O Homem Errado Luis Fermando Verissimo
Duas espadas, uma de prata, uma de ferro; uma para criaturas e outra para homens. Ambas são para monstros.
O homem e o cachorro
Um cachorro não se importa com o valor do seu salário, não liga pra sua roupa, não tira extrato bancário, não sabe o que é dinheiro, viagens pro estrangeiro, nem quer morar em mansão. Ele só quer seu carinho e, quem sabe, um cantinho dentro do seu coração.
Eu nunca vi um cachorro desmatando uma floresta, maltratando seu planeta e o pouco que lhe resta. Não polui rio nem mar, também nunca vai marchar pra começar uma guerra, por dinheiro, ambição, racismo, religião ou um pedaço de terra.
Sem diploma, sem estudo, é mestre, é professor da mais bela disciplina: a matéria do amor. E o homem, mesmo estudado, vive sendo reprovado e não aprende a lição, que é tão simples entender, basta a gente perceber, como é que vive um cão… Uma vida que é tão breve, por isso talvez a pressa, a urgência de amar, já que amar é o que interessa, se doar sem querer troco, ser feliz mesmo com pouco. E a humanidade sofrendo, mesmo assim não compreende, peleja, mas não aprende o que um cão nasce sabendo: que amor tem 4 letras e, por certo, 4 patas, não diferencia ouro ou um pedaço de lata, não fala, não sabe ler, mas diz tudo pra você com o poder de um olhar, tão puro e tão leal, tem o dom especial de sempre nos perdoar...
Eu nunca vou entender a tamanha pretensão de um homem que se diz mais sabido que um cão. Em nossa sociedade, infestada de vaidade e sentimentos banais, pro homem poder crescer precisaria viver igualzinho aos animais.
Se é um homem quem te dirige ameaças, podes, de noite, dormir tranqüilo; se é uma mulher, podes começar a passar as noites em claro...
O homem Cósmico está com os pés
solidamente firmados na Terra
e com a cabeça gloriosamente
banhada pela luz eterna do céu e,
quando contempla o céu,
não perde de vista a Terra.
Engraçado: o homem se considera o animal mais inteligente e é o único animal que destrói a natureza!
Mudanças...
É preciso mudar pra crescer. Não podemos seguir adiante se ficarmos parado no nosso comodismo, o processo de mudança acontece no nosso dia-a-dia, com nosso esforço conseguimos perseguir e ver o horizonte surgindo. Mas as mudanças, “Nós não gostamos delas. Nós a tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças, ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes, oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.”
À minha irmã,
escutando uma canção de Tom Jobim.
Se todas as flores
Fossem iguais a você,
Do jeito que você é para mim,
Eu poderia escrever,
E adoraria poder,
E arriscaria dizer
Um verso assim:
Que maravilha viver
Por toda vida
Colhendo Margarida
Em meu jardim...
AO LEVANTAR-SE
Agradeça a Deus a bênção da vida, pela manhã.
Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retomar as próprias atividades.
Levante-se com calma.
Se deve acordar alguém, use bondade e gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeiras de mau gosto não auxiliam em tempo algum.
Guarde para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.
Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe.
Recomeçando
Após ouvir uma canção de Chico Buarque
Amo tanto e de tanto amar
Eu adoeço.
Eu queria retornar
Ao meu começo
E aprender a amar
Sem adoecer,
Porque amar não foi feito
Prá morrer...
Postado
Não sou obrigado a odiar ninguém que me fere. Sou obrigado a me culpar, por ter confiado em alguém que respira.
Meu feitio de oração
Uma amiga me disse assim no messenger:
“Orei por você ontem.
Você pode me retribuir fazendo o mesmo por mim.
O que você acha?”
Eu respondi começando assim.
E completei agora...
Enquanto vivo eu oro.
Enquanto eu choro,
Enquanto eu como
Eu oro, e quando estou com sono,
Também a cada vez que eu rio,
E quando eu saio,
E se eu morro de frio eu oro.
E quando eu caio,
E quando à noite eu me deito pra dormir,
E quando eu vou sair,
Se eu me demoro,
Eu, nessa hora,
Sem motivo,
Oro...
Eu quase nunca espalmo a mão na mão.
Eu quase nunca falo baixinho.
Eu quase nunca faço uma oração
Assim, do jeito certinho...
Eu oro quando estou sozinho.
Eu oro no meio da multidão.
Eu oro quando estou no meio do caminho
Ou na contra-mão.
Eu oro quando abraço um primo
E quando eu falo com meu irmão.
Cada vez que eu cometo um desatino eu oro,
Cada vez que eu melhoro,
Cada vez que eu escapo de um tiro de raspão.
Eu não decoro a letra da oração.
Às vezes eu fecho os olhos.
Outras vezes distraio a minha visão...
E, todavia,
É assim que eu oro.
É assim que eu falo com Deus.
De outra maneira não.
Não uso palavra.
Uso a vida.
Não uso a voz.
Uso a mão.
Mas não espalmada.
Estendida.
Às vezes a mão fechada.
Às vezes a mão no chão.
Às vezes a mão tremula e cansada.
Às vezes mesmo a mão desanimada
Por tanto lutar em vão...
Mas mesmo assim
Essa é a mão
Que eu movo e trago sempre em comunhão.
É meu feitio.
É minha condição.
É como se o orar deixasse cada poro.
Fizesse parte da minha respiração.
É assim, desse jeito, quando eu oro.
É dessa forma minha oração.
"Se eu pudesse fazer uma declaração pra você,
de tudo que eu queria, ou não queria, te dizer
não precisaria ler nem ouvir
Pra sentir...
O medo bate fundo em meu coração.
É estranho te querer assim.
É estranho ainda te querer...
Apesar de tantas oportunidades que eu tive
Optei por sentir, não, por fugir...
Mas como eu não controlo meus sentimentos
Fico à mingua de falar.
Esperando você me salvar de mim mesmo
Pra você pouco importa o que eu sinto
Mas você não pode me impedir de sentir."
A cada 12 meses reiniciamos o calendário, deixando para trás tudo que passou no ano velho e nos preparamos para tudo que virá no novo ano que se anuncia. Que a partir do dia 1.º de janeiro seja iniciado um novo ciclo em sua vida, repleto de alegrias, realizações e muita prosperidade!
O que me dói
são os silêncios nas horas pardas
as solidões profundas
pelos segundos acossadas
as ausências, as memórias
e os nadas.
O que me dói
são as alegrias de todas
as chegadas e as pulsações
descompassadas, esvaídas
em idas alvoradas.
O que me dói
são praias de areia fina
embrumadas e as afeições
parafinadas e as ausências
e as memórias e os nadas.
