Mentira
Nós pais Sempre Acreditamos na Mentira dos Nossos Filhos; Mais os Nossos Filhos Não acreditam nas Nossas Verdades.
"Quando a mentira e a verdade não são motivo para qualquer raiva, o que magoa é a realidade descoberta."
Aquilo em que nós acreditamos molda quem somos. Mas quando você acredita em uma mentira por muito tempo, a verdade não te liberta. Ela te destrói.
Onde a verdade e onde a mentira dos sentimentos? Seria a bela Capitu, com seus olhos de cigana oblíqua e dissimulada, uma adúltera? Teria fundamento o ciúme que corrói a alma de Bentinho?
Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia; mas uma meia mentira nunca será uma meia verdade.
(Jean Cocteau)
"Quando tentei voar ferido, asas curtas estão amarradas, nessas amarras de mentira, nas amarras que tu fazes, nas amarras feitas para serem quebradas, desfeito uma vez e irei voar"
Qual a chance de ser legítimo e não uma mentira que contamos a nós mesmo porque temos medo de morrer sozinhos? Porque, sabe, é exatamente assim que todos morremos: sozinhos!
A mentira é um vício.
Para cada mentira dita,
já há outra preparada para tornar-se convincente.
o mal que se gera é a si mesmo.
Acreditar na própria mentira
é estar viciada nela.
Quando acreditamos na mentira, ela se torna verdade. E quanto mentimos para nós mesmos... Fizemos algo tão ruim, que não queremos acreditar. Ou estamos jogando um jogo.
Quando parece mentira, é porque é verdade. Os filmes, os livros e as músicas são fruto da imaginação humana, retratos de realidades criadas dentro da nossa cabeça, simulações às vezes utópicas da vida 'como deveria ser'. Pensando assim, a gente se acostuma a achar que, para sermos felizes, temos que aceitar essas mentiras e fazê-las verdades genuínas. Os mais sábios, inclusive, dão-se por satisfeitos ao resignarem-se com a idéia de que a ignorância é pré-requisito pra felicidade e que, como 'seres superiores' que são, não se vêem passíveis de serem acometidos por esse sentimento, mesmo sabendo que ele está por aí, em todo lugar.
Está nos filmes, nos livros e nas músicas, mas não está dentro de nós. A gente lê e relê mil vezes, assiste, grava e revê, ouve a música em volumes ensurdecedores na vã tentativa de capturar esse sentimento, nem que seja por alguns segundos, nem que seja só um pouquinho. E quando parecemos estar sentindo, nosso mecanismo de auto-defesa programa-se para fazer com que a gente ache que tudo aquilo não passa de um placebo para uma doença da alma. Uma doença sem cura.
Aí, há uns 4 ou 5 meses atrás, eu, que sempre fui sábia, cética e conformada com a finitude do amor, com os limites do que se sente e ávida defensora do individualismo, vi tudo mudar perante os meus olhos. E não estava na TV, no papel, nem no meu aparelho de som. E, definitivamente, não é de mentira. Tão verdade é que hoje eu vejo tudo diferente, pois não tenho mais cortinas na frente dos olhos.
Hoje eu vejo que os filmes, os livros e as músicas não estão aí por acaso. Eles são manifestações concretas de momentos em que o homem conectou-se com o divino, que paira no ar, mas é invisível aos olhos. São fragmentos de pequenos milagres operados por mãos trêmulas, imperfeitas e pecadoras. São imagens de um destino do qual a gente precisa estar em constante procura, até o fim dos nossos dias.
Digo isso porque eu encontrei o meu.
Quero o fim da falsa modéstia,
Da humildade orgulhosa
Quero a mentira sincera,
A graça da desgraça.
Não quero os amigos das vitórias,
Não quero aquele que diz que me ama
Quero aquele que faz, simplesmente,
Quero os amigos das derrotas.
Quero beber o doce veneno amargo
Quero quebrar regras, fazer o proibido,
Cutucar a onça com vara curta,
Quem sabe vem o tão prometido castigo.
Quero amar a pensante loira burra
Durante os dias de luares e as noites de sol.
Quero olhar para o espelho e ver uma pedra bruta,
E por favor, mantenha-me longe da lapidação.
Provérbios 4.24: Evite toda conversa maldosa; afaste-se das palavras perversas. (*Mentira, Calúnia, Fofoca e Boato) (NVT)
Não coloque vírgula numa história que só trouxe dor, mentira, decepção e angústia. Não adie o fim pensando que talvez não vá resistir. Mendigar amor é morrer um pouco a cada dia. É causa-se uma ferida que dificilmente será curada. É se contentar em ser mal-amado(a). É negar a si próprio se permitir construir uma nova e linda história.
A maior mentira que nos contaram - e que nós, piamente, acreditamos - é essa, a de que tudo passa. Nada passa. Passa coisa nenhuma.
A gente aprende a viver com as escaras, aprende a colocar ungüentos nos talhos fundos, conhece outras pessoas que são como bálsamos sobre as nossas feridas, mas elas, as sanguinolentas, as danadas, as malsãs, elas não passam. Uma mulher é uma chaga sempre aberta. Um homem é uma ferida sempre exposta. Nada passa.
Sentimentos? Eles se transformam em outros sentimentos, mas não passam. As pessoas que você amou, nunca te causarão indiferença (indiferença, o oposto do amor), sua única certeza é que você sempre vai sentir algo quando as encontrar - algo bom ou ruim, muito bom ou muito ruim. As pessoas que te menosprezaram, te usaram ou simplesmente te rejeitaram, continuam, cada qual com sua adaga, perfurando seu amor-próprio, dia após dia, umas mais, outras menos.
Somos todos, homens e mulheres, mestres no fingimento, na dissimulação, no recalque, mas a verdade, meus caros e minhas caras, a verdade é que nada passa. Por isso você vê uma mulher histérica ao pegar uma cebola podre no supermercado, por isso você vê o homem agindo como um primata no trânsito, por isso seu chefe estoura sem razão, por isso você teve uma crise de choro durante aquele filme, por isso as pessoas têm chiliques inexplicáveis: porque nada passa e nós precisamos de válvulas de escape.
Um colega da oitava série, chamado Fernando, olhou para mim em novembro de 82, e disse: 'Nossa, como você é gorda'. A ferida continua aberta.
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