Na Boca em vez de um Beijo um Chiclete de Menta

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Os superiores nunca perdoam aos inferiores que ostentam a aparência da sua grandeza.

Contra o calar não há castigo nem resposta.

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa.

Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples razão de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao passo apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua.

O dinheiro só é poder quando existente em quantidades desproporcionadas.

Poucos homens foram admirados pelos seus criados.

A ausência é a causa de todos os males.

A igreja é o único lugar onde alguém fala comigo e não tenho de responder.

O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.

Os anos que uma mulher subtrai à sua idade não são perdidos. Ela acrescenta-os à idade de outras mulheres.

Todo o universo poderia ser conduzido por uma única lei, se essa lei fosse boa.

A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978

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