Homem e Igual Lata uma Chuta a outra Cata
O homem ambicioso tem seus fundamentos nas ações dos outros. O homem voluptuoso, nas suas sensações e o homem sensato, em sua próprias ações.
Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas.
Em que tipo de ‘buraco’ caíra o homem? Ele procurou ser autossuficiente e se comportara como se pertencesse a si mesmo. Em outras palavras, o homem decaído não é simplesmente uma criatura imperfeita que precisa ser melhorada; é um rebelde que precisa depor as armas. Depor as armas, render-se, pedir perdão, dar-se conta de que tomou o caminho errado, estar disposto a começar uma vida nova do zero – só isso pode nos ‘tirar do buraco’. Esse processo de rendição, movimento de marcha ré a toda velocidade, é o que o Cristianismo chama de arrependimento.
Flores na Estrada...
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6:15h e viajava cinqüenta minutos até o trabalho. À tardinha fazia a mesma coisa voltando para a casa.
No ponto seguinte ao que o homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.
Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa.
Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:
- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?
- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes.
- Sementes? Sementes de que?
- De flor. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia.
E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom.
- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos. A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água.
- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.
Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu “trabalho”. O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio “caduca”.
O tempo passou...
Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto, olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias. A paisagem estava colorida, perfumada e linda.
O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.
- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. “Quem diria, as flores brotaram mesmo”, pensou. “Mas de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu e não pode ver esta beleza toda”.
Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança. No banco da frente, um garotinho apontava pela janela entusiasmado: Olha mãe, que lindo, quanta flor pela estrada. Como se chamam aquelas azuis?
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas. No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso.
“Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.
Eu não podia deixar um homem do seu calibre, longe da minha manha. Teu jogo de talento, estava acabando com minha malícia.
Rebeca
-
Todo homem está tentando viver à altura das expectativas do seu pai ou de compensar os erros do seu pai.
Homem ao mar!
Que importa! O navio não pára. O vento é suave, e o navio tem rumo a seguir. Portanto, avante.
O homem que caiu ao mar desaparece, torna a aparecer, mergulha, sobe a superfície; grita; ninguém o ouve. O navio, estremecendo com a violência do furacão, vai todo entregue à manobra; os marinheiros e passageiros nem mesmo vêem o homem submergido; a mísera cabeça do infeliz é apenas um ponto na enormidade das vagas.
São desesperados os gritos que o desgraçado solta das profundezas. Que espectro aquela vela que se afasta! Comtempla-a, vê-a convés com os companheiros; pouco ainda antes, vivia. Que teria, pois acontecido? Escorregara, caiu; acabou-se.
Debate-se nas águas monstruosas; debaixo dos pés tudo lhe foge e se desloca. As ondas revoltadas e retalhadas pelo vento rodeiam-no, medonhas, os rolos do abismo arrebatam-no, a plebe das vagas cospe-lhe às faces, e confusas aberturas quase o devoram; cada vez que afunda entrevê precípicios tenebrosos; sente presos os pés por desconhecidas e horrendas vegetações; as ondas arremessam-se umas contra as outras, bebe a amargura, o oceano convarde empenha-se em afogá-lo, a imensidade diverte-se com a sua agonia.
O homem mesmo assim, luta.
Diligencia defende-se, intenta suster-se, emprega todos os esforços, consegue nadar. Ele, força perecível, de repente, exausto, combate a força que é inesgotável.
Onde está o navio? Muito longe. Mal se avista nas lívidas sombras do horizonte.
O mar é inexorável noite social, onde a penalidade lança os condenados. O mar é a miséria imensurável.
A alma, em tal báratro, pode tornar-se cadáver. Quem a ressucitará?"
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