Minha Terra tem Palmeiras onde Canta o Sabia
Nesta quarta estação que tem o ano,
aprecio este mundo ultramoderno,
e nas chuvas que me sobram do inverno
faço um esboço de um poema puritano...
No inverno tudo soa a transparência,
desde os dias que antecedem o Natal,
porque um homem exercita a paciência
e até o frio nos parece mais natural…
Sacudo os altos ventos que me restam
para cima desse frio que me regela,
tentando dar à luz uma só estrela
enquanto os vendavais se manifestam…
Farei uma caraça de improviso,
com a lama que abunda no meu rosto,
e prometo modelar um bom sorriso
no Entrudo que aí vem com todo o gosto…
Será honesta a grande quadra de folia,
os borguistas nunca foram tão sinceros,
pois deixamos de adorar pantomineiros,
adorando um vasto mundo de alegria…
E hoje, com tais nuvens tão cinzentas,
neste dia tão cinéreo quanto breve,
vou sair e reforçar a vestimenta,
porque a chuva pode vir em tons de neve.
Nenhuma obra tem grande valor se não tiver uma forte oposição por parte daqueles que vivem perto de nós.
O Amor é uma chama,
que ilumina a nossa sorte:
quem tem Amor sempre ama,
quem não tem nasce com a morte.
Nacib da Silva Tião Barra Daço
tem nome de turco de antigas novelas,
com mais de quarenta, tem ar de vivaço
e outras tantas moças que são gabrielas.
Bate as festas todas de calças rasgadas,
camisas com estilo, surradas do espelho,
sapatos da moda, num conto de fadas
tirado à medida do bolso do velho.
Enrola por dia dois ou três cigarros,
daqueles pra rir, sem ninguém saber,
e assim vai a vida, montado em bons carros,
dizendo que os outros não sabem viver.
Estudou na cidade, é quase formado
num curso daqueles com ar superior,
faltam-lhe as cadeiras para estar sentado
aonde se sentam todos os doutores.
Nacib viaja, respira outros ares,
vai a Monte Gordo, Peniche e Melgaço,
aventa-se à estrada e em todos os bares
há sempre a garrafa que diz Barra Daço.
E há sempre histórias também pra contar,
esses tais enredos que o fazem feliz...,
Diz sempre que os outros devem trabalhar
pra darem sustento e riqueza ao país.
Quase sempre as pessoas têm a memória mais aguçada para os nossos erros do que para as nossas virtudes.
A elegância não tem nada a ver com o estatuto social, com o peso das pessoas ou com as roupas que se vestem, a elegância é um estado de alma.
Se és louco, continua
a subir nessa loucura,
porque a vida só mingua
quem não tem a tua altura.
I
Cada louco é um segredo
encoberto num mistério,
que se mostra num critério
comparado a um brinquedo…
Mesmo sobre um arremedo
a verdade é sempre nua,
e o sinal se acentua
no tino que sabe a pouco;
se és tu, és quase louco;
se és louco, continua…
II
Sabes bem tudo o que és
dentro da tua aparência,
que te tapa a consciência
e te abre de lés a lés…
Não encubras as marés
dessa tua compostura,
porque atrás dessa figura
de feição inteligente,
és um louco que se sente
a subir nessa loucura…
III
Já vais alto bem o sei,
vais aonde eu imagino,
bem acima do teu tino
no rigor que em ti criei…
Prometo, não contarei
a loucura que é só tua,
pois alteia, vai à lua,
como lobo num rebanho,
e revela o teu tamanho
porque a vida só mingua…
IV
Se és firme no ofício
de trepar até ao espaço,
voas livre - como eu faço -
neste curso vitalício…
Nunca há um precipício
onde há uma aventura,
e sendo tu uma criatura
sempre perto das origens,
enches sempre de vertigens
quem não tem a tua altura…
As esplanadas enchem-se de gente, os invejosos parecem doutores de filosofia e a maledicência tem ares de debate profundo.
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