Nuvens
Tinta trovadoresca
Vem e vão numa passagem
hora ligeira, hora travada.
Nuvem branca e nuvem negra,
Porventura não será ela a mesma?
Talvez sim, talvez não,
cabe o poeta distinguir.
Saberá a alegria de amanhã?
Saberá a angústia de ontem?
Não! Ou sim...
Afinal, o que interfere no poeta?
"Felicidade é poder ver o seu sorriso
Ele clareia minha noite escura
De dia o sol o ofusca
Mas ainda vejo seu sorriso disfarçado entre nuvens
Oh Lua brilhante, queria ver seu sorriso solto e aberto por toda a vida"
Ser poeta por que
Para escrever e depois morrer?
Sim, eu quero ser, ao menos meus escritos ficarão estampados com sangue nas rochas da terra.
Não sou Sansão, não lançarei por aí uma raposa
são minhas palavras que planarão como espadas no ar em grande velocidade.
Cortei o cabelo da minha cabeça, ele crescerá
ela foi não voltará
mas a minha missão como poeta continuará
Até o dia que me reúna com o meu pai no seol e tudo se consumirá.
Imagino detalhadamente como seria se de repente surgisse uma porta e se abrisse bem diante dos meus olhos, revelando um lindo mundo celestial com grandes nuvens bastante numerosas, vários atrativos para contemplar atenciosamente, lugares bonitos para conhecer, certamente, atravessaria feliz, sem pensar duas vezes para iniciar uma inusitada aventura, sentindo um ânimo veemente mesmo que parecesse ser loucura.
Assim que eu a atravesse, um espécie de mapa apareceria próximo aos meus pés, em seguida, uma grande embarcação no estilo pirata, uma mescla abrilhantada de época e de um aspecto futurista, movida frequentemente por uma força mágica, esplendorosa, que estaria a minha inteira disposição e muito deslumbrado, não perderia tempo, embarcaria de imediato, provavelmente, um dos principais momentos que vivenciaria.
Nevegaria destemidamente pelos ares, desbravando cada canto, imerso numa sensação honrosa de liberdade, a mesma encontrada em alguns seres alados e espirituosos que estariam voando a minha volta e em partes mais distantes, um cenário de muitas cores, um céu grandioso, formatos distintos, muitas luzes poderosas, caindo de certos pontos mais altos, riqueza de detalhes incrível que deixou o meu espírito liberto ainda mais entusiasmado.
E acredito que eu não seria o único, encontraria outros de outras embarcações e uns dentro de tipos diferentes de transportes, motivos particulares, necessidades próprias, todavia, todos seríamos fugitivos temporários da realidade, piratas em busca do tesouro, a rara tranquilidade, a viveza do amor próprio, portanto, aventureiros natos desta vez através do lúdico, do imaginário de mentes numa atividade constante e uma notória complexidade.
Como o vento leva as chuvas de vez em quando, assim é como nosso dinheiro quando é investido em negócio vão e sem paixão.
Paleta distinta de cores quentes demasiadamente expressivas, logo nas primeiras horas do dia, distribuídas na imensidão celeste, colorindo até as nuvens, resultando numa harmonia calorosa, proveniente da sabedoria divina, arte imponente, belos traços, uma perfeição explícita, simplicidade veemente, satisfação genuína, que me inspira profusamente.
É uma luta e eu estou lutando, mesmo se de momento estou perdendo, a luta não acabou ainda, e sei que há esperança.
As andorinhas são onze e estão voando em pleno céu azulado, agora são doze, contando-me também, eu vou com elas acompanhando-as de perto...
