Hipopotamo com Alma de Anjo

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Um belo exemplo vem do Japão: é um dos lugares que mais se estuda a relação entre saúde e a natureza.

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Quando crescemos deixamos as brincadeiras de lado;mas elas fazem faltas.(12.01.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

TODOS CORREM

Corre o tempo e não percebo; corre o vento, ao relento.
Na terra, resolutas, correm às águas para o mar.
No céu, correm as nuvens, sem se aquietarem.

No poeta, corre à prosa, o verso e o reverso.
Os anos correm também, minguando os dias.
Nas artérias, veias e capilares, correm nutrientes.

Dos olhos, correm as lágrimas sentidas.
Nos trilhos, correm os trens; num constante vai e vem.
No trabalho, corre o suor, do rosto do trabalhador.

Nas festas, corre solta a alegria.
No papel corre à escrita fluída;
coesa,harmônica, sucinta...bonita.

Nos tribunais correm a justiça.
Nas estradas correm os veículos.
Nos jornais correm as notícias.

Os barcos correm nos rios,lagos e mares.
Em eventos religiosos, correm às folias.
Aviões,voando, correm nos ares.

Na cadeia alimentar,as presas, correm dos predadores.
Às cobras correm dos gavões e das pauladas.
Correm das dívidas, os maus pagadores.

A polícia vive correndo atrás dos infratores.
Uma má notícia corre longe; mais do que uma boa.
Para socorrer os pacientes, correm os doutores.

Os atletas vivem correndo nas pistas e nos gramados.
Quando aparece os agentes da Lei,
os meliantes, correm por todos os lados.

Corre o dinheiro de mão em mão e de bolso em bolso; na praça.
O inimigo de Deus corre da cruz.
E os pecadores correm da graça.

Urubus correm para carniças.
Muitos correm do dever.
Depois correm da justiça.

Outros correm para o delito.
E os processos correm em segredo de justiça.
Levo a vida na correria de sempre...

Pois, sem correr atrás do lucro ninguém fica.(12.01.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

SURPRESAS AGRADÁVEIS, E MEU PRIMEIRO AMIGO DE 2018

CRÔNICA
Ontem 03.01.18, regressando das compras do início de mês, tive a grata satisfação de conhecer o nobre cidadão nevense, Edevalter Moreira - empresário supermercadista, da minha região.
Agora nosso conhecimento não é mais somente de vista ou superficial; mas, um relacionamento com mais intensidade e qualidade.
No encontro amistoso que tivemos gastamos um pouco de tempo, um com o outro, que fora muito proveitoso para mim e creio que para ele também.
Comungando dos mesmos sentimentos, emoções e ideários... a partir de então, nos olharemos com outros olhos. Os olhos da alma.
Parlamentamos sucintamente sobre uma temática: a nossa vida e obra.
O amigo Léo Serralheiro como é conhecido, fez uma ponte entre eu e Edevalter – ao compartilhar suas produções literárias no meu WhatzApp e informar a ele sobre meu perfil e material disponibilizado na Internet.
A nossa aproximação, contato e troca de ideias gerou esta crônica e resultou em uma boa amizade que há de perdurar à vida toda. “Quem têm muitos amigos pode congratular-se...”
Com a alegria de um adolescente deslumbrado e encantado com a vida, relatou-me em poucas palavras sobre sua trajetória no mundo das letras. Revelando-me como despertou o seu talento, na arte de escrever; adormecido dentro de si, por muitos anos – que fora despertado, aos poucos.
O conselho Divino é: “desperta o dom que há em ti!...” Muitos já tiveram a oportunidade de revelarem ao mundo, seus dotes; mas outros não. Edevalter segue esta orientação Sagrada desde que deu seu pontapé inicial em 2016. Quando produziu sua primeira frase.
Ao contatar-me pessoalmente com o amigo em questão, não demorou muito e eu já estava com seu caderninho, muito bem organizado nas mãos – onde descansavam seus belos textos originais. Manuscritos e digitalizados, recortados e grudados em suas páginas. “A primeira impressão é a que fica” pensei isso quando percebi a organização que têm com os seus escritos.
Uma surpresa agradabilíssima eu tive ao saber do gosto do Edevalter, a esse seguimento cultural! Bom demais lê-lo; e, ouvi-lo lendo-os para mim com muito prazer e ênfase, foi melhor ainda. Um produto muito bem trabalhado: Produções coesas, coerentes e contundentes...Reflexivas. Posso dizer que, Ribeirão das Neves é mesmo um chão que abriga grandes talentos.
Em dados momentos da nossa conversa, senti-me como uma pessoa muito especial: quando Edevalter interrompeu por alguns instantes o trabalho de sua esposa no supermercado da família, para me apresentá-la.
E ainda ficou radiante de felicidade quando o convidei a participar das reuniões mensais na Academia Nevense de Letras Ciências e Artes (ANELCA), na sede do município; - a qual sou acadêmico ocupando a cadeira numero 03,cujo patrono é J.G. de Araújo Jorge. Entusiasmado, confirmou presença no próximo encontro acadêmico que tivermos na referida academia. Como um bom sabedor que sou de que, todas as pessoas que escrevem, gostariam de ver seus trabalhos publicados e eternizados... O convidei também a participar comigo de publicações nas antologias virtuais internacional: a revista "Eisfluências" e o livro de antologia "Logos, da Fênix",com um texto em cada edição; que logo serão editados, em Lisboa – Portugal. Onde o aceitou prontamente.
Uma coisa é certa, eu e o meu mais novo amigo de 2018, temos algumas coisas em comuns: residimos no mesmo bairro, limítrofe ao Céu Azul; trabalhamos em atividades comerciais; descobrimos nossos gostos pela escrita, com nossos cabelos brancos; e, desejamos mais e mais exteriorizar e por no papel, nossos pensamentos de aprendiz de escritor. Pois, não conseguiremos mais viver d' outro jeito .
Ribeirão das Neves - MG. (04.01.18)

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'Ficar' é um problema. Um garoto comentou comigo: "aquela menina é a maior galinha".(14.01.18)

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Afugentei a mosca branca: pulverizando nos tomates a calda de detergente com óleo de soja.

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Os gnósticos lideravam os descontentes.Eles não aceitavam a doutrina dos apóstolos.(14.01.18)

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HÁ PODER NAS MÃOS, NOS OLHOS E NAS PALVRAS

CRÔNICA
Acreditem se quiserem, mas convivi com três testemunhas oculares fiéis dos fatos que discorrerei abaixo.
Quando Raimundão, amigo de infância e encarregado de papai no Maranhão e em Goiás; contou-nos, que Marieta - vizinha de fazenda –, com sua permissão, colhera algumas pimentas-malaguetas, numa pimenteira que fincou raízes próximo ao seu curral, e em seguida a planta carregadinha de pimentas havia morrido; a vontade que tive foi de trucá-lo: para não dizer com todas as letras que se tratava de uma grande mentira.
Há trinta anos depois num outro cenário geográfico distante, ao ouvir outros relatos de episódios similares, e, ligando uma coisa com outra, cheguei à conclusão que eu estava equivocado: Raimundão falava mesmo a mais pura verdade.
Pelo visto, isso pode acontecer realmente numa freqüência e regularidade que nem imaginamos.
Retornando à minha casa de uma atividade externa, passei na banca de revistas do amigo recente Reinaldo, no Bairro Sta Mônica; como costumo fazer.
Ele presta um relevante serviço ambiental voluntariamente; na região em que vive e trabalha. Cultiva viveiro de plantas - de todas as variedades - e faz doações às pessoas da comunidade local. E, tem uma relação harmoniosa com o Meio Ambiente que dá gosto de se ver.
Ontem, ao vê-lo, a primeira coisa que fora logo me falando foi sobre um episódio acontecido com ele, que ainda estava fresquinho em sua memória: uma senhora, indo ao Posto de Saúde Sta Mônica, que fica logo à frente do seu local de trabalho, bateu os olhos e elogiou sua linda mudinha de pimenteira de uns vinte centímetros de altura, num vasinho, que cultivava com carinho e todo cuidado do mundo; como faz com todas as outras mudas de plantas que cultiva.
Não deu outra: a plantinha de pimentas de Reinaldo fora nocauteada pelos olhos e pelas palavras daquela pessoa; e, não resistindo os ferimentos da agressão verbal e do olhar que viera sobre si - que parecia não ser um agrave por ser elogiosa até - veio a 'óbito'. Ele nunca havia visto uma coisa daquelas. E eu também não; e fui logo tratando de eliminar minhas dúvidas, quase que por completo, sobre estas verdades.
Naquele mesmo dia eliminei o restante das dúvidas que ainda perduravam em mim quanto os relatos acima.
Chegando próximo à minha casa, encontrando-me com Seu Nélio, e relatando o acontecido, disse-me que, com ele aconteceu o pior, quando deu uns limões a uma mulher, que achara aquelas frutas as coisas mais lindas do mundo. O limoeiro secou-se por completo no dia seguinte.
Não é de duvidar!...
É sabido que nossos olhos,nossas mãos e nossas palavras têm poder. Para o bem ou para o mal.
Mesmo achando ter um olhar bondoso ou por as mãos por necessidade e elogiar sem maldade; há momentos que não é bom arriscar um olhar,impor as mãos ou fazer qualquer comentário sobre determinada coisa. Pois,podemos ocasionar um efeito contrário e causar um dano – a uma pessoa,a um bicho... ou a uma planta - indefesa ou não.(17.01.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

POR CAMINHOS ERRANTES

I
Não somente no plano inferior, minava água em abundância.
Das montanhas, também a víamos, descendo pelas fendas rochosas; num barulho suave e gostoso de se ouvir. Em queda livre parecia um véu de noiva estendido sobre a serra.
Água limpa e transparente como um cristal bonito. Carreando do solo, nutrientes minerais; para suprir nossas demandas básicas, refrescando a vida.
II
Vejo a Terra cambaleando pelos maus tratos que recebe!...
Nascentes, riachos e rios estão secando, numa velocidade nunca vista.
O cerrado, acorrentado, vai sendo exterminado covardemente. Por enormes correntes de aço, entrelaçadas em elos desumanos; que, conectadas em tratores D-8, tombam as árvores para sempre. Virando carvão.
Às matas vão sendo gradativamente queimadas criminosamente; as madeiras suprimidas, cortadas e vendidas no Mercado Negro. Espaços de coberturas vegetais viram pastos para bois. Quem não se alimentar de carne e capins viverás de quê?!
Aos poucos, a flora, a fauna e os microrganismos vão desaparecendo para por completo.
III
Há poluição com abundância, em tudo que se vê.
Contaminamos nossa água; que mata a nossa sede e limpa a sujeira de nossos corpos, nos refrescando; hidratando nossas plantações e saciando nossos animais...
Onde brincávamos nadando, há montes de resíduos sólidos e dejetos ancorados. Boiando.
Pessoas como feras, vorazes, banais, se exterminando por nada.
Deus do céu olhando, sem poder tolerar, tanta maldade.
IV
Ele ainda suporta tais insultos à sua criação e a si; nem sei como!
Quanta insanidade da nossa raça!... Maltratarmos sem misericórdia nossos corpos hídricos e a terra fértil que Deus nos deu para termos vida de graça. Em troca de quê, essa agressão?!
Onde antes fadigados, submergíamos nossos corpos, em límpidas águas, hoje nem mais os pés, arriscamos banhá-los.
V
Também não podemos mais beber daquela água dos riachos antes tão boa.
Não chove com regularidade e quando chove nunca é o suficiente; e o desânimo toma conta até dos bichos: carentes, os animais reduzem sua mobilidade; que, uma vez comprometida, não andam nem brincam com desenvolturas.
Os pássaros, não exibem voos mirabolantes; e seus cânticos são dolentes.
Pobre de nós e do Meio Ambiente: febris, vivemos doentes - em fases terminais. Pela situação calamitosa que os nossos olhos contemplam e os poetas denunciam, declamando em prosa e versos.
VI
E, de repente, vem à chuva envolta em vendavais tremendos!...As edificações são invadidas ou engolidas pela fúria das enxurradas e forças dos ventos. Cidades viram mares. Pessoas em nados levam consigo o que podem; em barcos improvisados ou salva-vidas, são salvas; - quando dão sorte de contar com esses recursos e livramentos.
Procuram lugares seguros não conseguem. Não são resgatados das intempéries a tempo; e perdem o de mais precioso: suas vidas.
Nesses momentos, a natureza se vinga: convertendo a alegria em pranto. Deixando, nos sobreviventes, uma marca profunda e amarga tristeza; e um desencanto com a vida - que anteriormente era maravilhosa. Por um tempo sobrevivem de favores.
VII
Ainda há motivos de otimismo eu creio; bem como antídotos para serem usados. Mas, não queremos alimentar a esperança e nem mitigamos os impactos de nossas atitudes impensadas e maléficas; somos mesmo pobres mortais sem juízo.
Fora grande o mal que já causamos a nós mesmos. No lugar do amor, alimentamos o ódio e a ganância por um lucro fácil. Ignorando as práticas de uma relação harmoniosa e saudável: com as Legislações afins e com a NATUREZA; e, corrompemos nosso caráter e a afetividade que mantínhamos com as criaturas e com o Criador; na fundação do mundo. E vivemos como náufragos, em lugares sem respeito às Leis e ao próximo.
VIII
Desorientados, ainda seguimos sem um norte ideal para as nossas vidas, prejudicando 'NOSSA CASA COMUM' e nossos irmãos – irracionais ou não; sem lucidez, andamos de um lado para outro em desvarios, por caminhos errantes, sem termos um horizonte definido para deslumbrarmos e um destino bom, para nós e nossos filhos.

Ribeirão das Neves – MG - Brasil (20.01.18).

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Se a poesia nos faltar...Morreremos; ainda bem que em tudo ela está.(22.01.18)

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Na casa de Jessé haviam homens virtuosos...mas quando Davi chegou o Espírito Santo disse: é esse! (22.01.18)

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A educação e as artes falam a mesma língua.Quando entendemos seus dialetos damos uma demão para a cultura florescer.(24.01.18)

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O consolo do condenado é a esperança de ver seus colegas de infortúnio no mesmo calabouço.(25.01.18)

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"CUIDADO COM AS MÁS COMPANHIAS! ..."
CRÔNICA
Quis saber o seu nome, mas, ele gosta de ser chamado de “Carioca” então,não insisti. É mineiro de coração; aportou na capital mineira em 2003, vindo da "Cidade Maravilhosa". Conheceu Ilca uma linda mulher! que lhe deu guarida, no Bairro São Gabriel, Região Nordeste da Cidade, e conviveu com ela um ano e quatro meses; apartaram os pertences e seguiram seus destinos; ela ficou por lá e ele veio para o Céu Azul; onde caiu na graça de Eliete, viveram muitos anos felizes; mas logo ficou viúvo. Estabeleceu-se como administrador do Shopping Lixão - que funciona dia e noite à céu aberto, e constitui-se de objetos dos mais variados seguimentos, ganhados dos moradores da redondeza que ainda podem ser reaproveitados; revende e doa, faz qualquer negócio - na Rua Alvarenga Campos com a Jornalista Margarida Maciel.
Nunca mais voltou ao Rio, e não tem tanta saudade de lá. Fez muitos amigos por aqui - que faz questão de chamá-los de “camaradas”. Adora Minas Gerais: se deu bem demais da conta: com o povo, o clima a culinária e o lugar... "Posso voltar a minha terra a passeio, um dia, se tiver um bom dinheiro" - disse. Tem vergonha de voltar pior do que saiu.
Ainda há uns tios e irmãos em sua cidade de origem; mas nenhuma forma de contato manteve com eles nestes anos todos vivendo distante. Não faz questão disso. O Dionatas, seu filho de dezesseis anos, mora com a mãe no Bairro Gira Sol.
Deixou seu torrão natal depois que perdera seus amados pais: Dona Maria José Nilda da Silva e Seu Walteir José Felipe; a partir de lá para cá, Carioca passou a viver uma vida sem muito apego com as coisas materiais. É bastante solidário. Sempre compartilha com as pessoas alguma coisa que ganha; até eu já ganhei uma blusa de frio do Carioca.
A rua é o seu lar, e o céu é o seu teto; atualmente mora no 'cafofo' do quase xará Cremilson, que arrumou um lugarzinho que o abriga. Já caminhando para o meio século de vida jura de pés juntos que nunca usou drogas; apesar de conviver com usuários dessas substâncias alucinógenas, vinte e quatro horas.
Mas a cachaça é sagrada para ele. "Esse produto me deixa mais calmo; é o único vício que tenho".Confessa. Mas,surtou várias vezes.

Carioca não é de brigas, “sou da paz” não se cansa de bater nessa tecla. Mas sempre aparece alguma encrenca; como não é de correr atoa e, gosta das coisas corretas, acaba se envolvendo em alguma confusão. E vai resolvendo as questões como pode, na medida que vão surgindo; mas somente quando alguém o “ataca” como gosta de dizer. A última confusão que se envolveu foi com o Baiano a pouco menos de um mês; mas nada que uma peça de 8 não resolva. Machucou bastante o companheiro de bebidas,e não deu o golpe de misericórdia porque atendeu ao pedido do Cal,um de seus camaradas mais chegados; graças a Deus todos passam bem! Não guardaram máguas ou rancores, um do outro, e já estão conversando novamente e bebendo uns goles de “1113” ou, outras bebidas que apareçam.
Carioca salvou muitas pessoas na região onde vive: de facadas de tiros,engasgos,... afogamentos. Simão,Van Damme,Ronaldo, Josias... E bichos: como Gambás, pássaros... cães. Outro dia ele passou na minha rua com um sapo na gaiola - que havia livrado das pedradas e pauladas, de pessoas sem coração, quando se alimentava de mariposas que caíam ao chão, da lâmpada de um poste.

Nosso personagem principal conta com quase dois metros de altura e a única peça de roupa que ostenta no corpo é uma bermuda. Faça sol, chuva ou frio... Não veste uma camisa por nada nesse mundo. Um de seus admiradores o Gugu, achou bonito o modo de vida do Carioca; quis imitá-lo e se deu mal (apesar dos avisos contrários àquela decisão): começou a andar sem a camisa também, para baixo e para cima, lá ia ele. Experimentou morar na rua. Isso foi em Maio de um ano qualquer,que resolvera inventar isso.Não demorou muito teve que ser hospitalizado às pressas e ficou quinze dias internado - foi diagnosticado uma pneumonia aguda. Após a alta hospitalar desistiu do intento. E voltou pro conforto familiar.

Em São Gonçalo - Marambaia – RJ; ainda adolescente, Carioca saiu com seus coleguinhas: Ronaldo e Fernando (o Gabu) e cometeu seu primeiro ilícito: roubaram o galo de Seu Manoel – um ex-colega de farda de seu pai no Exército Brasileiro.
Carioca animou com aquilo e já prestes a sair novamente para mais “um corre” – um roubo...Dessa vez sabe-se lá o quê!
José Felipe seu pai, sabendo de tudo, deixara um recado com a esposa Dona Maria, que precisava conversar seriamente com o garoto Carioca. Que ao saber, prontamente se apresentou ao pai em seu escritório que ficava num quartinho nos fundos da residência de treze cômodos da família.
O velho era de pouca prosa com os filhos - com os de fora não. E nada passava despercebidamente naquela casa; a honestidade imperava debaixo daquele teto sob seu domínio. Seu walteir não admitia em hipótese alguma, coisas erradas. Carregava consigo a disciplina militar.
Com a sabedoria de um verdadeiro patriarca,não precisou bater, não adjetivou o seu filho de ladrão( ali diante dele de cabeça baixa pensando no pior); e nem sequer rememorou o fato ocorrido.
Simplesmente disse ao menino Carioca; quando batera na porta do seu escritório e disse: - pronto papai,à suas ordens!... Sentado em sua escrivaninha deu as ordens: - sabe o Tutti, seu galo de estimação? - a ave xodó do Carioca; pegou ainda pintinho para criá-lo,e tinha uma afetividade imensa com aquele ente querido; era só estalar os dedos e o bichinho vinha correndo ao seu encontro, de onde estivesse. - Pega ele pra mim agora!... Disse o pai.
- Sim senhor! Com muita dó pegou o galo e o entregou. Seu Walteir o devolveu em seguida.
- Agora leve-o ao Seu Manoel!...
Aí a fixa do Carioca caiu naquele momento!: Ia pagar o galo que havia roubado com os amiguinhos, com juros e correções monetárias.
Ao entregar o Tutti, com o coração partido, aquele bicho que ele mais amava; ouviu da boca de Seu Manoel a frase que mais marcou a sua vida e não saiu mais da sua mente: “ Cuidado com as más companhias!...”. Somente isto e nada mais.
A lição do pai, aliada as palavras de Seu Manoel, ainda estão fresquinhas na memória do Carioca até hoje. E por causa disso ele não mais colocou suas mãos no 'patrimônio alheio'. - Mesmo com toda a necessidade que têm passado.

(30.01.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

LAPSO DE MEMÓRIA

Disseram-me, que éramos um casal harmonioso e feliz,...Perfeito.

Até não me lembrar mais onde estava, de onde vim,para onde ia...O que era e o que fui.

Mesmo esforçando-me, vendo meu bem por aí, não o reconheceria.

Se o que sinto e ouço, for verdade, tenho que voltar pelo descaminho que tomei.E recomeçar.

Sigo sem entender o motivo do nosso elo perdido. - Sendo real o que vivo.

Há relatos de rompimento da minha afetividade amorosa; mas nem sei se já amei ou se fui amado em algum instante.

Muito menos das razões que me levaram a esse rumo descabido,solitário, e errante de viver.

E, muito menos ainda de ter vivido tanto tempo ausente de mim mesmo; a ermo, e sem a consciência dessa verdade.

Não me lembro de nada que vivi num passado recente ou remoto.

Ouvindo tais relatos ainda acho que preciso sonhar com essa linda paixão. Que esqueci em algum lugar. Não tenho culpa. Não depende de mim, o que está me acontecendo.

Pelo visto, não adianta saber o que me acontece... Não há explicação.

Está tudo muito confuso na minha cabeça. Parece que meus neurônios desconectaram-se de vez.

Meu raciocínio vive ausente de uma realidade lógica.Numa alucinógena confusão mental.

Em meu consciente e subconsciente não há vestígios do que realmente acontecera com relação, eu e ela. E ao meu desvario; se é que aconteceu uma coisa e outra.

Quando, relembram-me, dos seus trejeitos, traços físicos, seu modo de vida,... endereço. Nada disso reportam-me a esse momento lindo que dizem que vivemos juntos.

Não há mesmo, nenhum sinal de registros nosso, vivido em algum momento; em nenhum dos meus arquivos pessoais e internos.

Tento saber o que acontecera realmente, insistindo com minha parca memória, para entender sobre essa nossa história de amor, nada obtenho; nada entendo e nada vem a minha mente.

Restaram apenas alguns dizeres fragmentados, salvos em nuvens:

“Não existe nenhum arquivo salvo, em plataforma alguma; desculpa o transtorno que isso lhe venha causar, mas, não há como visualizar, no momento, textos, imagens ou cenários que retratam uma relação de vocês dois: bonita,perfeita e saudável... como ouvistes de terceiros. Não insista!...”

Nesse instante o pânico devasta ainda mais meus hemisférios cinzentos... Introspectivo, retiro-me da minha presença. Delirando,saio falando sozinho e pensando mil coisas, sem chegar a uma conclusão plausível.

E, continuo andando e sofrendo pelo caminho de minhas vãs conjecturas, sem chegar a um norte desejado.

(31.01.81)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Se o que sinto e ouço,for verdade,tenho que voltar pelo descaminho que tomei e, recomeçar. (04.02.18)

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GRATO PELO SEU AMOR II

Vi uma vida faceira, a caminhar...
Querendo viver e brincar;
Sozinhos: eu e ela.
Louquinho para amar
Corri pra querer-la.

Esse amor que vislumbrei
Deixou transparecer que me queria.
Fiquei fascinado e feliz...
Quando receptiva, logo me quis.

Gratidão eterna
a Deus, pelo ocorrido!...
Por nos fazer queridos,
apaixonados, e recíprocos.

Graças recebi, e grato estou,
pela vida que agregou-se à minha.
E, encantado, com o que me acontecera:
viver ao lado,e amar essa doce pessoa.

(04.02.18)

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MEU CÃOZINHO COR DE FUMAÇA

CRÔNICA
Desde cedo tomei gosto pelas cassadas, naquela época não era proibido isso; em São Raimundo do Doca Bezerra Jesiel,meu irmão mais velho, me levou para “faxear” pela primeira vez; – uma estratégia que consiste em se fazer uma picada na floresta, removendo-se as folhagens usando para isso os ramos das árvores; e, à noite, munido com uma lanterna emparelhada à perna, piscando-a, alternadamente,faz-se muitas idas e vindas - num sentido e noutro do trilho. Até se deparar com animais silvestres tentando atravessar o caminho.
Onde são interceptados e abatidos com tiros de espingardas de variados calibres. Onde meu irmão colocava o pé eu também fazia o mesmo – a lanterna era uma só, para nós dois;se acabasse a carga teríamos de fazermos uma fogueira e esperar o dia raiar. Naquela noite não tivemos sucesso e não levamos o pretendido alimento - a caça - para casa.
Mas as caçadas com os cães,eram mais interessantes e divertidas. E, numa destas, capturamos um filhote de cachorro-do-mato,segundo os colegas mais experientes. Não os deixei matá-lo: levamos para criá-lo em casa. Cor de cinza, ele; o bichinho era uma fofura só! Um xodó da gente.Tinha uma energia!....uma vontade de viver!....e, crescia que era uma beleza. A princípio só tomava leite na mamadeira, mas com o tempo começou a comer de tudo. Era vivedor. Até seu reinado desmoronar de vez; já grandinho ‘mostrou as unhas’ e a que veio: as galinhas começaram a sumir do terreiro e ele fora flagrado matando e entrando em casa com uma delas na boca. Aí o mundo desabou por cima dele e de mim: papai com um porrete na mão e sem um ‘pingo’ sequer de misericórdia, o seguiu; verbalizando: “Nunca criei uma raposa na minha vida e não será esta que vou criar-la no meu barraco”. Fiquei a chorar pelos cantos inconsolavelmente!...com o encantamento daquela pobre alma. Mas ele tinha toda a razão, em termos do bichinho ser mesmo uma raposa. Era a própria!

(14.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

A CONVERSÃO DE JAMIL VIEIRA

CRÔNICA
A conversão desse obreiro se deu no início dos anos 1980. No período áureo da extração de ouro em Redenção no Estado do Pará. Jamil, juntamente com o irmão, Francisco Vieira Filho (Vieirinha), na companhia do pai, Francisco Vieira Sobrinho (Seu Vieira) como era conhecido; deixaram Campos Belos e foram se aventurar naquele garimpo.
Por lá, não demorou muito o pai de Jamil, o tio Vieira, já havia garantido, cinco quilogramas de ouro puro. Mas logo também, esbanjou todas as cifras monetárias proveniente da venda desse minério precioso, com mulheres e bebidas.
Seu irmão, o Vieirinha sofrera um trágico e fatal acidente...
Jamil contraiu febre amarela naquele Estado, e o seu quadro clínico piorava a cada dia; votando a sua cidade de origem, foi internado às pressas na Casa de Saúde em Campos Belos - GO.
“O culto hoje vai ser maravilhoso porque Jesus vai derramar do seu poder...!” – pensei o dia inteiro nesse fragmento de um hino da Harpa Cristã.
E fora mesmo: naquele dia houve pregação genuína, renovos espirituais e salvação de almas...
Depois do término do culto, estando eu com uma condução disponível, convidei a tia Lídia a fazermos uma visita ao Jamil seu filho. Ela de imediato aceitou o convite, e lá fomos nós... Levar também a saúde espiritual para aquela vida.
Fraco e com o amarelão característico da enfermidade, mas, ainda lúcido, falei lhe do amor de Jesus e deixei com ele o “Coração do Homem”; um livreto ilustrado que me acompanha até hoje. Que, com certeza já ajudou a salvar do pecado muitas almas, mundo afora.
Mostra desenhos representativos do coração do salvo em Cristo e do que ainda não passou por essa experiência.
Aparece o Rei Jesus reinando no coração do crente e o Rei das trevas reinando no coração do incrédulo.
Evidenciando que o nosso coração é mesmo um trono: há de reinar nele, um rei qualquer.
Nunca gostei de dizer a expressão: “Ganhei uma alma para Jesus”, como muitos evangélicos dizem. Prefiro dizer: “Ajudei a ganhar uma alma para Jesus.” Porque uma alma é tão preciosa que um só não dá conta de ganhá-la.
Milagres acontecem: Jamil recebeu alta hospitalar logo depois daquele dia que estivemos com ele no hospital, e correu para a igreja... E, nuca mais saiu d'onde o Senhor o chamou. “Bem aventurado aquele servo que, quando o Senhor voltar achar servindo assim”.
Enfim, aquela minha atitude era a ‘gota d’água’ que faltava na vida desse grande ser humano o Jamil, para que ele pudesse andar nos caminhos do Senhor.
A sua permanência, testemunho e frutos, na obra de Deus, é um motivo de orgulho para todos nós da família vieira. Que Deus o conserve no seu Santo caminho! Fazendo tudo aquilo que o Senhor mandou fazer.

(15.02.18)

Inserida por NemilsonVdeMoraes

PAPAI ODIAVA JOGOS DE BARALHO

CRÔNICA
Papai trabalhou como caixeiro ambulante por muitos anos; quando ainda residia no Estado do Maranhão, por volta da década de 50. Sua atividade consistia basicamente na comercialização de jóias de ouro e prata. Como pulseiras, cordões,colares,anéis,alianças,brincos e relógios de pulso e de bolso; Omega Ferradura, Mido... e outras marcas.
Vendia peças novas, e também recebia peças usadas nas transações comerciais que fazia; e como bom negociante não deixava escapar um bom negócio.
Suas mercadorias eram oriundas de uma ourivesaria de Fortaleza - CE. Que fabricava e fornecia tais acessórios a ele.
O trajeto das vendas, acertos de contas e reposição do estoque, e volta para casa, eram feitos em lombos de burros - animais muito resistentes às cavalgadas em longas distâncias. Daí o motivo de papai gostar de possuir bons animais de montaria.
Não é do meu conhecimento, dele ter feito seu trabalho acompanhado de outras pessoas. Exercera essa função, o tempo todo, no fio da navalha, sozinho.
Transportando uma carga valiosa daquelas e muito dinheiro em espécie; apesar de portar boas armas de fogo e brancas, e ser uma pessoa destemida; não lhe garantia muito, sua segurança. O perigo era uma realidade constante que não poderia ser negado.
A única vez que pôde contar com a companhia de alguém nas suas viagens laborais ao Nordeste do Brasil não teve Êxito: deu errado. Trata-se do Fausto Alves seu vizinho que, casado, pai de vários filhos e, desempregado; passando necessidades com a família, papai compadecido, tentou ajudá-lo.
Deu a ele arriado, um de seus melhores animais de montaria e o apresentou ao seu fornecedor no Ceará, garantindo a sua idoneidade. Onde, imediatamente, fora lhe concedido, uma enorme transação comercial de produtos de prata e ouro. Sem nenhuma garantia formal, como cheques, notas promissórias,duplicatas...Ou outras similaridades.
O empresário da capital cearense tinha apenas como garantia, somente a palavra do homem Natanael Vieira de Morais,meu pai, como garantia da transação. Nenhum cadastro sequer fora feito constando dados pessoais e transacionais do fiador ou do comprador. Um bom nome já valeu muito e ainda é a melhor coisa que se pode ter.
Papai explicou o serviço ao moço, e regressaram, cumprindo uma programação das festas religiosas que seguia rigorosamente, pelas cidades grandes e pequenas do interior dos Estados nordestinos do Ceará, Piauí e Maranhão.
Depois de alguns dias do regresso, e de muitas boas vendas realizadas...
Hospedando-se juntos, mas, atuando comercialmente, separados um do outro naqueles lugarejos festivos... Numa cidadezinha que não me lembro do nome no momento, onde as festividades aconteciam e impulsionavam a economia local; as vendas daquele tipo de produtos, naqueles dias, eram expressivas; e portanto, iam bem.
Papai nos dizia que naquela época as pessoas tinham o dinheiro, mas, não encontravam aquilo que desejavam comprar. Como um rádio um relógio, uma bicicleta ou uma joia.
Numa altura do festejo, apareceu o Fausto, ao papai, querendo um dinheiro emprestado que, segundo ele, serviria de troco, pois seu troco havia acabado. Ok! - Então Seu Natãn sem pensar muito concedeu - lhe um montante estipulado, para os repasses de trocos aos fregueses de Fausto. E, não demorou muito lá veio Fausto novamente com o mesmo álibi: querendo mais dinheiro para trocos. Aí papai desconfiou da estória e quis saber do que realmente estava acontecendo. Foi fundo nas investigações e descobriu:
Fausto já havia virado uma noite numa casa de jogos de cartas, e continuava envolvido até o pescoço naquela maldição. Em apostas vultosas em dinheiros; e já havia perdido o apurado de todas as vendas anteriores e todas as mercadorias que estavam sob sua responsabilidade.
Papai foi à loucura!...E pagou sozinho, aquela dívida. Para zelar do nome; e odiou para sempre jogos de baralhos.

(13.02.18).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

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