O Futuro do Homem é a Mulher
O homem faz guerra, o homem quer paz.
O homem se enterra, o homem nem sabe mais,
Problema faz depressão, sistema faz opressão.
E você, faça mais do que pegadas nesse chão!
Cógito
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
Sorte tem o homem que te toca quando bem entende, que te mima a qualquer hora e que pode admirar a dança dos teus gestos bem de perto. Sorte tem o homem que te ouve logo pela manhã e te abraça sob o calor matinal das cobertas que retém o teu cheiro. Sorte tem o homem que pode venerar os teus modos mais íntimos, apreciar os teus pecados ocultos e o teu jeito pessoal de escolher entre o sim e o não. Sorte é para poucos, eu sei. Sorte tem o homem que sente amor e ainda tem você sempre por perto.
Sorte tem cada súdito da tua divindade carnal, cada ser capaz de ajoelhar-se diante das tuas maravilhas e chorar de amor. Se até mesmo o miserável que se refestela com as tuas migalhas de descaso tem sorte, que dirá um homem que enriquece imensamente a cada amostra do teu carinho? Sorte tem quem te vê passar e se encanta com teu rastro de beleza e perfume. Sorte daquele que vive, respira e detém a dádiva de poder estar ao teu lado.
Quisera eu que todos os homens pudessem ter a sorte que eu tive de um dia cruzar o teu caminho meramente por acaso e, ainda assim, ser tão feliz. Quisera eu que todos soubessem o quanto vale ter o que eu tenho, o que eu vivo e o que eu sinto todas as vezes que eu seguro com força a tua mão. E esta sorte de ter um amor que vale a vida, me sorri sempre que eu olho nos teus olhos e vejo reciprocidade. Sorte tenho eu de poder confessar o meu amor a quem amo e ouvir de volta, como numa linda canção, que o amor não nasce só de mim.
Sim. Sou eu este homem de sorte que sempre se alegra quando ouve o seu nome. Sou eu esta pessoa que morre de amores todas as vezes que acorda e te vê sorrindo, numa espécie de alvorada particular. Sou eu que vivo garimpando em todas as manhãs outras maneiras de te desejar mais um bom dia ao meu lado. Sou eu o teu homem, o teu companheiro e o teu servo a te carregar no colo sempre que a caminhada virar cansaço.
Sorte minha poder fazer parte deste universo que orbita em torno de ti. Sorte minha fazer parte desta história de amor, onde o amor é o personagem principal. Sorte minha poder estar aqui nos teus braços e não em outra companhia que não me alegrasse tanto. Sorte minha poder sonhar contigo em outros fevereiros e sorrir por saber que o futuro nos trás mais esperanças quando temos alguém a quem amar e compartilhar a sorte de ter um amor que só sabe dizer a verdade.
Patativa do Assaré
Que homem extraordinário! Leia esse poeminha e você virará um poeta:
“Pra gente aqui ser poeta
Não precisa professor.
Basta vê no mês de maio
Um poema em cada gaio
Um verso em cada fulô”.
(do livro: Ostra feliz não faz pérola)
O homem cheio de autoestima espera de forma natural grandes coisas de si mesmo, e se sente amargamente desanimado quando fracassa. O crente que tem autoestima tem os mais elevados ideais morais: chegará a ser o homem mais santo de sua igreja, se não o mais santo de sua geração. É possível que fale da depravação total, da graça e da fé, enquanto ao mesmo tempo inconscientemente está confiando em si mesmo, promovendo-se a si mesmo e vivendo para si mesmo. Como tem aspirações tão nobres, qualquer falha em alcançar seus ideais o enche de desânimo e desgosto. Vem, então, a dor da consciência, que ele erroneamente interpreta como evidência de humildade, mas que na realidade só é uma amarga negativa de perdoar-se a si mesmo por haver caído da alta opinião que tinha de sua própria pessoa.
Não vamos imitar o homem da fábula que viu um menino se afogando e, imediatamente, lhe passou uma preleção a respeito da imprudência de ir para a água onde não mais dá pé. Não, não, vamos tirar o menino para a margem, secá-lo e vesti-lo, e então falar a ele que não deve mais fazer isso para que coisa pior não lhe aconteça.
Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
e sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no
lixo.
Ele queria amanhecer.
Se o homem, de uma maneira geral, tem vocação para a escravidão, o jovem tem uma vocação ainda maior. O jovem, justamente por ser mais agressivo e ter uma potencialidade mais generosa, é muito suscetível ao totalitarismo. A vocação do jovem para o totalitarismo, para a intolerância é enorme. Eu recomendo aos jovens: envelheçam depressa, deixem de ser jovens o mais depressa possível, isto é um azar, uma infelicidade.
A bondade é um pequeno esforço do dever de retribuir com alegria todas as dádivas que o homem frui, sem dar-se conta, sem nenhum esforço, por automatismo - como o sol, a lua e as estrelas, o firmamento, o ar, as paisagens, a água, os vegetais, os animais...
Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo (…) Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação.
O homem age como se fosse o senhor e mestre da linguagem, enquanto que na verdade a linguagem permanece mestra do homem.
