Na Boca em vez de um Beijo um Chiclete de Menta

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Insistir naquilo que já não existe é como calçar um sapato que não te cabe mais: machuca, causa bolhas, chega à carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço, deixar livre o coração enquanto vive, deixar livre os pés, enquanto crescem. Quando a gente cresce, o número muda!

Aproximei-me de um homem que era considerado sábio. E pensei comigo que eu era mais preparado que ele. Ninguém sabe mais do que o outro, mas ele acredita que sim, ainda que não seja verdade. Eu não sei mais do que ele, e sou consciente disso. Por isso, sou mais sábio que ele.

Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos, para sabermos o que seremos.

Quando um grupo de mulheres começam a rir sem parar é sinal que alguma orelha está queimando.

Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo - não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos-, vamos regressar. Para mim aquelas páginas enfeitiçadas serão sempre as que encontrei entre os corredores do Cemitério dos livros esquecidos.

Se morreres antes de mim, pergunta se podes levar um amigo.(Stone Temple Pilots)

Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem-vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo.

Leonel Brizola

Nota: itado em "Do bestial ao genial: frases da política", Paulo Buchsbaum, André Buchsbaum, Ediouro Publicações, 2006

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Se um cão não vier até você após ter olhado em seu rosto, você deverá ir para casa e examinar sua consciência.

Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira... a minha ganância por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui a mil anos.

Com as perdas, só há um jeito: perdê-las.
Com os ganhos, o proveito é saborear cada um como uma boa fruta de estação.

Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí.

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O impulso.

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Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Desconhecido

Nota: Trecho do texto que costuma ser erroneamente atribuído a Clarice Lispector.

Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo.

É errado, portanto, censurar um romance que é fascinante por suas misteriosas coincidências (...) mas é certo censurar o homem que é cego a essas coincidências em sua vida diária. Pois sendo assim, ele priva sua vida de uma nova dimensão de beleza.

Milan Kundera
A insustentável leveza do ser (1984).

A paciência é uma maldição de família. Há sempre um coringa que não se deixa iludir. Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele.

Eu tenho medo que você seja um caminhão de luz que me esmague e me cegue na frente de todo mundo. Eu tenho medo de ser um saquinho frágil de bolinhas de gude e de você me abrir. E minhas bolhinhas correrem cada uma para um canto do mundo. E entrarem pelas valetas do universo. E eu nunca mais conseguir me juntar do jeito que sou agora. Eu tenho medo de você abrir o espartilho superficial que aperto todos os dias para me manter ereta, firme e irônica. Minha angústia particular que me faz parecer segura. Eu tenho medo de você melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortável, em minhas reclamações. Eu tenho medo da minha cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estômago sair pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho muito medo de deixar de ser.

Você não precisa ser linda, nem magra, nem maquiada, nem popular, nem ter um cabelo lindo, nem ter roupas caras nem sapatos novos para ser feliz. Você precisa ter pessoas especiais ao seu lado, só isso.

Um povo, tanto quanto um indivíduo, deve fazer justiça, custe o que custar.

Henry David Thoreau
A desobediência civil. Porto Alegre: L&PM, 1997.

A calma é um elemento criador. Purifica, recolhe, põe em ordem as forças internas, compensando o que o desordenado movimento dispersa.