Meu Sonho e te Conhecer
A Muirajuba que floresce
também no meu Brasil,
traz a conexão profunda
com a América do Sul,
em dias alegres ou tristes,
Faz lembrar que no coração
floresce sob o céu perenal
com apego e total devoção
a nossa chama austral.
A herança do Sul do Sul;
o olhar de romance
que continua invicto
com um quê de lirismo,
mesmo diante de tudo
isso o quê se passa lá fora.
Tipo pinha plantada
pela Gralha-Azul na terra
assim sigo porque tenho
poesia que não se encerra
sem clamar por plateia.
História viva nas veias,
amor e ternura na memória,
quero crer que se perpetua
forte ti mais do que nunca.
O teu bonito olhar feito de astros
que no meu céu parecem dançar
a Dança dos Engenhos de Farinha
da nossa Santa e Bela Catarina,
O quê estamos a imaginar vai
além do que a multidão imagina.
O culto e o desejo pela beleza
como fogo que não se apaga
nos mantém vivos e renovados,
e uma nova aventura acende,
Não é de hoje que encantados
há tradição em nós mutuamente.
Há festas em nós imparavelmente...
Doce e suave como Tarap
e o meu nome na sua alma,
na sua mente e coração,
Sou feita de amor e paixão.
Eu sou o meu povo,
e o povo me é;
Não preciso de mandato
por onde passo;
Nada e nem ninguém
mais importa;
Não sou presença,
e sim História;
Nas linhas do destino
sou eu quem escrevo;
Nasci poeta enraizada:
(para o seu desespero).
Encontrar um Ingá-doce
colher sementes,
fazer um bolo com café,
Ter um dia você do meu
lado ainda está de pé.
O despertar em Rodeio
com os canarinhos
no meu sereno portão
acertaram o meu peito
poeticamente em cheio.
O Sol sempre quando
vai descansar nos braços
do Pico do Montanhão
eleva a minha inspiração
no mais alto da imensidão.
A Lua Crescente sobre
a nossa Cidade que
fica no Médio Vale do Itajaí
é a Lua mais Lua do que
em qualquer outro lugar daqui.
Meu corpo flor de Paineira-Rosa,
o assumo travessa e amorosa,
Toda intrépida capaz de trazer
o teu pleno de maneira venturosa.
Contemplar o curvar-se
para beijar o meu ventre
cheio de Primavera
até a altura onde se pisa,
Sem precisar rastejar
sem implorar e sem haver
o tal obedecer sem pestanejar.
Porque torná-lo possuído,
e, ao mesmo tempo, render-se,
para entregar as rédeas,
é de poesia, e nos é imperativo;
para alinhar planetas,
acordar cidades inteiras
e românticos tocar cometas.
Admito ser a tua Rainha,
e tu és o meu Rei escrito;
Somos donos do destino,
onde a sedução é soberana,
é deusa, senhora, ama,
a guarda-chaves e a Lei,
por nós ser obedecida,
com sabor de Jacaratiá e folia.
Admito sem contorcionismo
que sei o meu lugar de fala,
que na minha idade tenho história,
e não tenho o florescer em primícia;
Transbordo sem a flor retórica,
enraizada e resistente a qualquer
estação com encanto e entusiasmo,
arfagem, pulsação e cheia de orvalho.
Por ti milimetricamente provocado,
intencionalmente tenhocada pingo
espargido para deixá-lo vulnerável,
e cheio de razão todo derramado.
Há tempos tudo tem sido calculado
em nome daquilo que pode ser
incorporado, comemorado e desfrutado
talvez por toda nossa existência.
Tudo ao redor faz o coração
renovado sentindo sem temor,
sem tremor, todo suplicante,
e convictamente insaciável:
da tua existência inteira capaz
de fazer da minha uma obra-prima,
tal como a colheita do Licuri intima.
No final, o que realmente importa,
é estar sob rendição da tua turgidez,
para depois com gratidão repousar
serena contigo em total languidez,
satisfeitos, orgulhosos e entregues
plenos como deuses na vida terrena.
O meu beijo de Patauá
dentro de ti vai entrar
mesmo sem licença,
Do meu jeito afetuoso
os Versos Intimistas
para farão da sua vida
um verdadeiro poema.
Como o Condor-dos-andes,
cruzar o céu austral
do meu para o seu coração,
Fazer que o meu
nome nos teus lábios
se valore como a oração
ancestral reconhecida,
E se transforme na canção,
que desperte a paz,
sem tardar nas auroras.
Ao mesmo tempo ser
arma e a flor em disparo,
para que a guerra
não encontre abrigo
na nossa amada terra,
Tornar o peito abandeirado
do amor convicto,
para que não haja rendição
nas mãos de nenhum inimigo.
Sem querer me apaixonei
Com a sua presença, não há nada além de você, que faça meu coração se recompor, minha pupila dilatar e acreditar que talvez eu possa me apaixonar.
Torço para que nossos olhares sigam o mesmo caminho, assim poso ver o que seus olhos dizem, e então ter a certeza de que suas palavras de amor condizem.
Todas as pupilas são iguais, mas a sua é ilustre, faz-me sentir sentir livre, sentir-me tua, faz pensar em como seu brilho nem se compara com o da lua.
Seu sorriso não é nada, nada mais que meu porto seguro, minha válvula de escape desse mundo, que não valoriza pessoas como você, que não enxerga seu brilho, enxerga sombra, não enxerga bondade, enxerga desconfiança, acontece que entre tanta gente, eu uso lentes, não uso por opção, uso por obrigação, ao contrário de todos, quero enxergar, busco te ver, para um dia melhor te conhecer.
Sem querer me apaixonei, quando percebi, já sabia todas as suas manias, todas as usas sinas. Um dia irei te pertencer, um dia darei todo o amor que você merece ter.
Livre
Sinto-me como um pássaro.
Livre.
Voando em qualquer direção
Meu caminho é sem marco
Sem apelo
Viajo apenas para voar
Não há paisagem e nem cores
Só o rumor da solidão
Não me sinto sozinha, mas desencontrada.
Tenho um referencial para voltar
Apesar de não querer chegar
Vivo sonhando sem rumo certo
Batendo minhas asas
Até cansar
Pouso, então, e descanso
Junto com minha solidão.
Proporcionei conforto, dei meu colo, carinho, amor. Dei um lar para as horas vagas. Desliguei-me do mundo. Construí castelos de areia para agradar. Meus anos foram materializados para doação. Deixei meu mundo e vivi o mundo da matéria. Hoje, procuro resgatar o imaterial.
Meu maior inimigo é o passado ...
Vivo de histórias vividas e não vividas e hoje nem sei o que era real e o que era refúgio .
