Genuíno

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Na vida tudo é relativo. Acertar uma quina pode render-lhe uma bolada em dinheiro ou só um galo.

Os introvertidos só fazem pesquisa de opinião privada.

O rico pode se dar ao luxo de levar a vida na flauta; o pobre já se acostumou a levar a vida na falta.

Um roubo mesmo que pequeno é um delito. Assim, uma mentira por mais que seja para não magoar, ele acaba ferindo. José Meireles

O prefeito determinou que na semana do meio ambiente todos os tapumes nas ruas e avenidas do Rio de Janeiro sejam pintados de verde.

“A linha reta é a menor distância entre dois pontos”, reza o axioma. Na verdade, era. Os engarrafamentos destruíram a essência dessa verdade.

No basquete, dependendo do lance, uma equipe leva até três pontos. No futebol, com a maior facilidade, um craque pode levar 3, 7, 10 ou mais pontos.

O triângulo amoroso só pode ser irregular se tiver mais de três ângulos ou menos de três lados, ou vice-versa.

Álibi é uma prova alinhavada por testemunhas e transformada em peça de alta costura por hábeis advogados.

É um supremo ato de esquecimento uma pessoa chegar ao fim da vida e verificar que se esqueceu de viver.

Cala-te, […] calemo-nos todos, há ocasiões em que as palavras não servem de nada, quem me dera a mim poder também chorar, dizer tudo com lágrimas, não ter de falar para ser entendida.

Antes íamos aos estádios de futebol para fugir da dura realidade do dia-a-dia; hoje, somos assaltados por ela.

O verdadeiro amor nunca acaba. Só algumas pessoas com pensamentos bobos que colocam em suas mentes que não amam mais só para viver alguns momentos de ilusões.

Podemos dizer por extensão que a esperança é o latifúndio de vários,que somados a tantos outros se mobilizam em único contexto , e que o sonho como propriedade independente se integraliza a medida que outros sonham igualmente a mesma coisa e consequentemente defenderão esses por princípio e ainda o definirão na coisa autentica; vejam que a esperança mobiliza e os sonhos integralizam, pois bem, desde que tudo se possa ver como possível, e que o imaginário nada altere, resposta haveremos de ter, para sim ou não, apenas um senão; esperança é um sentimento, e sonho um conjunto de imagens, daí que - tudo é temporário - ao que se cultiva e que por investimento semeado permanece bom, assim como haverá em ser nosso sim e não.

"E de repente eu olhei pro nada, e vi e revi tanta coisa..."

Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou uma jovem e ficou admirada com a flor.
Logo pensou em Deus.
Cortou a flor e a levou para a igreja.
Mas, após uma semana a flor tinha morrido.


Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu
e a deixou ali; não quis cortá-la para não matá-la.
Mas, dias depois, veio uma tempestade e a flor morreu...


Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida
com ela: bonita, mas sozinha.
Decidiu voltar todos os dias.


Um dia regou, outro dia trouxe terra, outro dia podou,
depois fez um canteiro, colocou adubo...
Um mês depois, lá onde tinha só pedras e uma flor,
havia um jardim ...


Assim se cultiva uma amizade.

“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de Johann Sebastian Bach composta em Cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de Beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto.”

(José Saramago, “As intermitências da morte”)

(...) de que adiantaria falar de motivos, às vezes basta um só, outras vezes nem juntando todos, se as vidas de cada um de vocês não vos ensinaram isto, coitados, e digo vidas, não vida, porque temos várias, felizmente vão-se matando umas às outras, senão não poderíamos viver.

José Saramago
SARAMAGO, J. A Jangada de Pedra. Lisboa: Editorial Caminho. 1986

O tempo anda passando em disparada por sob meu corpo. Pelos sucos gélidos de meu rosto, que morbido vive em um estado de profundo ponto morto, feito aqueles que resolveram 'morrer' para não abrir os olhos.
Num calor feroz que não consigo ver teus dedos, eu escolhi não vê teus dedos, no meio das faíscas imundas na qual eu resolvi viver.
A personificação do eu desabrochou agora, e em p&b, tudo isso mora dentro de minha retina, colocando o drama da vida na morte das cores por detrás de uma cortina negra.
Não sou mais nada. Não sou vida, muito menos progresso. Sou apenas um traço de existência e sanidade. Pouco espero de mim. Pouco esperem de mim, não valho nada.

Nascer de novo, é começar trilhando caminhos, superar espinhos e aceitar as indiferenças do percurso. Nenhum caminho se faz em retas, curvas e morros são os desafios a superar.