Mário Quintana Confiança

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Vou ver gente normal

Hoje embarco para Paris.
A minha Paris não tem nada a ver com a Paris dos ladrões que vão torrar o nosso dinheiro por lá. Eu vou a Paris para ver gente normal.
Gente normal conversa sobre assuntos que não sejam apenas dinheiro e compras.
Gente normal lê livro.
Gente normal não vai a restaurante de boné, nem se veste como prostituta (a não ser que seja prostituta).
Gente normal mantém distância regulamentar de quem não conhece. Não cutuca você ou o chama de “tio” ou “amigão”.
Gente normal diz “por favor”, “com licença” e “obrigado”.
Gente normal respeita fila.
Gente normal, ao volante, dá seta quando vira à direita ou à esquerda (e a seta está sempre no sentido certo).
Gente normal freia o carro para deixar o pedestre atravessar na faixa.
Gente normal não padece com atrasos de ônibus e trens (e é informadados horários e itinerários nos pontos e estações).
Gente normal nem sequer imagina o que é ter esgoto a céu aberto.
Gente normal não nada em cocô.
Gente normal está acostumada a ver ruas limpas.
Gente normal não tem falta de luz toda semana.
Gente normal estranha fiação aérea.
Gente normal não sabe o que é buraco no asfalto.

Gente normal não tropeça em buraco na calçada.
Gente normal não gosta de pagar imposto, mas tem filho em escola pública e não tem medo de morrer de infecção em hospital público.
Gente normal se habitua à beleza.
Gente normal dificilmente morre assassinada.
Gente normal se escandaliza com assaltos.
Gente normal despreza corruptos e os coloca na cadeia e no ostracismo.
Gente normal não diz que terrorismo é justificável.
Gente normal admira o que lhe é superior e tenta fazer igual, sem achar que sofre de complexo de vira-lata.
Gente normal é uma conquista da civilização.
Paris é especial porque é normal.

Inserida por NiravaGulaboBeth

Tanto tempo a luz acesa
Mas sem que ninguém perceba
De repente a luz se apagará
Tanto tempo céu de estrelas
Aproveite para vê-Ias
Num piscar o céu desabará
Só me resta uma certeza
É saber que tal princesa
Não é mais a doce amada
Meu castelo colorido
Fim de um sonho destruido
Minha paz desvirginada

Nada que eu passa fazer
Para esse prazer poder se eternizar
Basta saber que a vida fez
Nossos rumos diferentes
Mas a vida segue em frente
Queira Deus que eu me acostume
Com qualquer outro perfume
Não tão menos semelhante
Ou quem sabe outras carinhos
Queira Deus que outros caminhos
Não me lembrem teu semblante

O amor é um estado de alma, que nos chega de forma fácil quando nos aceitamos e amamos a nós próprios - talvez primeiro, talvez antes, talvez ao mesmo tempo...

Defendo todas as ideias quando justas. Não pertenço a nenhuma delas, pois penso por mim e sempre que minhas ideias encontram semelhança com uma posição filosófica faço-lhe justiça. Procuro saber o pensamento de todos, não me submeto, porém, a nenhum.

Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, entanto, nunca me defendi, morto para a vida e para os sonhos... nada podendo já esperar e coisa alguma desejando - eu venho fazer enfim a minha confissão: isto é, demonstrar a minha inocência.

Você não precisa barganhar com Deus por sua felicidade. Você já é merecedor de toda a alegria do mundo. Sofrer e Lutar não te fará mais ou menos digno de algo. Essa é uma tentativa de humanizar a inteligência e a lógica do universo.

É muito mais fácil educar uma criança colocando medo nela do que ensinando a verdade sobre as coisas. É mais rápido, não exige paciência e tempo, recursos escassos hoje em dia.
Deste modo, temos hoje uma sociedade de adultos medrosos, covardes e egoístas, com muito, mas muito medo de tudo. inclusive de serem felizes.

O conceito de eternidade implica um conceito de duração. A duração é a perduração do ser em si mesmo, mas a eternidade é um perduração diferente de qualquer outra, porque é uma perduração do ser em si mesmo ”tota simul’’ totalmente simultânea. Não é um presente perene como muitos julgam, é alguma coisa que não é nem passado, nem presente, nem futuro, é a simultaneidade do próprio ser perdurando em toda sua intensidade perfectiva.

Na ditadura você está servindo ao Diabo. Na teocracia você está servindo a Deus. Na democracia, você não esta servindo nem a Deus e nem ao Diabo. Moral da história: Na democracia, um dia você apanha de Deus e no outro dia você apanha do Diabo!

O sentido da vida é uma construção histórica, social e cultural. O sentido da vida não é o mesmo para todos, não é o mesmo o tempo todo, nem em todos os lugares, nem do mesmo modo. O que eu não quero (...) é morrer à toa. Mas, para não morrer à toa, é preciso não viver à toa.

Quando a fé cristã foi cooptada pelo Império Romano tornou-se difícil evangelizar para além das fronteiras romanas, pois o Cristianismo passou a ser visto não como uma mensagem de salvação e sim de submissão a Roma.

Com o Iluminismo resgatou-se a antiga ideia gnóstica de que através do conhecimento o ser humano pode atingir a perfectibilidade.

Não devemos desanimar se há certa monotonia na vida. Somos hoje tão solicitados para a diversidade, que toda repetição nos parece roubar uma possibilidade de novidade. No entanto, a própria novidade acaba por nos cansar, porque temos uma capacidade limitada para o sempre-novo.

A intuição sensível nos dá os materiais do conhecimento. Os conceitos nos servem para coordenar esses materiais, e o produto disso tudo é, para o homem, a imagem da realidade. Então, de que depende a experiência? Dependerá, pois, do caudal de fatos intuídos, e do acerto dos conceitos empregados. Que faremos então? Esforçar-nos-emos continuamente para melhorar a imagem da realidade.

Saber dizer sim quando é sim e saber dizer não quando é não.

Será que Deus é o mesmo Deus que nós pensamos que é? Ou porque Deus é o Deus de todos os Deus?

Comendo lagartas e defecando borboletas

Crê em ti, e crer em ti é crer em teu bem.

Se eu não puder dividir o meu guarda chuva com meus amigos, eu desfruto de um banho de chuva com eles.

Écloga (imitado de Alberto de Oliveira)

Tirsis, enquanto Melibeu procura
Esgarrado caprídeo, sonolento
Deita-se à sombra de pinhal e o vento
Escuta, olhando os cirros pela altura.

Chega porém das vargens Nise pura,
Que o tem preso a seus pés, e ele, sedento
De amor, mais o de sonhos lesto armento
Guarda, que esse, de capros, na planura.

Passa-lhe a ninfa ao lado. Ele então muda
O olhar para essa frol de primavera,
E diz, vendo-lhe os lábios e o regaço:

- Ai se eu pudesse, em vez da à frauta ruda,
Minha boca na tua, não tivera
Então escuro o engenho, e o corpo lasso.

Mário de Andrade
ANDRADE, M. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014

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