Mensagens dos Anjos

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Da minha vida já se foi,
Dos meus olhos já se perdeu , e
Do meu coração já morreu!
11.05.2011

Odeio quando você me ignora,
Quando finge que não me vê.
Quando me deixa fora de conversas,
Quando o que mais quero é conversas com você.

Volúpia imortal

Cuidas que o genesíaco prazer,
Fome do átomo e eurítmico transporte
De todas as moléculas, aborte
Na hora em que a nossa carne apodrecer?!

Não! Essa luz radial, em que arde o Ser,
Para a perpetuação da Espécie forte,
Tragicamente, ainda depois da morte,
Dentro dos ossos, continua a arder!

Surdos destarte a apóstrofes e brados,
Os nossos esqueletos descarnados,
Em convulsivas contorções sensuais,

Haurindo o gás sulfídrico das covas,
Com essa volúpia das ossadas novas
Hão de ainda se apertar cada vez mais!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Vencido

No auge de atordoadora e ávida sanha
Leu tudo, desde o mais prístino mito,
Por exemplo: o do boi Ápis do Egito
Ao velho Niebelungen da Alemanha.

Acometido de uma febre estranha
Sem o escândalo fônico de um grito,
Mergulhou a cabeça no Infinito,
Arrancou os cabelos na montanha!

Desceu depois à gleba mais bastarda,
Pondo a áurea insígnia heráldica da farda
A vontade do vômito plebeu...

E ao vir-lhe o cuspo diário à boca fria
O vencido pensava que cuspia
Na célula infeliz de onde nasceu.

Versos a um cão

Que força pode, adstricta a ambriões informes,
Tua garganta estúpida arrancar
Do segredo da célula ovular
Para latir nas solidões enormes?!

Esta obnóxia inconsciência, em que tu dormes,
Suficientíssima é, para provar
A incógnita alma, avoenga e elementar
Dos teus antepassados vermiformes.

Cão! — Alma de inferior rapsodo errante!
Resigna-a, ampara-a, arrima-a, afaga-a, acode-a
A escala dos latidos ancestrais. . .

E irá assim, pelos séculos, adiante,
Latindo a esquisitíssima prosódia
Da angústia hereditária dos seus pais!

Versos d’um exilado

Eu vou partir. Na límpida corrente
Rasga o batel o leito d’água fina
- Albatroz deslizando mansamente
Como se fosse vaporosa Ondina.

Exilado de ti, oh! Pátria! Ausente
Irei cantar a mágoa peregrina
Como canta o pastor a matutina
Trova d’amor, à luz do sol nascente!

Não mais virei talvez e, lá sozinho,
Hei de lembrar-me do meu pátrio ninho,
D’onde levo comigo a nostalgia

E esta lembrança que hoje me quebranta
E que eu levo hoje como a imagem santa
Dos sonhos todos que já tive um dia!

Solilóquio de um visionário

Para desvirginar o labirinto
Do velho e metafísico Mistério,
Comi meus olhos crus no cemitério,
Numa antropofagia de faminto!

A digestão desse manjar funéreo
Tornado sangue transformou-me o instinto
De humanas impressões visuais que eu sinto,
Nas divinas visões do íncola etéreo!

Vestido de hidrogênio incandescente,
Vaguei um século, improficuamente,
Pelas monotonias siderais...

Subi talvez às máximas alturas,
Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,
É necessário que inda eu suba mais!

O deus-verme

Factor universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme — é o seu nome obscuro de batismo.

Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.

Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...

Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!

Debaixo do tamarindo

No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!

Hoje, esta árvore de amplos agasalhos
Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da flora brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade,
A minha sombra há de ficar aqui!

A memória é como um quebra-cabeças.
São peças soltas que temos que ir montando.
A memória é incansável, persistente e muito inquieta.
Isso é o pior, ou o melhor, da memória.
Não é só inquieta, como também te inquieta.

O Corrupião

Escaveirado corrupião idiota,
Olha a atmosfera livre, o amplo éter belo,
E a alga criptógama e a úsnea e o cogumelo,
Que do fundo do chão todo o ano brota!

Mas a ânsia de alto voar, de à antiga rota
Voar, não tens mais! E pois, preto e amarelo,
Pões-te a assobiar, bruto, sem cerebelo
A gargalhada da última derrota!

A gaiola aboliu tua vontade.
Tu nunca mais verás a liberdade!...
Ah! Tu somente ainda és igual a mim.

Continua a comer teu milho alpiste.
Foi este mundo que me fez tão triste,
Foi a gaiola que te pôs assim!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Quando você não souber para onde ir e todos os teus sonhos perderem o significado, chame o meu nome,meu coração irá te ouvir..

Impressionantes são as noites que não tem luar.
O que impera na paisagem, é o céu negro sobre nossas cabeças, mas se observar bem, pode ver estrelas brilhando.

Quando a ave já não cabe mais sob as asas da mãe, é porque já é hora de voar mais alto.

As árvores secas são belas e contribuem para a paisagem, mas por dentro estão mortas e só são capazes de dar vida aos fungos.

Os dicionários não resolvem todos os problemas, mas ajudam muito. Verdadeiramente, o domínio da língua não se adquire com o estudo da gramática, que é atordoante e pouco apetecível. Só a leitura de bons autores nos familiariza com o vernáculo. Foi essa, pelo menos, a experiência que adquiri quando, durante dois anos, mais ou menos, lecionei Português num Ginásio de Belo Horizonte.
(entrevista com Cyro dos Anjos)

Raízes

O sertanejo antes de tudo
É um forte que batalha
Pelo pão e cada dia
Que é tão pouco quase nada

Enfrentar o cruel mundo
É sua sina calejada
Ainda sonha que no fundo
Do velho poço tenha água

Pra molhar a plantação
Aliviar o coração
Que a chuva caia neste chão

Sobre o mar de conselheiro
Nas cantigas de Gonzaga
Dos incríveis brasileiros
Com o sertão dentro da alma

Ficaria tudo verde
Onde a seca castigava
Nesta terra onde os guerreiros
Foram pássaros sem asas



E o meu canto derradeiro
É que um dia aja água
Pra matar a nossa sede
E lavar as nossas almas

Geivison dos Anjos

Hoje você olha pra trás enquanto as folhas caem
Outono leva o que não te pertence mais
E da janela do meu quarto o mundo é tão real
Cada lágrima que suja o teu espelho se transforma em um punhal
Que tenta a qualquer preço arrancar o que restou de nós

O pôr do sol é um quadro que Deus pinta todos os dias de uma forma diferente para mostrar o quanto nos ama.

Sou eu quem vai ouvir você quando o mundo não puder te entender. Foi Deus que te escolheu pra ser o melhor amigo que eu pudesse ter.

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