Momentos em nossas Vidas

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Parece, na verdade, que nós nos servimos das nossas orações como de um jargão e como aqueles que empregam as palavras santas e divinas em feitiçarias e em efeitos de magia.

Tudo em nós é vaidade, fora a sincera confissão que fazemos perante Deus das nossas vaidades.

Ao abuso das nossas faculdades físicas sucede a dor; às perversões do espírito seguem o pesar e o arrependimento.

O mundo é o repertório das nossas possibilidades vitais. Não é, pois, algo à parte e alheio à nossa vida, mas é a sua autêntica periferia.

O mal que fazemos não nos suscita tantas perseguições e ódio como as nossas boas qualidades.

Uma circunstância imaginária que nós gostamos de acrescentar às nossas aflições é acreditar que seremos inconsoláveis.

Não é mais fácil encontrar quem chora com as nossas tristezas do que quem se rejubile com as nossas alegrias.

Nós só conhecemos as paixões dos outros, e o que chegamos a saber das nossas, é deles que podemos aprender.

Esse método estoico de bastar às nossas necessidades suprimindo os nossos desejos equivale a cortarmos os pés para já não precisarmos de calçado.

Nossas ações terminam sempre por traduzir nossos pensamentos.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

O valor de todo o conhecimento está no seu vínculo com as nossas necessidades, aspirações e ações; de outra forma, o conhecimento torna-se um simples lastro de memória, capaz apenas - como um navio que navega com demasiado peso - de diminuir a oscilação da vida quotidiana.

Tiremos das nossas miseráveis virtudes o que devemos ao temperamento, à honra, à opinião, ao orgulho, à impotência e às circunstâncias: que ficará? Pouquíssima coisa.

Os nossos desejos ocupam maior espaço do que as nossas necessidades.

Porquê dar conhecimento das nossas opiniões? Amanhã, podemos ter outras.

Toda a sabedoria consiste em desconfiar dos nossos sentidos e das nossas paixões.

Podemos convencer os outros pelas nossas razões, mas só os persuadimos com as deles.

A razão, já tão insuficiente para prevenir as nossas infelicidades, ainda mais o é para nos consolar delas.

Nós não conhecemos o verdadeiro valor de nossos momentos até que eles se submetam ao teste da memória.

Os loucos são espantosos nos seus momentos lúcidos.