O Homem Errado Luis Fermando Verissimo

O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.

O homem que não aceita crítica não é verdadeiramente grande.

É falso o amor que leva o homem à indignidade.

O homem é feito visivelmente para pensar; é toda a sua dignidade e todo o seu mérito; e todo o seu dever é pensar bem.

Não se deve julgar o mérito de um homem pelas suas grandes qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.

Existem três coisas no mundo, dizia o sábio Sócrates, / que afugentam o homem e fazem-no sair de casa: / o fogo, o fumo e uma mulher má.

Deus criou o homem e, não o achando bastante solitário, deu-lhe uma companheira para o fazer sentir melhor a sua solidão.

Um chefe é um homem que precisa dos outros.

Saber ser supersticioso ainda é uma das artes que, realizadas a auge, marcam o homem superior.

Toda a obra de um homem, seja em literatura, música, pintura, arquitetura ou em qualquer outra coisa, é sempre um autorretrato; e quanto mais ele se tentar esconder, mais o seu caráter se revelará, contra a sua vontade.

Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.

Creio que o homem sonha unicamente para não deixar de ver; pode acontecer que um dia jorre a luz interior em nós e nenhuma outra nos será mais necessária.

O caráter do homem é o seu demônio.

O sentimento da vingança é tão agradável, que muitas vezes o homem deseja ser ofendido para se poder vingar, e não falo apenas de um inimigo habitual, mas de uma pessoa indiferente, ou até mesmo, sobretudo em alguns momentos de humor negro, de um amigo.

A grandeza do homem está em ele se reconhecer como miserável. Uma árvore não se dá conta da sua miséria.

Os sentimentos não devem ser lógicos. Perigoso é o homem que racionaliza suas emoções.

O grande poeta existe para mostrar ao homem pequeno o quanto ele é grande.

O homem nasceu para viver e não para se preparar para viver.

O homem, com suas nobres qualidades, ainda carrega no corpo a marca indelével de sua origem modesta.

O homem é absurdo por aquilo que busca, grande por aquilo que encontra.