Limpar a Casa
Sabe, eu já tenho 33 anos e estou cansada de viver assim. Não suporto mais morar em uma casa suja e bagunçada, e não é porque sou uma chata, mas é que isso me consome. Desde que me entendo por gente, nunca fui ambiciosa ou interesseira, e isso não mudou. Mas viver nessa bagunça, nessa sujeira, é de enlouquecer.
Enquanto tem gente por aí seguindo coachs e atrás de riquezas, eu só queria uma casa limpa e arrumada, algo que pareça um lar de verdade. Não é pedir muito, certo? Eu não sou de festas e ostentações, e não é isso que eu busco. Só quero ter dinheiro suficiente para manter uma casa ou apartamento decente, onde eu possa sentir paz quando entro. Não aguento mais essa sensação de caos.
Nessa idade, esperava estar em um lugar onde me sentisse bem e motivada, mas cada dia nessa bagunça é um dia perdido. Às vezes, me sinto como se a vida estivesse passando e eu estivesse presa nessa sujeira. Sinto que mereço mais, e não é uma vida de luxo, apenas um lugar limpo e organizado para chamar de lar.
Eu não sou fã de seguir coachs, nem almejo a riqueza ostentatória, passear em iates ou residir a beira mar. Desde pequena, nunca fui ambiciosa ou interesseira. No entanto, não gostar de uma vida luxuosa não significa que eu aprecie viver na pobreza.
De um lado existe uma legião de iludidos que seguem coachs e pastores da teologia da prosperidade, porém do outro lado possui uma legião de pessoas conformadas com sua realidade: seja nos relacionamentos, na família, no trabalho ou na moradia.
As pessoas se conformam e se acostuma com a sujeira, a bagunça, o mal cheiro (seja de esgoto, fluidos corporais, mofo etc). “Ah mas tem gente rica que é suja, não toma banho, não arruma a casa”. Sim, existem, porém, lugares pobres e quentes é muito mais comum.
Hoje, quero focar nessa questão de moradia, pois é algo que traz uma grande frustração para minha vida: Sempre viver em casas pobres e periféricas. Moro a cerca de 28 anos na mesma casa, apenas uns 4 anos morei em outras casas, mas continuou sendo feias e periféricas.
As pessoas se conformam com o ditado "mais vale uma casa simples onde reina a paz, do que uma casa luxuosa onde há discórdia”. E ainda a esse pensamento existe a famigerada frase "tem tão pouco e é feliz". Sinceramente, tenho uma visão diferente sobre isso.
PARA MIM, ISSO É UMA ROMANTIZAÇÃO DA POBREZA E DA PRECARIEDADE.
Aqueles que se dizem "felizes" sendo pobres, sem ter acesso a nada, morando em morro, favela ou grota, simplesmente desconhecem as oportunidades que o dinheiro pode oferecer. Não estou me referindo à vida fútil e ilusória de festas, bebidas e ostentação, tão sonhada e valorizada no instagram.
Refiro-me à oportunidade de ter acesso à cultura, viver em um ambiente limpo, ter higiene pessoal, saneamento básico, morar em um local agradável, com arborização e acesso à água potável.
Vou compartilhar um pouco da minha realidade: moro na cidade de Maceió, Alagoas, onde a temperatura geralmente oscila entre 27 e 30 graus (exceto em um pequeno período quando é inverno), com sensação térmica de 33 a 35 graus.
Para se sentir bem num clima como esse, só quem possui ar condicionado em casa, no trabalho e no carro e/ou frequenta muito a praia e a piscina (eu não gosto de praia, nem tampouco me bronzear). Nesse calor, sofro bastante. A casa onde moro é extremamente escura, meus pais nunca fizeram reformas para colocar cerâmica; a entrada tem apenas um corredor por onde entra vento e luz. Na raiva chamo de CAVERNA de tão quente e escura que é.
A lâmpada precisa ficar acesa o dia inteiro, caso contrário tudo fica escuro, sem ventilação e sem luz solar. Não é somente a minha casa, olho ao redor e vejo poucas pessoas com um lar limpo e bem cuidado. A maioria são casas mal cuidadas e se for para o interior é pior ainda, com aqueles mercados e feiras públicas, a maioria são pessoas bronzeadas pelo sol. Muitas mulheres só se preocupam em fazer unhas, cabelo, comprar roupas e fofocar, até as que trabalham vivem assim nessa mediocridade de picuinhas no trabalho... já a maioria dos homens em ser peões e no fds tomar cachaça e fazer churrasco e trair suas esposas com as “raparigas” tão cultural aqui nas bandas do nordeste.
Eu me sinto mal todos os dias que fico em casa. Não trabalho fora, sou mais caseira e não tenho nenhuma amizade (tb não quero fazer, isso já é outro assunto), então passo a maior parte do tempo em casa. Desde a infância, estou na mesma casa, fiquei em outras casas somando tudo uns 4 anos, mas voltei para casa dos meus pais e anseio pela oportunidade de comprar meu próprio apartamento.
Não precisa ser luxuoso, só desejo um lugar limpo, bem iluminado, com uma boa pintura e com cerâmica. Sei que isso não garantirá minha felicidade, mas para aquelas sensíveis a ambientes desordenados, sabem o quanto uma casa suja, escura e desorganizada pode afetar o ânimo e a motivação.
Volte pra casa,
junte os pedaços,
de tudo o que sobrou...
do que o tempo não levou.
Eu compro cola
que não descola
faço tudo certinho
como aprendi na escola.
Volte pra casa
enquanto tua imagem
ainda está forte dentro de mim...
Volte...
volte antes de anoitecer,
volte antes que as lembranças enfraqueçam
volte antes de eu me perder...e te perder.
Somos todos animais da mesma floresta, quando cortamos uma árvore não estamos destruindo somente a casa do outro, estamos destruindo nossa própria casa.
Quando agimos com prudência pode cair a chuva, transbordarem os rios, soprar os ventos com ímpeto, mas a mulher de fé permanecerá edificando sua casa sobre a rocha.
Algumas pessoas me devolvem a vontade de voltar pra casa, de ficar só mais um pouco e apreciar minha doce e sincera companhia.
RECIBO UM QUATRO QUATRO
Em dias tristes lembro-me daquela mãe:
O brilho no olhar
O coração apertado
A boca seca lambendo o sal
O pesar de não ter podido ir além.
Cinco bocas;
Cinco vidas;
Cinco histórias;
Cinco futuros;
Uma só certeza.
Tanta gana
Tanta esperança
Falta quase tudo!
Falta esperança.
Mas, não falta gana.
Lutando se esquece momentaneamente dos problemas
Algumas horas com a família
Alguns momentos com os amigos
Uns poucos segundos de felicidade
Uma vida inteira de necessidade e privação.
Sozinha, os sábados são intermináveis
É acometida pela tristeza
Momento de reflexão cruel.
Como se já não tivesse sofrido o bastante!
Ainda se martiriza, como pode?
Chega o domingo:
A esperança se renova
Crianças correm brincam se mostram
A mãe se esconde se perde se acha.
E esse brilho no olhar!
Olhar de quem protege
De quem cuida
De quem ilumina caminhos
Olhar cansado da vida inteira
Olhar cego a si mesmo.
O coração está trancado
Um paredão se ergueu
O frio das geleiras se instalou
Amar não é mais possível
O coração agoniza.
E de repente mãe!
Forte, triste, só;
Independente, feliz, solitária...
Pronta para tornar sua prole digna.
É realmente pensamento natimorto mandar as mulheres à luta pela existência, exatamente como se fossem homens. Se, por exemplo, eu imaginasse minha gentil e doce filha como competidor, terminaria por dizer-lhe, como fiz há dezessete meses, que gosto dela e que lhe imploro que se retire da luta, vindo para a atividade calma e sem competição de minha casa.
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