Jantar

⁠Normais matam mais do que loucos. Se no mundo houvesse mais loucos, haveria menos violência.

A BICICLETA

Me lembro, me lembro
foi depois do jantar, meu avô me chamou,
tinha um riso na cara, um riso de festa:

- Guilherme, vou tapar seus olhos,
venha cá.

Os tios, os primos, os irmãos, na grande mesa redonda
ficaram rindo baixinho, estou ouvindo, estou ouvindo:

- Abre os olhos, Guilherme!

Estava na sala de jantar, junto da porta do corredor,
como uma santa irradiando, num altar,
como uma coroa na cabeça de um rei,
a bicicleta novinha, com lanterna, campainha, lustroso selim de couro,
tudo.

Me lembrei hoje da minha bicicleta
quando chegou a minha geladeira.

Mas faltou qualquer coisa à minha alegria,
talvez a mesa redonda, os tios, os primos rindo baixinho,

– abre os olhos, Guilherme!

Oh! Faltou qualquer coisa à minha alegria!

Acha que matar é difícil, né? Tente curar alguma coisa. Isso é duro. Isso requer paciência. Você pode estragar alguma coisa em dois segundos, mas pode levar a vida toda pra consertar. Uma vida inteira, gerações.

⁠A distância e o tempo possibilitam uma visão mais clara dos fatos.

⁠A vida muda quando descobrimos nosso talento, e eu havia descoberto o meu.

⁠As pessoas toleram muito sofrimento em sua comida. Em nome do paladar, tudo é possível, meu amigo.

⁠A ideia de fundo do poço é um tanto consoladora. Quando você acha que chegou lá, só pode subir. Acontece que o fundo não existe, sempre pode ser pior.

⁠Aos dezenove anos é normal querer salvar o mundo, se sentir perdido na vida e ter que contar o dinheiro para pagar uma garrafa de cerveja – tudo isso ao mesmo tempo.

Falamos em nome de todas as vítimas no mundo. Falamos em nome dos que não têm voz. Enquanto seus mísseis continuarem a nos atingir, vamos contra-atacar.

Filhos mudam tudo.

Eles cumprem o que prometem, não mudam de ideia.

Precisamos de poder. O poder vem do dinheiro. Sem poder através do dinheiro, o homem o busca através da violência.

A burrice também faz parte das relações internacionais.

São as coisas que não sabemos que me perturbam.

Ela é dessas que adora homem cavalheiro, daquele que ainda paga a conta de um jantar, que abre a porta do carro, que liga pra saber o que ela achou da noite passada, que manda flores, mensagens de amor, que puxa a cadeira para ela sentar-se, que tira a própria blusa para que ela não passe frio, que a faz sentir-se cuidada e protegida, que trata ela como uma princesa.
Não! Ela não tem problema nenhum em querer se sentir uma princesa, pois ao contrário do que pregam, existem sim princesas valentes que são donas do próprio nariz, mas que mesmo assim, adoram cavalheiros e gentilezas. Porque essas coisas nunca ficam ultrapassadas e nem torna uma princesa incapaz e inferior. A coroa de uma princesa não cai da cabeça por ela se render às gentilezas de um homem que a trata como ela merece.

Um vestido lindo, maquiagem perfeita e um jantar romântico não significam nada se eu não estiver em boa companhia.

Canso de ver, sou um observador nato, uns querem sacos de dinheiros, outros querem apenas um jantar semanal naquele restaurante favorito, ela só quer um pouco mais de tempo para curtir uma onda sem preocupações e eu só penso em fazer algo diferente no próximo dia.

⁠Tudo é intervalo! o intervalo do café da manhã, o intervalo do almoço, o intervalo do jantar, intervalo do dia, intervalo da noite, intervalo em que escrevo esta frase. Resumindo: A nossa vida é um INTERVALO entre o nascimento e a morte.

⁠Deus advinha até o que comemos ontem no jantar, quanto mais o que falamos dos outros enquanto estamos a mesa.

⁠É TUDO DE BOM
.
Um caldinho de legumes
Na hora do jantar;
O lençol com cheirinho
De ferro de engomar;
Aconchego da amada
Que vem nos abraçar;
É tudo de bom que acontece
Se a chuva custa a passar.