Nos Bracos do Pai

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CANTIGA

Ah, se fico ou se passo, se vou no compasso
da vida, devorante no tempo, amiga e inimiga
porém, se o que intriga é todo este embaraço
de gente a gente que na maldade prossiga...

Dá um cansaço, fadiga, de ver e ouvir,
angustia, e faz da existência rapariga...
Então, me resta neste murmúrio, sorrir!
Ser, resistir e ter o amor em doce cantiga.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Caminho no cerrado entre o perfume das flores e os sonhos...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Julho, 2017

Inserida por LucianoSpagnol

AFORA DA JANELA

Plumas de nuvens no céu profundo
De Brasília, alvos lençóis esvoaçantes
Se desfazem num piscar do segundo
Ao sopro dos áridos ventos uivantes

Ali, acolá, riscando devaneio facundo
Na imaginação, e sempre inconstantes
Vão e vem tal desocupado vagabundo
Ilustrando o azul do céu por instantes

Em bailados leves e soltos, voejando
Na imensidão do horizonte em bando
Vão em poesia na sua versátil romaria

E num ato divino, faz-se o encanto
Tal como flâmulas por todo o canto
Tremulando no cerrado com euforia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

À Nossa Senhora D'Abadia da Água Suja

Ave Maria, Senhora D'Abadia da Água Suja
Mãe eterna, essência, flor, afeto acolhedor
Maria de Nazaré, e que na nossa fé, maruja
Louvor, aumentando a confiança no Criador
Tu que és a Imaculada Conceição
Que não nos deixa sozinhos, és amor
Tua paz reina no nosso coração!

Ave Maria, mãe de Jesus
Mulher acolhedora, eterna devoção
Ser seu servo é o que nos conduz
Na verdade de seu filho, nosso irmão
A quem louvamos nos pés da Santa Cruz
Em oração de misericórdia e gratulação...
Ó Maria concebida sem pecado, volveis a nós a tua luz!
A tua proteção!

VIRGEM MARIA SENHORA do BEM
nosso guia. Te aclamamos... AMÉM.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho

Inserida por LucianoSpagnol

GRATIDÃO

É preciso agradecer o tempo
Que no fragor foi-se o sossego
E do silêncio achou-se alento
No barulho fez-se o desapego
Que se fez poesia
Que se fez essência
Flores nas dores, harmonia
Em Deus, na fé evidência
É preciso a gratidão
Da vida, do ser, Divina providência
Pois tudo é amor, é união...
E na diversidade o vário em cadência.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CERTOS VERSOS (soneto)

Letras ranzinzas de certos versos
Olham no vazio do papel em branco
Nodoando o imaginar nele dispersos
Do alquebrado fado em um tranco

O amarelado do tempo ali imersos
Adentra a saudade no peito manco
Rindo e chorando em tons diversos
Em um alvoroço dum soluço franco

Onde estariam tais agrados reversos
E assim o versar sair deste barranco
E então deixar de serem perversos

Ah! Rumo sem margem, sem arranco
Que cria na alma nublados universos
Deixando o sonho nu e sem tamanco

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DESAFIO (soneto)

O meu fadário é devanear solitário
Ter o cerrado a desfolhar no olhar
Sonhar acordado e no mesmo luar
Ficando no tempo, noutro cenário

Onde a solidão nunca sabe esperar
Eu só tenho a saudade num sacrário
Anexo ao coração num pulsar diário
E lágrimas em um soluço sem parar

Oh, uivo árido, trove tal um canário
Os meus versos, e a ela vai revelar
Cada vazio aqui falante e tão vário

Por favor, acaso, pare de me tragar
Faça-me nos beijos dela um erário
E novamente no teu amor eu amar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADES DO RIO

Rio, de longe, uma saudade
Amizade, eterna recordação
Das cidades sua majestade
Tu pulsa no meu coração...

Tuas ruas, varia a felicidade
Vivo bem longe, de ti solidão
No bem querer, divindade...

Se algum dia voltar, será enfim,
Pra nunca te deixar,
E bem junto há ti. Ficar assim!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SOLIDÃO EM VERSOS

Os versos que não pude criar
E que não redigem o tal verso
Na saudade é verso perverso
De um tal silêncio a me fincar

E nesta vaga do verso, o olhar
Perdido, e na quimera imerso
Áspero, de um vário universo
Que faz meu verso, um vagar

Suspiros em versos, reverso
Ao poeta do cerrado a poetar
Pois, o amor na alma, é terso

E de todos, o verso a me julgar
O infortúnio, me foi inconverso
Deixando a prosa sem seu par

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BEM VINDO!
SETEMBRO...
...é sentir a beleza e a leveza de uma pétala.

SETEMBRO

É setembro, mês de transmudação
Nuvens metamorfoseiam em chuva
Chuva em flores que colorem o chão
O cerrado recamado de peúva (ipê)

É o mês de setembro, a primavera
Em coro, a passarada o que se vê
Beijando o beija flor... a flor da era
A natureza tão diversa em comitê

E o céu se rubra, e o sertão flama
Qual uma árida canção encantada
Disputam o botão na virgem rama
Floreando às margens da estrada

Briza casta de pureza despojada
Aflam quimeras rumo a novembro
No rodopio dum condão de fada
O renascer de mais um setembro...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANÇÃO MÍNIMA

No cerrado do planalto
brotam quimeras de cetim

E, no teu traçado, asfalto
canteiros, em um jardim

E, no jardim, o horizonte
ao longo, ilusão sem fim

Assim, Brasília, sem monte
desabrocha na cor carmim...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

QUEM SOMOS

Quem somos? Poeira
Despidos
Singelos hora primeira
No equilíbrio divididos
No querer o poder
Revestidos
De variedade no viver
Da semelhança providos
Porém,
No ir além, a nós permitidos
O mal e o bem
Façam as escolhas!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A SOMBRA DUM PEQUIZEIRO

Fugi da sequidão
do mormaço, do calor grosseiro
busquei, na beira do ricão
a sombra de um pequizeiro

O fumo no céu embaçado
ar poeirado, era paragem
e na imensidão do cerrado
o horizonte, uma miragem...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOZ DO SILÊNCIO

O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos

No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera

É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos

Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AGORA

o cerrado tornou-se anuário
um conflito de cada vez
um desvario diário
e no calendário, vário, era o mês

foi então que o tempo eu vi
num número, na saudade
uma dor, que na dor eu senti
cada sabor, amor, tudo banalidade
pois, o hoje é aqui...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

NOITE

Cai a noite no planalto
Vinda de lugar algum
Estrelas lá no alto
O anoitecer no dejejum

De um quarto vazio
Além da janela, a cidade
Brasília, num luzidio
A magia é divindade

Ruas desertas, silêncio vadio
O dia foi embora, majestade
Sentado num canto, já é tardio
Cai a noite na cidade!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

A PRIMAVERA

Dentre todas, eu novamente
Aqui num novo ciclo a brotar
Sou a reflora, oh minha gente!
A todo canto, acabo de chegar

Cheguei! Vim toda contente
Perfumada, colorida, doce ar
Se aconchegue e se assente
Sou fascinação em todo lugar

De todas a mais bela. Ingente!
Repleta de feitiço a figurar
Que da sedução sou regente
E no amor o remate pra amar

Venham todos, todos venham
Sou a estação para encantar
Sou poesia. E que todos tenham
Magia, eu a primavera a celebrar!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

SOMOS TODOS IGUAIS

Iguais somos todos
Na alegria, no choro
Medos e nos denodos
Pela vida, com ou sem decoro
Nos inícios e nos finais
Na mudez e no coro
Somos todos iguais...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
07 de outubro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Grito (do cerrado)

Corações cerrados
devaneados
no chão vivido
torto, ressequido
árido
e empoeirado.
Que crasta
arrasta
queima
sem dilema...
Pari alarido
sofrido
num socorro
caldorro
de miseração,
num grito a destruição...
Chora o cerrado
devastado.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

UM DE JULHO (soneto)

Se sois, inverno, no cerrado se sente
De tempos frios com tal bravio vento
Que tomais a secura como elemento
E neste movimento, és inteiramente

Nuvioso,horas breves, chão sedento
Da mesma natureza, e tão diferente
Dias vão que passa no fugaz poente
Rubente o céu num encaixotamento

E desta vida em tudo ó mês valente
Sê da metade do ano, planejamento
Férias breves do docente e discente

Como do calendário és afolhamento
E teu entardecer não mais reluzente
Tudo em vós, julho, traz sentimento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol