Morte Irmão
Tem gente que pensa em desistir da vida. Não é mais inteligente desistir da morte! A vida é uma só. Ela precisa estar alicerçada na fé e na esperança, de onde vem a sua energia vital.
Se não houvesse Vida Eterna, a morte em sí já seria um descanso - descanso inconsciente. O humano tem pela frente dois
problemas. 1) Ele deseja um descanso consciente. 2) antes do descanso consciente, ou não, ele passa pelo sofrimento, por mais breve que seja.
A fé em um futuro radiante alimenta a nossa esperança de dias fulgurantes.
Não podemos compreender a vida, sem considerar a morte como sua maior aliada. Quando a morte surge, abre um espaço para nascer um novo mortal.
Não concebo o predeterminismo quanto a vida e a morte. Não há nenhuma inteligência viável que justifique que o nascituro esteja programado para morrer recém-nascido. Nascer, viver e morrer o vejo no contexto do tempo e, no processo biológico social e cultural, com base na metafísica original, apenas. Eu não sei porque nasci e nem quando vou morrer. Não há data para isso, apenas tempo. Sei apenas que o tempo chegou.
Fim dos tempos e morte do livre arbítrio.Estamos perdendo a nossa autonomia, tanto física, mental quanto espiritual, para o sistema do algoritmo, internete e ideologias do consumo arbitrário. Até o Deus cristão que revelou o Cristo Salvador, impomos que seja reconhecido e adorado como o Deus da prosperidade material, que nos dê a bênção para podermos aumentar o nosso consumo.
O medo mais imbecil é o da morte por duas razões: A primeira é porque teremos de enfrentá-la, a segunda é porque ela se apresenta como amiga para nos libertar do corpo sofredor. O desafio é fazê-la derrotada pela esperança da Vida Eterna pela Fé em Cristo Jesus.
O maior problema da existência humana não é a morte natural, e sim, o sofrimento e morte dos civis e crianças inocentes, vítimas das ignóbeis guerras e ações desumanas que disseminam o ódio e o terror.
É difícil lidar com a morte do ente querido, mas devemos lembrar que, segundo a fé cristã, a morte física precede a Vida Eterna.
O medo da morte aprisiona a alma. Quando em Cristo, morremos para nós mesmos, a alma fica livre e o medo morre; e, Nele que venceu a morte passamos a ter Nova Vida.
No interregno do Nascimento e morte, não podemos perder o direito de garantir no temporal, o eterno, pela fé: “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.” (Jesus Cristo)
A morte não nega a vida. Considerando isso e conectando à fé, bem-aventurado os que nascem porque terão a oportunidade de morrerem para depois alcançarem a VIDA ETERNA.
Os que se vangloriam e comemoram o assassinato, ou morte natural de alguém, se identificam como gente desprezível, sem escrúpulo, ignóbil e cruéis. Deveriam responder criminalmente como criminosos em potência.
F. Meirinho
O único bom legado da morte é não permitir que o sujeito tenha consciência de que morreu.
Saber que morreu seria muito angustiante.
F. Meirinho
uma semana pós minha morte.
meu pai…se culparia pelo resto da vida. Pelos xingamentos ditos no calor da raiva, pelas palavras que ecoariam agora como facas na memória. Pelo silêncio que me sufocou tantas vezes, pelas dores que talvez nunca tenha percebido que me causava. Ela entraria no meu quarto e sentiria meu cheiro impregnado nos móveis, nas roupas ainda guardadas, nos detalhes que só um pai reconhece. As gavetas fechadas, os livros marcados, as fotos espalhadas
— tudo se tornaria lembrança e culpa.
E cada noite seria acompanhada por lágrimas e arrependimentos.
minha mãe…perderia o sentido da vida. Talvez passasse horas sentado na poltrona da sala, ent silêncio, encarando o nada. Talvez lembrasse das nossas conversas, do meu sorriso, dos pequenos gestos que agora seriam apenas memórias. Cada copo de café teria um gosto diferente, mais amargo. O peso da ausência se tornaria sua nova rotina.
meus avós…aqueles que tantas vezes me criticaram, guardariam em si o peso das palavras duras. Talvez chorassem escondido, talvez não admitissem em voz alta, mas no fundo saberiam: perderam tempo me julgando quando podiam ter me amado mais.
minha psicóloga…a que sempre acreditou em mim, se culparia por não ter conseguido me salvar. Pensaria nas nossas conversas, nos sorrisos que eu ainda conseguia dar mesmo quebrada por dentro, nas batalhas que travávamos juntas. Guardaria meu nome com carinho e dor, desejando ter tido tempo para me mostrar que a vida ainda valia a pena.
minha irmãzinha, a minha princesinha, ela pensaria que eu apenas estaria fora de casa, mais acharia estranho eu não voltar mais casa, ficaria confusa e curiosa com todos agindo diferente perto dela e ela perguntaria para todos cadê a “memi” dela, apenas uma garotinha inocente.
o meus irmãos, bom, eles entrariam no meu quarto olhando para ele vazio apenas o silêncio ecoando lá dentro com um silêncio absurdo, eles não teriam mais ngm pra pegar no pé, pra chamar atenção, mas eles ficariam pensando nos momentos que já tivemos juntos, bons e ruins… mas minha morte não iria fazer muita diferença.
minha irmã, ela ficaria sem reação alguma por ser dura, mas por dentro ela ficaria sem chão, ela iria pensa em todos nossos momentos únicos, bons e ruins… ela iria me procurar todo dia na esperança de me achar em algum lugar.
Meus tios, ficariam surpresos em sabe que a sobrinha mais sorridente e alegre não iria mais voltar, vão sentir falta da minha risada escandalosa.
minhas primas, ficariam sem chão, por não perceberem que sempre foram grossa e ignorantes, talvez chorariam, mais não fazeria muita falta pra elas.
Minha avó, ela ficaria em estado de choque.. pois sempre me viu alegre, sorridente… Ela com certeza sentiria minha falta, de me ver reclamar, dos momentos que tínhamos, de conversa das risadas, sentiria a falta de mais alguém irritando ela.
Porque uma semana após minha morte, eu ainda estaria ali — nas coisas, nos cheiros, nos móveis, nos silêncios, nos corações. Presente em tudo, menos em vida.
Porque uma semana após minha morte...
eu ainda estaria em cada canto, em cada lembrança, em cada lágrima derramada.
Mas o mais doloroso para todos seria perceber que eu não volto...
e que o tempo nunca mais trará o que fui.
A morte é a última fronteira de salvação do nosso planeta contra as investidas insanas e brutais dessa praga chamada: [Ser humano]
A morte não é o coração interromper - se simplesmente: a covardia e esmorecimento no recurso da batalha da vida inclusive, também é a morte.
