Ledo Ivo
Vício
A parte mais difícil dessa história
É entender o seu início
No meio, a gente chora
E agora se torna vício
O que eu tive
Não tive a sorte tão cantada de um amor tranquilo
Mas o prazer de conhecer seu ombro amigo
Nossos conflitos, meu jeito aflito
Sonhos contigo e os encontros de identidade
Embora houvesse diferença na idade
Fomos o máximo e somos o que podemos ser
Sem maldade
Queria sim ter mais coragem
E te deixar feliz com a imagem
Sem temer nosso futuro, tudo que pode acontecer
Segredo
E se tiver que contar
A gente conta
E esconder
A gente esconde
O que não souber dizer
Amor, a gente inventa
E mesmo ao temer
A gente tenta
Sabe quando você sente que as coisas estão fora do lugar?
Que até o seu nome você não sabe pronunciar
São as conseqüências de uma cabeça em confusão
É fruto do que um dia se tornou ilusão
Ou daquilo que nunca foi verdade
Uma ou duas vidas
Cedo ou tarde
E nem me venha com histórias
Do acervo das memórias
Quero mais é viver em paz
Acordar sem olhar pra trás
O que tinha que acontecer com certeza já passou
Até larguei … o meu amor
Nossa, que confusão
Se pudesse escolher, ficaria com a sorte
Ou não
Vida, morte
.
.
.
O que me espera?
Pessoas. A gente se apaga, apega, anula, vive, chora, sorri, morre, transforma, encontra, perde, prende e solta. No fim, a gente não esquece quase nada, pois o que acaba entristece, mas é importante entender que o que não se supera, meu bem, envelhece!
São rabiscos
Colagens
São os riscos
Bobagens
São medos
Desejos
São mãos, dedos
Palavras que despejo
São pensamentos
Maldosos
São momentos
Remorsos
Diz me, diz me porquê? Sempre confiei em ti sempre fui teu amigo e depois dás me uma cotovelada deste tamanho?
Essas palavras que dizes, podem ser apenas uma brincadeira, mas magoam - me profundamente. Eu já avisei eu não sou de ferro.
Nós somos as crianças doidas... Deixa me ser doido, deixa me ser gordo, deixa me ser magro deixa me ser alto deixa me ser como eu quiser, eu sou feliz assim não preciso que venhas dar as tuas opiniões insignificantes.
Abro os olhos de manhã
Sinto o alívio de estar vivo
Começo o dia
Ponho me a pensar
Será que isso tudo é real?
Nosso Lugar
Nós estamos no olhar
Nas cores estampadas na parede
Estamos nas piadas
Ideias malucas
Viagens marcadas
Nós somos os passos confusos
As certezas imprevisíveis
Somos também sensíveis
Somos cartas marcadas
O que sou
Sou a coragem do teu olhar apaixonado
O desejo que se esconde em seus abraços
Os meus detalhes se desfazem no cansaço
Nos seus beijos eu entrego meu espaço
Nem sei mais disfarçar
Sua forma de olhar, seu jeito de abraçar
O desespero me domina
Não amo o ser, mas a vontade me fascina
Me engole
Me passa
Muito prazer
Agora deixe-me dizer
Dói saber o que você gosta de fazer
Prostituir seus sentimentos e vender pra alguém desigual
No fundo talvez todos estejam se sentindo meio vazios, sabe? Fingimos estar sempre muito cheios disso ou daquilo, mas não passamos de copos em incessante progressão que nunca se deixam derramar ou desperdiçar líquido – este seria, no caso, um novo nome para um sentimento de fácil adaptação a espaços diversos.
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