Ja Gostei de Vc mais Hj Nao Gosto mais

Cerca de 799018 frases e pensamentos: Ja Gostei de Vc mais Hj Nao Gosto mais

AS BRUXAS DA BANDA DE CÁ
NAS NOITES DE LUA MEIA
ENQUANTO NÃO HOUVER LUA CHEIA

Ó bruxas, que seguem cegamente o poeta
Porque o perseguis, inúteis madraças
Nas arremetidas das noites baças
Quando ele só quer paz de anacoreta?

Senhor meu das odes minhas, ó profeta
Livra-me destes vulcões de lava
Deste bruxedo que não se acaba
Neste peito cansado de correr sem meta!

Fugi de mim, loucas sombras feiticeiras
Do meu leito de desprezo e desamor
Deixai-me sentir o viver, ó coveiras!

Da minha vida já ida de sonhador
Neste tempo amargo em que as bandeiras
Ficaram sem mastro de adriça, nem amor!

(Carlos De Castro, em Maiorca, 07-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Se a mente de cada um não for bem diferente - que se dane ela - porque mente.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não vivo nem me alimento das palavras que escrevo, mas sim da lisura dos meus atos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Felizes aqueles que num espaço de cinco minutos, se tanto, não passam de bestiais a bestas.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠SEPULTURA

Não há sepultura
para o corpo inerte.

Somente uma prisão
terráquea
onde se expia a vida
que já foi movimento,
num silêncio
e numa calma
comoventes.

(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 01-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A POESIA QUE ANDA NO AR

Não te quero ver.
Enquanto em ti não houver,
Pombal aberto
De pombas a voar
Nos céus de sal,
Na paz com abraços
Estilhaços
De abraçar
A poesia que anda no ar,
Como estrelas prenhes
De estrelar.
Nos céus do mar
A abarrotar
Por inventar
Nostalgias,
Sem alegrias
De escrever
Para agradar.
É que depois,
Vem a inveja
Negra cereja
E a poesia anda no ar
Aos tombos.
Sem destino,
Porque o poeta é pequenino.

(Carlos De Castro, in Poesia Sem Censura Em Portugal Existe, no Brasil Não, em 03-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ÉS TU

A pomba.
Da paz
Que não existe,
A não ser no dicionário
Antigo, a cair de podre,
Bafiento e de bichos
Repelentes,
Só lidos por cabrestões
De pitos de funil.

Escusas tu,
Minha pomba
Falsa,
De cor branca,
Comida pelos aventesmas
De mil palavras
De enganar,
Sim, tu:
Escusas de dar voltas
Nos ares a dizer
Que inventaste a paz,
Que ela, a paz, está feita
Em solfejos de mortes
Anunciadas.

E, cuidado,
És sempre tu a primeira
A abater,
Depois de mim,
Claro:
Eu, o agitador,
Conciliador.

(Carlos De Castro, " in Portugal Sem Censura, Brasil, Sim", Em 06-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Não sei como nem porque, troco muitas vezes o nome, a graça, a pessoas como eu.

Mas quando se trata de bois, nunca lhes troco o nome, pelo contrário: anuncio-os aos quatro ventos, sem medos, comichões ou outros pruridos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ALMA PERDIDA

Caiu-me a alma.
Não sei se dentro de um rio,
Ou na turbulência do mar.
Talvez na montanha
Tamanha de frio,
No calor do estio,
Quente de enregelar.
Será que ela fugiu de mim
E se esconde na cidade imensa
À espera da recompensa,
Numa espécie de arlequim
De rir pelas ruas
Sujas e nuas.
O que é que minha alma pensa?
Fartei-me dela, tão tensa
E cada vez mais pretensa
Gozando comigo sem par,
Que não perco mais um minuto
Em absoluto,
Para a encontrar!

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-09-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠DE QUEM É O MUNDO

Este mundo que nas suas fundações
Era de todos e de ninguém;
Não havia donos da terra
Nem reis, ministros, barões,
Só mesmo o mistério que encerra
E a finisterra detém?
Tomaram rédea da terra e das águas
Por força de mortais ações
De roubos, pilhagens e grilhões,
Em submissões de choros de mágoas.
De quem é o mundo?
Agora, é de quem mais roubou
E antes deles e dos outros e mais,
Heranças malditas, infernais,
Cheiro a sangue de quem tombou.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠NÃO SEI

Não sei
O porquê
Da tua altivez.
Da tua barriga
De rei.
Só sei,
Que uma rosa
Com espinhos
É mais apetecível que tu.
Ela,
Tem flor
E espinhos.
Tu,
Só tens espinhos.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 04-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A TRAIÇÃO DOS DEUSES

Ele rezava confiante, até desfalecer
De joelhos num chão duro e frio,
Não suportando mais a dor do desvario,
Pobre idiota que cria sem nunca querer.

Rompia a memória em orações a arder,
Que repetia sem nexo como galo cantando
O nascimento de um dia inútil e nefando
Numa lengalenga só decorada, sem ler.

Ele era como eu na suposição de o ser,
No testemunho de um desabilitado
Dos deuses loucos e de mal feder.

Deu-lhes tudo e os do mudo planetário
Cá do burgo mundo por nós habitado,
Não merecendo tal traição em seu fadário.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 10-10-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠CRUEL DESTINO

Pedem-me amor
E eu não sei o que isso é;
Porque nunca o tive ao pé
De mim.

Assim,
Não sei se ele é dor
Ou prazer do início ao fim.

Pedem-me poemas
E eu não sei o que isso é;
Porque, malditas as minhas penas:
Poemas, será gente de fé?

Não quero nada,
Porque nada sei dar
Desde menino,
A não ser meu cruel destino
De querer amar
No já,
A quem nada me dá.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-11-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

BEIJOS DO DESERTO

Ele, só lhe pedia:
- Dá-me um beijo, se não morro à sede...
E ia desfalecendo...
Aos poucos, morrendo.
E ela, ao lado dele, atirava:
- Quem vai morrer, não precisa de beijo!
Ele então tropeçou,
Aninhou,
Levantou,
E caminhou
E cada vez mais dela se afastou...
Afastou...
Mais à frente ele encontrou
Um cato no deserto,
Que depois de aberto,
A sede dele matou.
E então correu, como proscrito,
Correu pelo deserto infinito...
Já não quis o beijo que lhe matava a sede.
Depois chegou ela e viu o cato.
O cato, já estava seco,
De facto,
Mirrado,
Como um cão esfaimado.
Mas ela para matar a sede
Beijou o cato,
Pensando beijar os lábios dele
E morreu...

Do beijo.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 24-11-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Prefiro ouvir uma história mal contada por não saberem dizer melhor, do que uma história bem contada só para iludir o parceiro.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Evita dizer não, sem primeiro confirmar se era essa a tua real vontade e o sentido verdadeiro da tua resposta.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

INSÓNIAS

⁠Toda a prava madrugada
Libertina e devassada
Sem assentar olho no sono
Que não me quer como amante,
Talvez por eu ser tão distante
Das carícias de tal mono.

Sono, meu repouso sem esperança
Em vez de me trazeres bonança
Vais-te vingando de mim,
E assim:
Fazes-me sonhar acordado
Com tristes e murchas flores,
Ossos em desalinho,
Velas sem chama, a arder.

Fica descansado, podes crer:
Os ossos, sou eu a crescer
Até morrer
Velhinho,
As flores,
São os meus amores,
Vou regá-los com carinho,
As velas, são a luz do meu caminho.

(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 12-02-2023)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A quem sabe, nunca esquece.
A quem não sabe, não esquece nada, porque nunca soube nada para esquecer.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Enquanto o cerne da génese do ser humano não for cientificamente modificado, jamais deixará de existir o erro, a devassidão e o crime, à face da Terra.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Se não fosse o que os outros dizem de mim, eu nunca saberia o que sou.
Juiz de mim próprio, nunca. Poderia correr o risco de ser parcial.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp