Nao Magoe uma Mulher
Estamos numa época em que tudo parece evoluir a uma velocidade vertiginosa, menos os sentimentos humanos.
Dentro de um fato de trabalho, de uma farda, de um fato de cerimónia ou de outro fato qualquer, somos sempre a mesma pessoa.
O nosso melhor investimento consiste em tratar bem os nossos filhos e educá-los de uma forma equilibrada.
Lembrei-me de vocês todos hoje, amigos do Facebook, enquanto colhia uma dúzia de figos lampos e os saboreava debaixo da figueira.
O fanatismo é uma loucura epidémica, conduzida por velhacos, num delírio contagioso, que se transforma facilmente em raiva.
Quando tens prosperidade, nunca tenhas a mania que um quintal é uma herdade. Hoje podes ser cidade e amanhã uma freguesia.
Hoje sou uma criança,
embebida de esperança,
neste nosso paraíso...
Vejo as ruas coloridas,
por pessoas divertidas,
com amor e um sorriso...
Vejo até os passarinhos,
entretidos nos seus ninhos,
a fazerem criação...
E os borregos no rebanho,
sem acharem nada estranho,
junto às prendas que lhes dão...
Vejo alegria a rodos,
numa festa para todos,
diversão a toda a hora...
Como os bandos de perdizes,
onde todos são felizes
e ninguém fica de fora...
Na criança que há em mim,
vejo este dia assim,
entre achados e perdidos...
Perguntando ao pensamento:
como será cada rebento,
quando forem mais crescidos?
Cá estou eu mais uma vez, gente moderna,
embrenhado nas planícies, estou perdido;
quem me ajuda a encontrar uma lanterna,
para o campo iluminar o meu sentido...
Vós que sois lá da cidade e sabem tudo,
tragam tudo para alguém que não tem nada,
mas não venham com pézinhos de veludo
para a terra que não foi sequer lavrada...
Sinto a terra num repouso absoluto,
sem um braço de trabalho, em campo aberto,
que me diga, em alta voz, o que não escuto,
nestas verdes pradarias do deserto...
Não desandem todos juntos, o campo espera
pela luz que vós trazeis, e, entrementes,
tragam água para o campo (é primavera)
e mil braços de trabalho com as sementes.
Num mundo de amor e paz, eu vi uma pomba branca, com um raminho no bico, o seu voo era tão rico, a sua pose era tão franca... Voou como uma alavanca, com dez pombas logo atrás, ela disse-me que é capaz de pôr fim ao mal do mundo, para que o bem seja profundo, num mundo de amor e paz.
25 de Abril sempre!
Deram-me confiança,
com as palavras certas,
como uma criança
que vê a esperança
de portas abertas...
Entrei na quimera
dos Homens de Bem,
e sem muita espera,
vi que a primavera
não lembra a ninguém...
Viva a liberdade!
Já ninguém conspira!
De livre vontade,
quem fala a verdade
passa a ser mentira...
Salvam-se ou doutores,
outros de igual porte,
sem que os bastidores
mostrem sonhadores
com a mesma sorte...
Assim, o alimento
das frases discretas
nutre o pensamento,
com descaramento
de alguns poetas...
E nessa empreitada
do que mais convém,
vi nesta saldada
que nem Deus agrada
aos Homens de Bem.
Depois de tanto alarido e de tanta ostentação natalícia, foi-se mais uma noite de Natal, entregaram-se as prendas, saciaram-se as expectativas, encheram-se os contentores do lixo de papéis amarrotados dos embrulhos das prendas, e a próxima etapa será desejarmos um bom Ano Novo a quem gostamos e até a quem queremos ver pelas costas, porque parece sempre bem desejar um bom Ano Novo a toda a gente.
A paz plena é uma quimera, complicada na entrega, e por ser assim, austera, deixa muita gente à espera do dia que nunca chega.
De uma forma geral, a primeira coisa que os pobres fazem, quando têm algum dinheiro, é comprar a vaidade dos ricos, para serem tão pobres como eles.
Desconfio que nós, seres humanos, também temos uma costela do diabo-da-tasmânia, mas os antropólogos que o digam.
As redes sociais parecem uma sala de espera para a felicidade, onde o porteiro nos manda fazer todo o tipo de figuras para podermos entrar.
Infelizmente, uma grande parte da alegria que muitas pessoas sentem é provocada pela miséria dos outros.