Genuíno

O sol quando vai dormir deixa a lua acesa.

O jogador de futebol sem muitos recursos técnicos mata a bola em legítima defesa.

O jogador perna-de-pau não passa anestésico na canela, passa remédio contra cupim.

O criminoso do colarinho branco é um canalha que merecia pior sorte.

O complexo de inferioridade é tão complexo que quem tem acha que o do outro é maior.

A lucidez é a loucura bem represada.

A caveira é um resquício de todo ser humano, inclusive daqueles cheios de si.

De junho a agosto o futebol pega fogo por aqui, mas continua sendo o nosso esporte de inverno mais popular.

O dinheiro está sempre em circulação. No caso do rico, sempre a sua volta; no caso do pobre, sempre dando meia-volta.

Sinal é um pagamento efetuado em sinal de confiança e exigido por quem, por sinal, pode não ter a menor confiança em você.

A solenidade é um manto de pompa com que se revestem atos, cerimônias e rituais da sociedade que, de outra forma, se revelariam com tudo de risível que apresentam.

O futebol japonês continua sendo um negócio da China ou no futebol da China só tem japonês?

Pingente é o pobre coitado do passageiro que vive espremido pelas circunstâncias.

Silêncio é a maviosa melodia, inaudível aos ouvidos humanos, tocada por instrumentos de sopro vindos do plano espiritual.

É o cúmulo da teimosia o cara torcer o tornozelo só pra não dar o braço a torcer.

A ditadura é um regime de emagrecimento de toda sorte de liberdade.

Falta muito para o salário mínimo ser considerado minimamente digno; no mínimo, outro salário.

Luto é o estado permanente do trabalhador brasileiro: luto de manhã, luto de tarde, luto de noite para ganhar uma merreca.

Livraria é o local onde os livros estão dispostos a fazer ordem unida.

Com o grande artilheiro, seja do passado ou da atualidade, acostumado a fazer muitos gols, cabe dizer: “Tantos fez como tantos faz”.