Ha de ser Forte sem Jamais Perder a Docura

Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.

Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?

O amigo é um segundo eu.

Os pintores só devem meditar com os pincéis na mão.

A beleza não passa de uma maravilha que a natureza arma à razão.

Deus, que eu morra no palco!
Não me coroem
De rosas infecundas a agonia!

A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros.

É a profunda ignorância que inspira o tom dogmático.

A modéstia é para o mérito o que as sombras são para um quadro. Dão-lhe forma e relevo.

Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.

Todos os homens são bestas; os príncipes são bestas que não estão atreladas.

O Homem não tem porto, o tempo não tem margem; / ele corre e nós passamos!

O nosso bom, ou mau procedimento, é o nosso melhor amigo, ou pior inimigo.

Quem ama o perigo, nele perece.

O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos.

Agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos.

As amoras

O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.

A preguiça dificulta, a atividade tudo facilita.

Muita luz deslumbra a vista, muita ciência confunde o entendimento.