Mais que uma Mao Estendida
Muitas mulheres fazem questão de demonstrar no Facebook que o corpo é mais importante do que a inteligência.
São mais os que se importam com o sofrimento infligido aos animais do que os que se importam com o sofrimento infligido às pessoas.
Quando a festa é mais bravia
segue em frente e desarmado;
como é grande a valentia
na coragem de um forcado.
I
Hoje é dia de tourada
à velha moda portuguesa,
toda a praça é uma beleza
e os magotes dão chegada.
Vai começar a garraiada,
sobe a míni em euforia,
o descaramento da Maria
faz olhinhos para o moço,
o orgulho do que é nosso
quando a festa é mais bravia.
II
Ela entra e vai a trote
pra contemplar o grande artista,
quer fazer jus à conquista
com a pega e com capote.
E olha lá pró camarote,
o trompete é afinado,
ele num ar de avalentado
está ali de pedra e cal,
e quando entra o animal
segue em frente e desarmado.
III
Os amigos dão-lhe a mão,
a primeira é do mais forte,
outros mais vão dar-lhe sorte
e é tremenda a ovação.
Raspa o bicho pelo chão
a testar qualquer fobia,
entre o pó e a gritaria,
há arrojo e muita graça,
e os rapazes estão na praça,
como é grande a valentia.
IV
Chegou a hora anunciada,
cresce o touro em prontidão,
quando avança o valentão
entra o bicho em derrocada.
Ela toda entusiasmada
ele no touro encaixado,
grita o povo extasiado
a boa sorte do pegador,
e ela assina o seu amor
na coragem de um forcado.
António Prates
Quem na vida sobe mais, só um pouquinho que seja, por tendências naturais ganha espias e fiscais ao serviço da inveja
Quem se finge indiferente
ante a injusta sociedade,
é mais um que é conivente
com a justiça decadente,
por desdém e por maldade.
Tem muito mais alegria
e no Alqueva um bom iate
quem assiste à cantoria
com mil sopas de tomate.
I
Vê-se o tempo a manobrar
nesta louca embriaguez,
vai-se o dia, chega um mês
e o tempo custa a passar...
Com a cabeça a divagar
nesta dura antinomia,
vai-se o mês, vem mais um dia
da nossa sobrevivência,
e quem come a paciência
tem muito mais alegria.
II
A medida do telhado
faz a porta da entrada,
e em cada assoalhada
o tamanho é limitado...
O sofá é mesmo ao lado
de onde havia chocolate,
num pequeno escaparate
resta o jogo dos milhões
onde compra as ilusões
e no Alqueva um bom iate.
III
Santas casas portuguesas
solidárias nas esmolas,
dão aos pobres das gaiolas
o que sobra das riquezas...
São luxúrias, são pobrezas
desta vã egolatria,
onde tudo se esvazia
numa ordem movediça,
e tolera a injustiça
quem assiste à cantoria.
IV
Todos cantam em voz alta
o que diz A Portuguesa,
vê-los juntos é uma beleza
nessas luzes da ribalta...
Que se anime toda a malta
sem princípios de debate,
e o convívio é um biscate
desigual e pouco humano,
que se farta todo o ano
com mil sopas de tomate.
Nasci ainda mais velho do que pensava, mas à medida que o tempo foi passando fui-me tornando mais jovem.
Há nas redes sociais
um convívio mascarado,
que nos mostra um pouco mais
quanto vale o nosso fado.
I
Ó meu caro Facebook,
ou então senhora Meta,
a pensar em linha reta
vejo aqui um grave truque...
Para que este povo eduque
os preceitos dos seus pais
basta ver os arraiais
desta nova involução
e perceber que ilusão
há nas redes sociais.
II
Há modelos com fartura,
porque aqui é tudo lindo,
tão felizes vamos indo
nesta alegre desventura...
Também há muita censura,
muito julgamento errado,
onde tudo é condenado
pelos tais inquisidores,
deixando nos bastidores
um convívio mascarado.
III
Muito valem bagatelas
nesta ordem mais moderna,
vale a porta da caverna
sem postigo, sem janelas...
Todos querem ser estrelas
nas vaidades naturais,
com relevos triviais
para espanto da nação,
e há ainda a intenção
que nos mostra um pouco mais.
IV
Todavia, estamos prontos
a seguir nesta contenda,
sem retorno, sem emenda
na malícia dos confrontos...
Há a briga pelos pontos,
um rival que é bloqueado...
Fazeis vós o vosso agrado,
deste jeito, a qualquer preço,
mas digam lá, porque vos peço,
quanto vale o nosso fado.
Toda a flor que é linda e bela
tem na alma mais perfume,
e todos olham para ela
com desejo e com ciúme.
I
Como terno amanhecer,
nasce, brota, vem ao mundo,
tem no brilho algo profundo
que a faz resplandecer…
Entre o bem e o mau querer,
vinga aqui nesta courela,
como quadro de aguarela
produzido em campo aberto,
deixa o prado boquiaberto
toda a flor que é linda e bela.
II
Suas cores um matizado
que a faz montra de beleza,
um tal lustre a camponesa,
num padrão ornamentado…
Entre as muitas a seu lado,
tem uma graça que resume
quem campeia, quem assume
a versão mais imponente,
e por ser resplandecente
tem na alma mais perfume.
III
Se é cercada por enleios,
ganha mimos, ganha abraços,
ganha tudo o que são laços
com outros que são mais feios…
Ganha ainda os galanteios
que a sua sorte revela
aos caprichos da donzela
tão castiça, tão briosa,
com a luz mais luminosa
e todos olham para ela.
IV
Seja feita a probidade
aos limites da vivência
que a sua fina aparência
transmite com claridade…
Há quem diga que é vaidade,
há quem ferva em brando lume,
com ledice e azedume
sobe feliz, cresce invejada,
sendo a flor mais cortejada
com desejo e com ciúme.
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