Ha como eu Queria q ela Soubesse

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Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.

Marla de Queiroz

Nota: Trecho de texto de Marla de Queiroz. Por vezes, é atribuído de forma errônea a Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector.

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– Pois olhe – declarou de repente uma velha fechando o jornal com decisão – pois olhe, eu só lhe digo uma coisa: Deus sabe o que faz.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto A menor mulher do mundo.

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Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você.

Você me avisou que seria difícil, mesmo assim eu ainda continuo tentando. Meu desafio favorito passou a ser te decifrar. Seus gostos mais excêntricos, já não são tão esquisitos para mim. Seu mundo particular não me é mais estranho. E ainda me ouso tentar adentrar nele, mas as luzes estão apagadas, não consigo achar a porta. Só que não me dou por vencida, perseverança é meu forte. Mas você teme não enxergar que nesse nosso jogo eu quero ser o teu amor, ter o teu amor.

Era pra frear e eu acelerei.

Mas saiba que eu peço todas as noites pra gente dar certo.

Eu minto. Digo que não sinto ciúme, digo que estou bem, digo que não gosto de flores, digo que não me importo, digo que não sinto falta.

Compreenda, eu só preciso falar com você. Não importam as palavras, os gestos, não importa mesmo se você continua a fugir e se empareda assim, se olha para longe e não me ouve nem vê ou sente. Eu só quero falar com você, escute.

Eu vejo o futuro repetir o passado.

Lidei com coisas que eu jamais entenderei, se eu pudesse estar em paz, me livrar do pesadelo de vê-lo nesse estado e não poder ajudá-lo não, triste é não poder mudar, porque está tão revoltado, irmão?

Ah, sim, a velha poesia...

Poesia, a minha velha amiga...
eu entrego-lhe tudo
a que os outros não dão importância nenhuma...
a saber:
o silêncio dos velhos corredores
uma esquina
uma lua
(porque há muitas, muitas luas...)
o primeiro olhar daquela primeira namorada
que ainda ilumina, ó alma,
como uma tênue luz de lamparina,
a tua câmara de horrores.
E os grilos?
Não estão ouvindo lá fora, os grilos?
Sim, os grilos...
Os grilos são os poetas mortos.

Entrego-lhes grilos aos milhões um lápis verde um retrato
amarelecido um velho ovo de costura os teus pecados
as reivindicações as explicações - menos
o dar de ombros e os risos contidos
mas
todas as lágrimas que o orgulho estancou na fonte
as explosões de cólera
o ranger de dentes
as alegrias agudas até o grito
a dança dos ossos...

Pois bem,
às vezes
de tudo quanto lhe entrego, a Poesia faz uma coisa que
parece que nada tem a ver com os ingredientes mas que
tem por isso mesmo um sabor total: eternamente esse
gosto de nunca e de sempre.

Não havia um único dia em que eu não escutasse de você o quando me amava, dizia no meu ouvido ou através de bilhetes, te amo, te amo, como é que você fez para incinerar todo esse amor em tão pouco tempo, onde o escondeu, em algum guarda-volume de rodoviária, enterrou em algum matagal, como é que seu amor foi desaparecer sem deixar pista, rastro, feito um crime perfeito?

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.

Álvaro de Campos

Nota: Trecho de poema presente no livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos).

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Das leis, da moral e dos costumes
eu sigo o que me convém.

Sou dono de mim e meu juiz,
e considerando que não estou preso,
nem internado, nem morto,
vê-se que não sou tão mal menino assim...

" Eu já não te amava com a mesma insensatez. Bastou saber que você havia pensando em mim, fosse pela besteira que fosse, e o meu coração já batia mais devagar, ganhava autoconfiança, eu podia voltar a respirar."

É ele que eu escolhi para me fazer feliz todos os dias. É ele que eu escolhi para me acordar de manhã com um beijo. É ele que eu escolhi para esperar um dia inteiro e depois do trabalho olhar para aquele sorriso lindo que ele tem e dizer que eu amo como nunca amei ninguém. É ele que eu escolhi para aguentar as minhas crises de ciúmes, tpm e as crises depois de uma briga. É ele que eu escolhi para passear em um domingo tedioso, com um simples passeio. É ele que eu escolhi para tomar um banho de chuva e depois ir correndo para casa para dormirmos juntos, agarradinhos. É ele que eu escolhi para fazer uma guerra de travesseiros. É ele que eu escolhi para ter do meu lado quando eu mais precisar. É ele que eu escolhi para me chamar de “minha”. É ele que eu escolhi para morar para sempre dentro do meu coração. É ele que eu escolhi para amar, construir e viver uma linda história... e eu estou vivendo... Aliás, estamos vivendo uma linda história escrita por Deus.

E hoje eu senti que a dor de perder um filho é incomparável a qualquer outra.

Eu tento, juro que tento. Mas a droga do romance não me deixa em paz. Eu não tenho mais idade para ficar morrendo de vontade de dar para um cara e ficar enrolando até ouvir juras de amor eterno, francamente isso não é coisa de mulher! Mas depois passo anos pensando se não fui muito fácil. Eu vou lá, mato minha vontade, tomo um belo banho, volto independente e resolvida pra casa e acordo no dia seguinte morrendo de vontade de ganhar flores, receber ligações românticas e promessas eternas. É uma praga.

Alguns amigos meus são os mesmos do passado e outros, não. Eu não tenho muitos, mas tenho bons amigos. Se eu contar, realmente, não devem passar de cinco. Mas têm outros.

"Eis uma frase, uma verdade, um verso: dá pra escolher. Todo dia, ao levantar da cama, eu procuro me lembrar: dá pra escolher. Nem eu nem você estamos jogados ao léu, nas mãos do destino. Não temos controle sobre tudo, mas dá pra escolher entre ter amigos ou viver recluso, dá pra escolher entre privilegiar um amor ou ter vários casos superficiais, dá pra escolher entre participar ativamente de um projeto que alavanque nosso bem-estar ou ficar de fora apenas criticando, dá pra escolher entre se refugiar num lugar tranqüilo ou aprender a lidar com o stress urbano, dá pra escolher entre levar a vida com bom-humor ou levar a vida na ponta da faca.
Tudo é uma escolha, inclusive ser velho ou ser jovem, e isto não se resolve apenas numa clínica de estética. Todas as nossas escolhas passam pelo estado de espírito. É ele que vai determinar se vamos viver uma vida mais simples ou mais complicada, mais solitária ou mais social, mais produtiva ou mais lerda. Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer."