Gosto do Perigo
Meu conselho para todos os que querem se encontrar é ficarem bem onde estão. Do contrário, é grande o risco de se perderem para sempre.
Quando duas felicidades estiverem separadas por um grande abismo, o sofrimento será a ponte que as ligará!
Não me causa nenhuma surpresa a condescendência ou mesmo apologia assumidas pelos céticos em relação aos degradantes desvios morais. Se mesmo admitindo a existência de Deus, o homem permanece adepto da iniquidade, quão pior não é o estado daqueles que insanamente o rejeitam!
Muitos são os que desejam "Boas Festas" aos seus amigos no período natalino. Talvez porque para os tais o Natal não seja mais que isso!
O combate à pobreza nunca dará resultados enquanto a riqueza existir. Nem pobres e nem ricos: esse é o mundo ideal!
A única coisa que verdadeiramente me seduz nesse mundo é o ardente e sincero desejo de vê-lo, tal como eu, rendido e prostrado aos pés de Cristo!
Não tenha por amigo quem sempre aprova suas palavras e ações. Por trás de todo bajulador há uma imprevisível ameaça!
Nunca duvide da sabedoria popular. Os maiores imbecis de uma sociedade estão nos ambientes acadêmicos!
SER (soneto)
Sou o devaneio que crasta, que crasta
Sem governança, sem fim, sem medida
Vou empurrando a ventura que arrasta
As vaidades, isolando o mérito da vida
Sou o tempo no tempo que vergasta
Os segundos, e os pondo de partida
E em cada minuto o minuto se vasta
Formando o destino na direção parida
Nada pode cessar os meus danos
Tão pouco modificar esta corrida
Passo adiante, assim vão os anos!
E nesta tal avenida, tudo é ousadia
Pois a temporada é muito reduzida
E ser, a única importância de valia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VELHO GOIÁS
Olha os ipês no cerrado, mais belos
Do que as da estação da chuvarada
Tão antigos, tanto mais belos, nada
mais magnificante... e tão singelos!
Os brancos, os rosas e os amarelos
Nos galhos, a cantiga da passarada
E o frágil das flores no chão arriada
É o velho Goiás nos seus paralelos
Toca o berrante, boiadeiro e boiada
Carro de boi, os seus causos e viola
Assim, assim vão todos pela estrada
No suor da terra a mão do capataz
Cidade grande e também a aldeola
É o espírito do chão do velho Goiás...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
