Nao Magoe uma Mulher
O mundo diz que se dói é porque é forte,
mas a verdade é que o amor não precisa
machucar para provar que existe.
Só quem vive ódio desdenha a força do amor
O ódio é sobrepujente
O amor é invólucro
O amor não persuade, o amor insiste
O amor persiste
O amor é calmo é lento é contemplativo
Enquanto o ódio é imediato
O ódio não mitiga; atua, destrói
É que o ódio já tem a resposta na ponta da língua
E essa resposta se dá mais pela negação do amor de outrem do que por uma afirmação intrínseca
Quem odeia não precisa a origem do sentir
Talvez essa imprecisão seja a razão da falta de percepção da presença do amor
Assim como estão para o escuro a luz e para o frio o calor a aquietação do ódio se dará pela perseverança do Amor
Waninha Araújo
A popularidade não obedece às leis de física. Quanto mais você a repele, mais você a atrai.
(Bianca Barclay)
Alguns relutam com a escuridão, mas eu não. É nas sombras que espreito melhor.
(Tio Chico)
Entre Papéis
Falam. Sempre falam. Muito. Às vezes demais. Às vezes na medida. E se não falassem? Silêncio. Processo sem voz. Juiz sem contraponto. Decisão sem disputa. Sem ardor. Sem sal.
Ajusta a gravata. Gesto automático. Herdado do pai. Também advogado. Tensão no ar. Olhar diz tudo. Mais uma disputa. Será que consigo?
Toga nos ombros. Gira caneta entre os dedos. Olhar fixo. Espera. Sabe que vem surpresa. Um artigo esquecido? Uma súmula recém parida? Um pedido impensável? Quem sabe?
Respira fundo. Fecha o código. Encosta na cadeira. Deixa vir. Advogado entra. Rompe silêncio. Voz firme. Clara. Sustenta. Argumenta. Justifica. Pede. Mira direto nos olhos. Juiz escuta. Impassível. Ou quase. Na mente giram engrenagens.
Advogado sabe. Mas finge que não. Juiz levanta a sobrancelha. Advogado percebe. Brilha o olhar. Ali tem coisa. Insiste. Juiz folheia o processo. Devagar. Mudez.
E então? E então nada. Ou tudo. Porque advogado bom instiga. Juiz bom reflete. Nenhum existe sem o outro.
Processo sem debate? Documento velho. Papel morto. Só números. Só burocracia.
Advogado dá cor. Movimento. Alma. Processo ganha vida. Juiz dá ordem. Equilíbrio. Justiça. Processo ganha solução.
Dois papéis. Um único propósito.
Advogado é voz. Juiz ouvido atento. E o Direito? É o que acontece entre eles.
Rivalidade? Criada. Alimentada. Vendida como verdade. Bobagem. Advogado não é inimigo. Juiz não é adversário. Processo não é guerra. Mas há os que gostam.
Espadas. Escudos. Petições. Embargos. Movimentos táticos. Ataques. Defesas. Golpes jurídicos.
Teatro? Jogo? Guerra? Não. Direito.
Pausa. Cafezinho. Pelando. Ranger de xícaras nos pires. Tom muda. Sobre a cadeira. Toga dobrada. Advogado conta caso engraçado. Risadas. Baixas. Outro advogado. Entra. Outro juiz. Acena.
E antes que o café esfrie. Entre um gole e outro. Admiração. Recíproca. Escondida. Não dita. Mas sentida. Basta.
Amizade? Jardim se florescer. Se não, paz. Respeito? Sempre. Parceria? Inevitável. Reconciliação? Mais que possível. Necessária.
E o processo? Continua. Sempre continua. Porque o Direito não para.
Cansei de gastar energia com quem não soma nada na minha vida. Quero por perto quem inspire, ensine e caminhe junto, o resto deixo no caminho, junto com o que já não me serve .
VAL MONI
*flores*
Sonhei que vc me dava flores, mas não qualquer flores...era flores com a cor dos seus olhos e com o seu cheiro
Com o jeito do seu toque, com o jeito confortável do seu abraço e com o seu carinho que tanto me acolhia
Fiquei chateada quando percebi que era você quem estava me dando elas, em um dia que era para ser feliz para eu
Fiquei decepcionada comigo mesmo por ainda ter sentimentos por você, decepcionada por eu estar casando com outra pessoa além de você
Achei que fingindo estar feliz,ninguém ia perceber o quanto eu ainda te amo e ainda sinto sua falta
Você aparecendo no meu casamento para me dar aquelas flores, fez eu parecer uma idiota por ainda esperar que você me ame
Não tô triste com você, so que poderia ser você o noivo e não um estranho qualquer que eu peguei só para parar de te amar
*Tempo, tempo, tempo*
Estamos vivendo o momento do "não tenho tempo", ministros e pregadores da palavra usam estes termos frequentemente, pois estão envolvidos em atividades que os dispersam; reuniões, e outras fontes os tiram do seio da igreja com mais frequência e dedicação, levando a igreja a ficar alheia e a deriva em rudimentos e heresias humanas, acreditando em valores e crenças subjetivas da cultura secular. São pregações que distorcem o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, este cria-se uma base de fé e crença de que o saciar da alma só se alcança com eloquências e visões proféticas daquilo que a carne almeja e deseja alcançar, ensinando a teoria da prosperidade e o amor pela vida terrena. Assim, enfraquecendo o evangelho de Jesus Cristo e criando um evangelho humano que interpreta e coloca a capacidade e foco do homem na matéria como primazia em suas decisões. Neste contexto enfatiza-se homens amantes de si mesmo, que buscam "glória" e honra para alimentar seu ego, conspirando sentimentos na igreja de porfia por primazia e vangloria, levando-a uma fé abalada e efêmera, enfraquecendo a força espiritual e fortalecendo o espírito eletivo por preferências, cumprindo-se o que se lê em Romanos-1: 25, "Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador[...]. Deus quer salvar a todos pela sua infinita graça e misericórdia, invista o teu tempo no evangelho, na mensagem de paz que te garante um valor moral e espiritual, e te enriquece como ser humano e escolhido de Deus. Escolha sempre a simplicidade e anonimato para propagar os feitos que manifestam em ti. Honra e Glória é dada a Deus, justificação e meritocracia compete a Ele, Jesus Cristo.
*Texto escrito baseado em Atos dos apóstolos, capítulo 13.*
Texto: Igo Couto
os dias são tão pequenos que podia fechá-los sob os meus dedos apertados, cativos para não me magoarem, apertá-los para perpectuar a vida, e com as minhas mãos, desfraldar um arco -íris brilhante, para que o sol tivesse inveja.
Se a pessoa não te respeita nos momentos de irritação, nervosismo, não te respeita quando você não está feliz, é porque não há verdade nesta pessoa quando está com você nos momentos felizes.
Não é difícil entender que precisa se afastar, apenas trate com respeito e fale o mínimo possível, e quando puder busque sua paz bem longe. Afaste-se!
"Ocupo minha mente para não me afogar...
Quando o silêncio se instala, as lágrimas vêm me encontrar.
Já me cansei do cansaço de chorar;
prefiro o cansaço por tanto pensar..."
Carta (não necessariamente urgente) sobre a morte e suas pirraças
Curitiba, essa noite meio sem graça de quinta,
Num tempo que não sei bem se sobra ou se falta.
Prezado amigo (ou quem ler isso, vá lá saber),
Escrevo não porque tenha urgência, que mortais não tem horário marcado, mas porque hoje me deu para pensar nessas coisas que a gente só finge que esquece. Morte, veja só. Tema que dá pano pra manga e silêncios incômodos em conversas de elevador. Mas a verdade é que às vezes não é ela que assusta — é o medo do atraso ou da antecipação.
Sim, tenho medo. Mas mais ainda de morrer na hora errada. Daquele falecimento inconveniente, tipo deixar o feijão no fogo e não voltar mais. Ou então ficar tempo demais, feito parente de festa que não entendeu que acabou. O sujeito vira ruído de fundo, se arrasta pelas tardes, ocupa espaço que já devia estar livre para outra coisa — talvez uma planta ornamental ou um cachorro esperançoso.
Quero ir quando ainda restar alguém que feche os olhos por um segundo ao lembrar de mim. Mas não tantos que respirem aliviados. Aquela linha tênue entre o “já vai tarde” e o “que falta faz” é difícil de mirar, mas tento, com a pontaria do coração — que sempre foi míope, convenhamos.
E torço pra que sobrem uns poucos desafetos. Não por maldade, veja bem. Mas porque quem nunca odiou também nunca amou com força. Os mornos não deixam rastro nem queimam as pontas dos dedos.
No fim — e essa é a esperança que abraço com certo sarcasmo — talvez restem algumas linhas. Frases ditas sem urgência, guardadas num papel, esquecidas numa nuvem digital com nome de bom tempo. Coisas minhas, soltas no mundo, sobrevivendo a mim.
Se alguém ler, que sorria. E se puder, que imagine que eu ainda estou por aí, rindo também, com aquele jeito de quem sabe que o último a rir, às vezes, nem precisa estar vivo.
Roberval Pedro Culpi
Carta ao Tempo
Meu caro Tempo,
Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.
Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.
E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*
E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.
Assinado,
Um que ainda não acabou de chegar
Roberval Pedro Culpi
Entre o medo e o tempo
Se temo a morte? Talvez mais o erro
de não morrer, ou de partir
quando ainda ecoam promessas,
ou então tarde — soterrado em silêncio,
só ocupando o ar de quem respira por inteiro.
Queria partir no compasso certo,
quando ainda se nota minha ausência,
mas não tarde demais a ponto
de ser alívio e não lembrança.
Que sobrem uns poucos que, sem afeto,
ainda me lancem um olhar torto —
porque amar de verdade
exige também saber o peso do desprezo.
E se nada mais restar de mim,
que fiquem estas linhas dispersas,
talvez num papel amarelado,
ou na leveza de uma nuvem digital,
soprando um sopro meu
em quem se dispuser a escutar.
Roberval Pedro Culpi
