Mais Leve que o Ar Tao Doce de Olhar

O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.

Fazemos ordinariamente mais festa às pessoas que tememos do que àquelas a quem amamos.

É mais fácil refutar erros que descobrir verdades.

Os ignorantes exageram sempre mais que os inteligentes.

Preocupa-nos mais que falem de nós, do que a maneira como falam.

Os lugares de chefia fazem maiores os grandes homens, e mais pequenos os homens pequenos.

Qualquer povo defende sempre mais os costumes do que as leis.

A atividade sem juízo é mais ruinosa que a preguiça.

Despendo mais energia numa discussão com a minha mulher, do que em cinco conferências de imprensa.

Os acontecimentos políticos humilham e desabonam mais a sabedoria humana que quaisquer outros eventos deste mundo.

A luxúria é como a avareza: quantos mais tesouros tem, mais sôfrega se torna.

O amor-próprio do tolo, quando se exalta, é sempre o mais escandaloso.

O avarento mais preferiria que o sol fosse de ouro para o cunhar, do que ter luz para ver e viver.

Não sejamos tão exigentes: quanto mais transigentes, mais hábeis.

A mais sutil loucura é feita da mais sutil sensatez.

O interesse explica os fenômenos mais difíceis e complicados da vida social.

Os homens são sempre mais verbosos e fecundos em queixar-se das injúrias do que em agradecer os benefícios.

Uma boa recordação talvez seja cá na Terra mais autêntica do que a felicidade.

Os mais arrojados em falar são ordinariamente os menos profundos em saber.

Há verdades que é mais perigoso publicar do que foi difícil descobrir.