O meu Amor foi em Vao
FIM DE ANO EM SONETO
Sim, vão-se os anos de fim de ano
Assíduos, só a aparência mudou
O tempo passa e tudo passou
O destino é mesmo soberano
Há anos pós anos, o sonho mitou
A minha rota tem outro cotidiano
Num entra e sai do desígnio tirano
Do nada como antes, vil sobrevoo
Saudade é a mesma, mesmo dano
Esperança, sim, desta nunca enjoo
E com a quimera nunca fui profano
Assim vou, mais um ano, num atroo
De comemoração, então seja ufano
O revoo, pois o fim, ainda não chegou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
dezembro de 2016
Cerrado goiano
Vão do nada
Abre a cortina e expia tua liberdade;
Voe por onde possa sentir- te pleno
Nada é tão urgente quanto fazer - te
É tão mais prudente sentir-te sereno!
Não vivas ansiosamente pelo futuro
Nem tenteis resgatar-te no passado
O presente é mais que suficiente a ti,
Viva plenamente o instante no aqui!
Não apegas - te do lugar e das coisas
Nem ao monte daquilo que te afeiçoas
Aquela exigência do que dita a moda,
Dispensa está regra que incomoda,
Valoriza as pequenas coisas boas
Afinal, o tudo é o ser no vão do nada!
Bereré
As campanhas de eleição
Não passa de ato ceráceo
Esse de promessa em vão
Que se crê apenas um nécio!
Ainda se põe fazer bereré
Não vêem que andam de ré
Ao eleger qualquer candidato
Que fala de olho no mandato!
Tudo que falam é coerente
Não é atoa que engana a gente
Mas, vou dizer uma real:
- A mudança é o ideal!
O jeito é passar o pente,
Pra fazer um Brasil diferente!
Andanças
Pelo caminho a vida vai traçando passos. Os pés vão aprendendo a dançar na poeira do tempo. Tempo de sóis e ventania.
Mudanças nas andanças são rotineiras, certeiras e ferozes. Guarda teus pés da lama e procura os lírios que nela nascem. Vivencia as pegadas que estão à frente, mas finca teus pés no teu próprio traçado. Vale a pena, pequena, cuidar de ti. Lavar os pés em água de chuva, às vezes é necessário, muitas vezes imprescindível. Reconhece tua dança, teu canto, tua morada. Redescobre o caminho quando se perder. São eles, os teus pés, que lhe trarão de volta, e, também, a farão prosseguir. Lava tua alma na canção do rio. O rio que corta a tua estrada vai dar no mar do coração. E aí, escuta, criança, no barulho dos teus passos, os segredos da viagem, e transforma em laços todos os nós do caminho. E que teus pés te levem, te tragam, te conduzam, desenhem e contem sua história: história de mulher com detalhes de menina.
Mutante
As chuvas que vem e vão
sobre a sequidão do cerrado
Dos ipês, atapetando o chão
enfeitando o pasmo encantado
No horizonte o céu encarnado
flor de pequi e buritis na enseada
Trafegam entre o pó ensebado
dos galhos, folhas e cor desbotada
Na vastidão as luas de prata
das noites cheia de tudo e de nada
E nesta estrada tão pacata
mutante o vem e vai da esplanada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, outubro
Cerrado goiano
Falsidade e coisa que logo é descoberta ninguém pode ser quem não é por muito tempo sempre vão aparecer os resíduos da ação que o sujeito "que pratica o ato de ser falso"julga verdadeiro e pratica.
Acto de Contrição
Pela luz rara da garagem dois vultos
vão pôr o lixo. São velhos desconhecidos. Um
ao outro dão passagem (a
máscara de um cumprimento) esquivos na
escatológica arqueologia das misérias.
Homens de lixo na mão: exímios
a ocultar
versos da vida doméstica (quando
o gesto liso cabe ao avental abundante que os
devolve a casa). Há
em todo esse agravo uma redenção ferida
(um juízo resolvido) como que um
indulto lento.
Canção do sono
Meus sentidos vão falhando
Falhando até que enfim
O sono vence o corpo
E o corpo vence a mim
Meus olhos se rebelam
Já não querem trabalhar
O sono muda o corpo
E o corpo vai parar
Se segue curto
Vazio
E estranho o pensamento
Se segue instável e irritado
O mais amável sentimento
Sigo procurando a cama
Precisando descansar
O sono adormece o corpo
E o corpo só quer sonhar
A gente passa pela vida, e a cada passo do tempo, novas dúvidas ou certezas vão se mesclando na formação daquilo que seremos ao fim desta jornada.
Vamos de, crer em todas as calunias, a suspeitar de todas as verdades.
Passamos a adotar os costumes da moda, ao mesmo tempo em que, reconhecemos todos os comportamentos sadios antigos.
Se já não conseguia agradar a todos, agora já maduro, felizmente,
prezo apenas minha própria vontade.
Quando você for ver o mar
Seus olhos mergulhar na casa de Iemanjá
A Bahia de todos os santos vão abençoar
E verá seu interior festejar
A lembrança de ser livre
Na selva
No barro
No mangue
Nas dunas de um corpo que baila
No canto que o vento espalha
Segue o barco
Segue o rumo
Vão te julgar sem saber o real teor do assunto.
Talvez um dia mesmo os desavisados entenderam que não é frieza.
Mas sim uma incapacidade de lhe dar com uma causa sem futuro positivo.
Então ficar longe é a mais sensata decisão.
Você pode ser correta e manter a transparência que for que sempre existirão aqueles que vão proferir ao contrário, por maldade, por inveja ou apenas por terem o dom de atormentar.
Se você representa uma ameaça sendo quem você é pode ter certeza que existirão aqueles que tentarão te derrubar.
Se caso você exerce algum trabalho de poder na vida das pessoas, alguém vai tentar derrubá-la ou tentar contra você.
Esta é a única e cristalina verdade!
Autora Aline Kayra
É bem melhor se doar por inteiro que sair deixando metades por aí. Metades não vão servir para nada, a não ser completar outras metades vazias, em metades vazias não existe conexão. Existe troca. Quando você aprende a ser inteiro você percebe que, no final. ninguém precisa de metades para ser inteiro. Se conecte e não se deixe abater por um mundo exterior que não existe. A sua conexão é dentro.
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