
a nossa história
o meu e o dele,
combinação em arte
um que dá voz e o outro
cria a outra parte.

Criaram-me em complexos jogos
amar não é jogo, é arte
e quando se tem com quem amar
a criar, um universo pode gerar
os dois partilham o mesmo corpo,
conhecem as linhas um do outro.

⁠A mágoa

Os telhados sujos a sobrevoar
Arrastas no vôo a asa partida
Acima da igreja as ondas do sino
Te rejeitam ofegante na areia
O abraço não podes mais suportar
Amor estreita asa doente
Sais gritando pelos ares em horror
Sangue escoa pelos chaminés.
Foge foge para o espanto da solidão
Pousa na rocha
Estende o ser ferido que em teu corpo se aninhou,
Tua asa mais inocente foi atingida
Mas a Cidade te fascina.
Insiste lúgubre em brancura
Carregando o que se tornou mais precioso.
Voas sobre os tetos em ronda de urubu
Asa pesa pálida na noite descida
Em pálido pavor
Sobrevoas persistente a Cidade Fortificada escurecida
Capela ponte cemitério loja fechada
Parque morto floresta adormecida,
Folha de jornal voa em rua esquecida.
Que silêncio na torre quadrada.
Espreitas a fortaleza inalcançada.
Não desças
Não finjas que não dói mais
Inútil negar asa partida.
Arcanjo abatido, não tens onde pousar.
Foge, assombro, inda é tempo,
Desdobra em esforço a sua medida
Mergulha tua asa no ar.

Clarice Lispector
Diário de São Paulo, 5 jan. 1947. In: Moser, Benjamin. A Newly Discovered Poem By Clarice Lispector. Revista de Literatura Brasileira, n. 36, p. 37-46, ano 20, 2007.

Nota: Esse é um dos dois únicos poemas que foram publicados em vida por Clarice Lispector. Esse poema também tem uma versão em prosa publicado em “A descoberta do mundo” com o título A mágoa mortal. O outro poema publicado em vida pela autora é Descobri o meu país.

...Mais

⁠Mulher

Que todo dia seja dia
de você ser bem tratada,
que a peleja da vida
lhe faça encorajada,
que a ferida cicatrize
e a dor seja aliviada.
Que todo dia seja dia
de você ser renovada,
de ser mil em uma só,
ser talvez reinventada,
de ser o que quiser ser,
sem precisar ser julgada.
Que todo dia seja dia
de você ser conquistada,
de ouvir palavras doces
que lhe deixem embriagada,
e no toque mais suave,
ter a pele arrepiada.
Que todo dia seja dia
de ter a boca beijada,
que na força da leveza
tenha a cintura abraçada,
pra ficar melhor só falta
no cangote ser cheirada.
Que todo dia seja dia
de tu ser paparicada,
de ter o mundo aos seus pés
pra você ser bajulada,
e que não precise festa
pra você ser festejada.
Que todo dia seja dia
de tu ser admirada
pela força, pela garra,
pela coragem estampada
de ser verdadeira e justa
mesmo sendo injustiçada.
Que todo dia seja dia
de você ser engraçada,
pois sorrir e fazer rir
deixa a alma aliviada,
mas se a tristeza chegar
que tu seja consolada.
Que todo dia seja dia
de sair pela calçada,
de caminhar do seu jeito,
discreto ou com rebolada,
de minissaia ou de burca,
e não ser assediada
Que todo dia seja dia
de você ser mais ousada,
de amar quem quiser amar
e por alguém ser amada
O amor é o melhor transporte
pra seguir essa jornada
Que todo dia seja dia
de não ter a voz calada
E se alguém ousar calar,
que essa voz seja elevada
Que todo dia seja dia
da mulher ser respeitada

⁠Porque?

Porque sempre me pararam por conta da minha cor?
Porque sempre dizem que preto não presta, e nem sente dor?
Porque sempre nos fazem de escravos, se escravo eu não sou?
Porque sempre dizem:"Ah, mas é preto, não tem valor!"?

Porque fazem a gente de cachorro, se cachorro eu não sou?
Porque sempre me fazem ganhar menos, se eu sei do meu valor?
Porque eu não posso entrar em uma loja e sair sem ser parado pela cor?
Porque sempre nos matam, sem antes ouvir meu clamor?

Porque sempre implicam com a minha cor?
Porque sempre dizem:"Os brancos são de boa, esse sim tem valor"?
Porque na visão alheia o preto é "ódio" e não "amor"?
Porque é preconceito com o preto, e com o branco amor?

Porque sempre fazem de tudo pra incriminar um preto de valor?
Porque sempre dizem que o preto é fuleiro e o branco é superior?
Porque sempre dizem que o branco vale ouro e o preto é um sem valor?
Porque o branco é "brabo" e o preto é um desmerecedor?

“Diário”

Ao folheá- lo novamente
Reabro a mente, as portas do passado
Onde relembro, fé, milagres, carnavais
Encontros inexplicáveis, sobrenaturais
-
Entre uma página e a seguinte
Vejo, que o diário era bom “ouvinte”
Onde se equilibravam sentimentos
Bons e maus momentos
-
Romances, amores e desamores
Angustias, dissabores e algumas dores
Términos de histórias, egos magoados
Lindas memórias, obstáculos ultrapassados
-
Cita, paisagens, viagens e muitas lembranças
Amizades, lazer, exaustão e prazer
Os sonhos de quando crianças
Os desejos que tínhamos de crescer
-
As páginas amareladas cheias de pó
As cumplicidades, o nunca estar só
Os desejos vividos
As vezes felizes, por vezes sofridos
-
Projetos arquitetados para o futuro
Onde os sonhos nos fazem escrever
Rimas, poesias…o caminho duro
Tatuagens que agora nos fazem viver
-
Inspirada nos raios de sol
Ou inebriada na luz do luar
No cantar do rouxinol
Ou no silencio que se faz escutar
.
Rosely Meirelles

“Anjo e demônio”

— Essa mulher é um ser forte e destemido,
— Ela é feita de presteza
— Diariamente, ela veste seu melhor sorriso e afugenta a tristeza
— Ela já chorou, já sorriu
— Silenciou, ninguém viu
— Ela continuou, não estagnou
— Fala de amor, mesmo na dor
— Enxuga a lágrima, na caminhada
— Chora em cada partida, sorri em cada chegada
— É a maneira dela de amar
— Essa é a forma dela fazer as feridas cicatrizar
— seja lá, chorando horrores, ou se divertindo numa mesa de bilhar
— Ela é mistério por natureza
— Passa pela vida, esbanjando beleza
— Traz na sua essência, delicadeza e destreza
— Mulher é anjo e demônio
— Depende de como você a vê passar
— É o modo que ela é tratada, que indica qual dos dois sentimentos ela irá alimentar!

Rosely Meirelles

Passagem do ano

Passagem
O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus…

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles… e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

⁠Coisas mal resolvidas sempre voltam, amor.
Principalmente, quando Tu és o confidente de todas as minhas emoções
Uma promessa de amor
A poesia acústica de tudo aquilo de que não tenho vivido.

És a minha ânsia de sentir
Uma afirmação do que é paixão
O eclipse que surgiu no lindo céu.

Se eu não posso está com você, vou me contentar em está com seu fantasma.
Mesmo longe de você, nossas memórias é meu êxtase.

Fernando Machado escreveu, "me diga em quantos pedaços você foi partida antes que eu te conhecesse, quero saber quantas versões suas eu terei que amar."

Existem conexões que nunca vão se desfazer nas nossas vidas. Algumas pessoas vão embora mas a conexão fica, independente de onde ou com quem essa pessoa esteja, ela sempre vai mexer com nossos sentimentos.
Eu não sei bem o motivo disso, mas sei que todo mundo tem alguém assim.
E eu tenho você!
O dono de todos os meus devaneios mais amados.

Livros: Superlativo e Habilitação da vida.
De Stefany Carvalho

Amor de irmãos é amor diferente
Não é amor que se contente
Como os outros amores por aí
É terra do mesmo vaso
É amizade sem acaso
É tanto se chora como se ri
É um amor que também é guerra
É acerta hoje e amanhã erra
E tudo vai no esquecimento
São as memórias da mesma casa
E as palavras em tábua rasa
Que só se sentem no momento

E nos irmãos os segredos
As alegrias e os medos
Que se guardam no olhar
E há também as gargalhadas
E as verdades atrapalhadas
Que não se podem contar
É mais forte que todo o resto
É de todos o mais honesto
E talvez o mais bonito
É para sempre a união
E o amor por um irmão
Incondicional e infinito

Briguento e melhor amigo,
protegido e protetor.
Juntamos as alegrias,
dividimos cada dor
desde os tempos de criança,
guardamos cada lembrança
no fundo do coração.
Na vida tem muito ex,
mas eu garanto o vocês,
que não existe ex-irmão.

⁠GÊMEOS

agente da comunicação, mensageira da vida. ela é furacão e camaleão cheia de oscilação. é aprender a lidar com a capacidade insana de estar sempre mudando. vivendo a dualidade de uma criança e um adulto, ela tem mais fases que a lua, por isso, não se conforma com poucos caminhos. é ser amante da novidade e affair da curiosidade. escreve a vida sem vírgulas; entre todas as coisas, é tudo de uma vez. inteligente e versátil, ela quer conversas longas, surpresas e sentimentos a flor da pele. ao seu lado se sentirá rolando os dados como jogo de azar. paradoxo? ela é um desafio se você não souber jogar. não precisa sempre aparentar para ser, demonstrar para estar: seu universo acontece dentro. é ponto fora de curva, um convite a interrogação. é campo minado e uma ópera cheia de flutuação. leve como o vento, flexível e instável como o ar: ela nasceu para voar. seu coração quer raízes, mas sua mente quer asas.

⁠Este chão não me é chão
É da solidão, um labirinto
De uma louca em aflito
Que se aflige em perdição

Clamo então, por redenção
Por um viver distinto
Em outro plano, outro recinto
Que me permita a aliteração

Como me falta a esperança!
Como me abusa a ânsia!
Nesta maldita terra de intemperança

Na mazela-circunstância
Deito e durmo na lembrança
De ser feliz, mas à distância

⁠meu bem
você me faz tão bem
mesmo quando tudo não vai bem
mesmo quando o mundo lá fora
não está bem

tua voz
tua paz
toda esta calmaria que tu me traz
habita em meu peito sem medo
e faz tudo tão fugaz

e de longe esta energia revigora
pode tornar num garoto um rapaz

minha diferença é tua presença
faz-me querer sempre mais e mais
e cada dia acreditar que gostar de ti
um bem danado me faz

⁠seduza com sua mentalidade,pois o corpo é muito barato.
tão barato que pode ser negociado,
pois há quem o trate como um prato
suje como fazem os ratos

já estamos num grande cardápio

use um osciloscópio
tome um pouco de ópio
sinta o êxtase onde não há energia a compartilhar,
somente peças a desembrulhar.


seduza com sua mentalidade, pois é o único lugar onde ainda há liberdade. pois do corpo já somos prisioneiros,
feito porcos num chiqueiro.
do corpo somos julgados, até sermos abusados.
do corpo somos rotulados, até sermos pós-graduados.


não há sensibilidade no coração da sociedade
não há demagogia num peito em hemorragia


seduza com sua mentalidade de tal modo que não importe sua idade.
de tal modo que esconda toda futilidadediante de toda a superficialidade.
mais barato que o corpo ainda é uma mente que não enxerga igualdade.
é uma mente em efemeridade.

⁠Na vida o que mais me satisfez:
Não foram os ensinamentos que recebi, mas os que transmiti.
Não foram as páginas que virei, mas as que escrevi.
Não foram os poemas que li, mas os que criei.
Não foram as madeiras que utilizei, mas as árvores que plantei.
Não foram as orações que li, mas as que a minha alma ditou.

Quando na Vida Há Você

Há poesia na vida...
Há poesia em você...
Em tudo que você é
Há sempre um poema lindo e diferente
A ser lido
A ser revelado
A ser declamado
A ser amado.
E até mesmo quando você fica em silêncio
Há uma poesia de paz necessária
Que nos faz renovar
Só por pensar em você.
Porque...
Há poesia em você...
Há poesia na vida,
Quando na vida há você.

⁠Cuidado Onde Pisa

Tudo o que te paralisa
Na verdade te controla,
Cuidado onde pisa
Passe reto, sem demora.

Você procura uma boa fé
Mas não consegue encontrar
Ilusão e terror é o que vê
E fica difícil de acreditar.

Não deixe que te imponham
Uma doutrina que não é sua
Não deixe que te condenem
Por uma culpa que não é sua.

Tudo o que te paralisa
Na verdade te controla,
Cuidado onde pisa
Passe reto, sem demora.

Você descobre a luz na razão
Que te ilumina a caminhada,
Sem terror ou ilusão
E a carga fica menos pesada.

Não deixe que te manipulem
Com dogmas e rituais
Não deixe que te excluam
Pelas suas características essências.

Tudo o que te paralisa
Na verdade te controla,
Cuidado onde pisa
Passe reto, sem demora.

Aprecio duas
ciganas dançando
No firmamento
feito de ônix,
As estrelas
girando no céu,
Da Lua e de Vênus
escorrendo
- um puro mel -
Um soneto deslumbrante,
Feito de Lua,
Feito de Vênus,
Feito de estrelas,
Feito de ônix,
- Um soneto eclipsante! -

Com as duas
ciganas danço,
E nos preservo
de tudo,
Não nos abandono,
nos oculto;

Canto baixinho,
sussurro:
- Um soneto feito
de céu,
De luar,
De estrelas,
De Vênus a platinar
Intensos e sensuaisversos
Para você
inteiramente mergulhar.

As flamencas violas,
Não param tocar,
Vênus e o luar
Não param
de dançar,
Antes eram
duas ciganas,
Lua e Vênus,
Agora, a poesia
a eclipsar:
O amor está no ar
O meu coração não
para de bater,
Estou apaixonada
por você;
Desenhei este soneto
só para aquecer.