Frase sobre o frio
Lá fora está frio e chuvoso e as ruas se encharcam de silêncio. As gotas escorrem nas janelas como se fossem lágrimas antigas que o céu já não consegue conter.
Em uma tarde fria de um dia qualquer, vou tentando me reerguer… entre lembranças que insistem em doer e a esperança que, mesmo frágil, ainda teima em permanecer. Cada passo é lento, mas carrega em si o peso da coragem de não desistir.
Ouvir Raindrop, de Chopin, é deixar-se conduzir a um lago invernal. Cada gota que tomba no silêncio da água reverbera como a confissão íntima da solidão.
Pés despidos na pedra fria, olhos que sabem de dor. Mas há no rosto cansado a chama viva do amor. Quem carrega o que é amado não sente o peso que levou.
No deserto, o conforto virou dor, eo silêncio me acusava sem piedade. O frio do esquecimento quase apagou meu nome… Até que ouvi a voz do Pastor chamando por mim.
A obra-prima interior não se realiza no berço do conforto, ela é esculpida a frio e martelada na aspereza da rocha.
Se a chuva de inverno promete não durar para sempre, é porque há um ciclo implacável de renovação em curso. A escuridão, embora vasta, é apenas uma ausência temporária, não é preciso ignorá-la, mas usá-la como a tela nítida para o desenho exato da luz que o amanhã trará.
A maturidade é o cálculo frio onde se troca a febre vã de ter a última palavra pelo alívio profundo de ter sossego, a serenidade é a moeda de troca que aniquila o valor de qualquer argumento.
Recuse o frio e pálido destino de ser mera nota de rodapé na saga de outrem, rasgue a coadjuvância e tome o palco central, pois este é o seu próprio livro, e o protagonismo é um direito de nascença.
Eu caminhei sozinho por ruas estreitas, sentindo o frio e a umidade sob o halo da lâmpada, buscando fugir dos sonhos inquietos
Quando chego ao limite, finjo que não sinto o frio. O corpo anestesia, a alma não, esta última é outro animal. Ela late na escuridão, pede por pão e silêncio, e eu aprendo a oferecer o pouco que tenho: o meu tempo.
