O homem moderno é um homem cansado. Nunca se soube tanto como agora, e no entanto, nunca se precisou de remédios, terapias, psicólogos como atualmente. Já não se crê nos mitos, os deuses foram dispensados, ou melhor, substituídos. Confia-se na ciência, no progresso e na tecnologia. O homem do século XXI não precisa que lhe digam o que fazer, ele é senhor de si. Livrou-se das amarras que possuía e agora não sabe o que fazer com essa liberdade. Está cheio de explicações mas destituído de ilusões e vazio de significados.
Assentado sobre o trono, o homem é um rei. Debaixo de um viaduto, um mendigo. No banco de um tribunal, é réu. No banco de um carro é passageiro, com as mãos no volante é motorista. Tudo muda conforme o contexto e a situação.